Bem-vindo(a)!

Verifique seu Flash plug-in!

Blogumulus by
Roy Tanck and Amanda Fazani

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

As Duas Faces do Destino

Direto, objetivo e empolgante, com narrativa ágil o livro nos envolve e arrasta para uma jornada recheada de descobertas e aventuras cheias de nós.

O mistério inicial deixa margens às apostas quase certeiras, sem permitir a perda da curiosidade, sem amenizar a magia, uma busca por confirmações de desenvolvimentos cheios de expectativa.

Descrições de cenários alternados e linhas narrativas paralelas concedem um toque especial, contribuição pela torcida para o protagonista, estímulo para desvendar as próximas páginas.

Em pouco tempo as coisas se esclarecem para, em seguida, surgirem outros personagens em atuação cruzada, em outras cenas, mas claramente conectados na trama principal.

Com inúmeros componentes da mais autêntica ficção científica, seguimos viagem a apreciar este universo moldado sob medida para os fãs do gênero, entusiasmados em testemunhar os próximos acontecimentos.

Cheguei à página 102
Avaliação : 4

sábado, 21 de dezembro de 2013

Ciência x Espiritualidade - p.336

O debate entre antagonistas deixou bastante a desejar, afinal a proposta do título enseja, especula, mais progresso, mais enriquecimento, do que obtiveram os autores.

Enquanto o cientista amplia seus horizontes, abrange áreas e filosofias diversas, procura conciliar visões, o espiritualista insiste num combate vazio, sem profundidade, sem volume, sem peso.

Perdemos todos pela insistência de um, ganhamos um pouco pela boa disposição e lucidez do outro a pintar um belo cenário do conhecimento humano.

Talvez a discussão, ou o acordo, seja mesmo impraticável, apesar do esforço despendido, pois os âmbitos não se cruzam, não são conciliáveis, se tratam de áreas e abordagens definitivamente distintas, independentemente da boa vontade empenhada.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Ciência x Espiritualidade - p.193

Não há como esperar uma mudança no rumo da conversa, mesmo depois de tantos temas, as posições e abordagens continuam idênticas.

De um lado o matemático, com sua postura madura, sua elaboração pautada em fatos e evidências, construindo um elaborado arcabouço teórico.

Do outro o espiritualista, sem ser religioso, a se apropriar de conceitos ocidentais, misturados num caldeirão de senso comum, a não apresentar nenhuma ideia ou proposta factível.

Discutiram os assuntos mais espinhosos, de relação mente-cérebro a inteligência artificial, do livre-arbítrio à evolução darwiniana, sempre com muito respeito, mas sem enriquecer o debate.

A responsabilidade pela pouca agregação pesa sobre Deepak, arraigado em seus ideais, sem acrescentar elementos, sem usar as mesmas regras do jogo científico (apesar de querer soar como), sem ao menos tentar o caminho do meio.

Vale o prazer de acompanhar as descrições acessíveis e trabalhadas de Leonard, a ilustrar as melhores soluções possíveis da ciência para as grandes dúvidas do ser humano.

Cheguei à página 193
Avaliação : 4

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Ciência x Espiritualidade

Nada melhor do que o debate, a contraposição de ideias, principalmente entre dois expoentes tão antagônicos, imbuídos em exercitar o melhor da dialética.

Excelente escolha a produção de textos, distintos, separados, sobre o mesmo tema, para não incorrer na intromissão e na carência de tempo para reflexão.

Os missivistas iniciam pelo mais intrincados mistérios da natureza (origem do Universo, sentido da realidade, vida), sem receio da extensão, dispostos a colocar muitas cartas na mesa.

Leonard discursa mais sensato, pautado nas sólidas e fundamentadas teorias ocidentais, apresenta conhecimento rico de maneira acessível.

Deepak se preocupa em combater, parece constantemente interessado em desconstruir, apesar de recorrer intensamente ao outro conhecimento, ao invés de apresentar alternativa, uma visão própria e isenta.

Cada leitor poderá avaliar por si, mas acho difícil negar a sobriedade, leveza e propriedade do primeiro, frente ao falatório vazio do segundo, a não ser que seja algum partidário fundamentalista da espiritualidade.

Cheguei à página 94
Avaliação : 4

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Shikasta - p.452

De maneira natural, meio imperceptível, os fatos nos conduziram a um final apocalíptico, mas com tom bem esperançoso, cheio de confiança no futuro, ainda que incerto.

Acabamos com uma sensação dúbia, entre o desagrado com o texto arrastado, alongado ao limite da nossa persistência, e a maravilha pelo poder da representação da cronologia de uma civilização.

Parece que conseguimos tocar e compreender um pouco da maestria que trouxa a autora à notoriedade, além de perceber influências de sua biografia no texto. Inegavelmente fomos expostos a uma experiência diferente, um estilo particular, cativante e rico em seus maneirismos e abordagens.

Resta a dúvida se ousaremos percorrer as continuações existentes, provavelmente outros caminhos árduos, afinal, por hora, se faz necessário algum distanciamento e repouso reflexivo.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Shikasta - p.314

Sinceramente parece cada vez mais difícil enxergar algum objetivo para os rumos do livro, a não ser o relato direto dos acontecimentos históricos da narrativa.

Claramente a evolução dos fatos demonstra a degradação de um elaborado plano de colonização frustrado.

Com surpresa observamos que os avançados seres planejadores se menosprezaram ou não previram a força da seleção natural, acompanhada de eventos caóticos.

De qualquer forma, a beleza do texto bem composto se mostra incapaz de combater a monotonia do extenso desfilar de registros, um constate folhear de páginas levemente conexas.

Sem outra opção, persistentes, ou teimosos, seguimos sem esperar novidades ou reviravoltas daqui ao final...

Cheguei à página 314
Avaliação : 3

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Shikasta - p.211

Não há mais dúvidas quanto ao lugar onde a história ocorre ou com relação aos povos monitorados pela civilização intergaláctica.

Aliás, por vezes a menção se faz explícita e, com o passar das páginas, continuamente a referência se torna direta, com todas as letras.

Atingimos um estágio de leitura, um momento no avanço das linhas, impossível de não se incomodar com a falta de conflito, do gatilho para motivar as ações e a evolução dos fatos.

Descrições e mais descrições, de cenários e personagens, análise sem fim, a narrativa parece uma coletânea enciclopédica sem grandes motivos, somente preocupada em relatar.

Com um mote tão bem sacado, espero sinceramente que o livro não se resuma aos relatórios, à pintura de cenas e ambientes, com alguma psicologia envolvida e crítica social.

Não pode ficar para trás o esforço de construir um enredo com tão extensa cobertura de tempo, se bem que essa pode ser a armadilha a amarrar a contação dos causo.

Cheguei à página 211
Avaliação : 3

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Shikasta

Ideia sensacional, narrativa meio confusa, adentramos numa trama espacial com ares das melhores, recheada de colonização interplanetária, civilizações distantes e outras especulações saborosas.

Um considerável volume de informações do cenário se apresenta, num ritmo meio confuso e complicado de situar, mas capaz de nos encher de expectativa.

O conflito, o mote, exposto sem mistérios desenha as margens da aventura e impulsiona as personagens, aparentemente um tanto desorientadas como o próprio leitor.

Somente depois de bastante caminhada e significativo espaço de tempo narrativo vislumbramos alguém com ares de protagonista, meio nebuloso, começando a dar as caras.

As indefinições e o estilo da escrita provocam certa aspereza na leitura, mas conseguem cativar, apoiados no fio condutor da história nos fazem prosseguir com curiosidade em busca dos descortinares das próximas páginas.

Cheguei à página 104
Avaliação : 4

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Freakonomics - p.254

Nem mesmo a escolha do nome de filhos escapou do olhar crítico do freakonomista, pronto a tecer teses e testá-las com seu ferramental sólido e dominado.

E assim encerra sua apresentação, sem grandes desfechos, sem grandes enlaces, apenas algumas palavras finais de simpática despedida.

Na edição em questão, um complemento de textos meio desnecessários, hora para ovacionar, hora para defender, além de transcrições de seu blog para remoer alguns assuntos.

Inegável a originalidade de sua abordagem, assim como as polêmicas em determinadas afirmações, conjunto impactante e forte de belas construções para explicar a realidade observada.

O lado oculto termina um pouco mais revelado, um estalo para nos despertar a desconfiança em nossas análises do universo que nos afeta, uma gota a menos de inocência para aceitar certas verdades.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Freakonomics - p.134

Coragem não falta ao autor, investiga temas espinhosos com afinco, sem temer tocar em aspectos sensíveis do cotidiano, desde que rendam boas conclusões a respeito do comportamento humano e melhorem sua compreensão.

Numa primeira etapa, dados de criminalidade, tráfico de drogas e inusitadas correlações identificadas, sempre fundamentadas em levantamentos consistentes e passíveis de análise.

Em seguida, a educação dos filhos, as influências possíveis dos pais no rumo das vidas das crianças, outra avalanche de surpresas bem distantes das opiniões do dia a dia.

Seja qual for a área, Steven esbarra em preconceitos e tece teses de difícil digestão para grande parte das pessoas, ideias um tanto ásperas para aceitar, apesar das evidências relevantes.

Seguimos assim, neste pé atrás, ariscos com as extensões das inferências construídas, das consequências possíveis, ainda que a economia e a estatística balizem cada passo dado na discussão.

Cheguei à página 134
Avaliação : 4

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Freakonomics

Desvendar os mistérios da nossa natureza sempre rende um bom enredo, empreitada que Steven não deixou por menos, com propriedade e em formato extremamente acessível.

Como ferramentas, economia e matemática dos fatos, uma tradução lógica e estudada das cenas ocultas aos olhos do senso comum.

Partimos com a análise da motivação humana e sua influência nas relações, seu poder de converter até os mais honestos, mesmo sem que percebam.

Em outra abordagem, seguimos com o peso do controle da informação e a utilização do medo na indução de comportamentos ou como armas nos jogos do cotidiano, artifícios poderosos nem sempre conscientes.

As análises do autor sempre fundamentadas, aliadas ao texto agradável, convencem sem grande esforço, mas nunca é demais ficar atento às possíveis falácias de tanta certeza e inferência.

De olhos bem abertos continuamos entusiasmados em descobrir quais cantos ele ainda descortinará...

Cheguei à página 68
Avaliação : 4

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Eu Amo Café - p.280

Célebre e cultuado, o espresso chega para encerrar com a devida glória a jornada de experimentação, capítulo a parte para iniciados e motivo de bastante estudo.

Além de suas características e histórias, apreciamos um pouco da arte do barista e seus truques, simples à primeira vista, certamente pedregosos na primeira execução.

Encerramos com um desfilar de receitas, das mais variadas, para todos os gostos, contato para aguçar a imaginação e plantar o ímpeto de mal poder esperar para testar.

Não fosse suficiente, ainda recebemos pistas e orientações do uso de caldas e cremes, sem falar em outras experiências inusitadas em fórmulas geladas, congeladas, alcoólicas ou exóticas.

Findo o passeio, agora nos resta estudar e praticar apoiados neste sólido manual para extração dos melhores sabores e aromas deste néctar tão apreciado por aqui em nossas paragens.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

sábado, 30 de novembro de 2013

Eu Amo Café

Aromas, blends, ahhhh... o café!

Traduzido em inúmeros ângulos pela autora, visitamos tecnicidades relativas ao seu trato, assim como aspectos de sua história, geografia e comércio.

Direto, objetivo, conduzido com elegância, o livro nos introduz no universo de sua apreciação, traz novidades e confirmações, pérolas de informações adicionais para a coleção dos fãs.

Por hora percorremos métodos diversos de preparo, com vantagens e desvantagens, tempos e moagens, legítimo manual de procedimentos e conceitos para baristas amadores.

Com algum bocado de trajeto ainda a percorrer, vislumbramos mais preparos, receitas e dicas, atentos e a postos para colocar as novas lições em prática.

Cheguei à página 75
Avaliação : 5

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A Natureza Humana Existe

Desvendar a natureza do homo sapiens ou, como gostaria o autor, do homo sapiens sapiens, tarefa ousada tratada com naturalidade e propriedade, expressão de experiência e inspiração.

No estilo de um blog, os capítulos entregam doses homeopáticas de nossa condição, a luz dos princípios da evolução e da psicanálise, enfoque interessante e provocador.

Despertar para alguns, extensão para outros, as visões construídas ilustram claramente o quanto somos humanos, demasiadamente humanos, sem escapatória.

Com os pilares erguidos, Francisco aproveita para tecer outras linhas, extrapolações dos conceitos, uma escapadela do tema central para discutir mais da psique, do instinto e suas consequências.

No caminho final diverge completamente no rumo, entre relatos de sua área de atuação e de seu cotidiano, descontração bem-vinda, mas com outros interesses, um tanto desfocada.

Enfim, entre idas e vindas, seja pela discussão ou pela digressão, nosso missivista aponta e exemplifica por si quanta natureza humana existe em cada pessoa, até mesmo naqueles (ou justamente naqueles) em que sobre ela refletem.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Wayne de Gotham - p.270

Inimigos, parceiros, locais, todos os elementos do universo de Gotham se apresentaram para construir ambientação perfeita na história do homem-morcego.

O ritmo alucinante não deu trégua, bem ao estilo do Cavaleiro das Trevas, com ação e desvendares a cada página, a cada nova cena, a cada peça encaixada.

Ainda que algumas hipóteses acabaram confirmadas, as principais revelações surpreendem, emocionam, aguçam a imaginação numa viagem fantástica às sombrias ruas da cidade fictícia.

Encontramos os elementos psicológicos, as estruturas narrativas bem arranjadas, as motivações e histórias magistralmente orquestradas na composição densa da trama.

Diversão pura, êxtase de fã, essa nova peça da saga de Batman garantiu lugar inalienável na memória e na estante, para outras visitas e quem sabe futuros ganchos de outros desenrolares.

Pena acabar tão rápido, ou nos fazer viajar tão freneticamente, mas sempre há esperança de mais iniciativas do autor ou quem sabe de uma adaptação cinematográfica.

Excelente!

Cheguei ao final
Avaliação : 5

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Wayne de Gotham

Cenas rápidas, eletrizantes, tensão em alta, desde o começo somos envolvidos numa trama bem ao estilo do homem-morcego, com todas as sombras, com todo o mistério.

Aos poucos descobrimos cacos do quebra-cabeça, assim como Bruce, tateando em eventos nunca antes revelados do passado de sua família e de sua cidade.

A estratégia adotada na abordagem, em criar sobre as lacunas da biografia do Batman, sobre os elementos de sua formação, que agora refletem em seu presente, adiciona um gosto especial no acompanhar da história.

Avançamos bastante na coleta de informação, talvez um ou outro palpite já possamos arriscar, mas poucas certezas surgiram e a atenção não pode ser desviada em momento algum.

Difícil pausar nestas condições, instigados pela aventura e pela construção narrativa, ávidos por curtir bem de perto os desenrolares deste thriller tecido sobre medida para os fãs.

Cheguei à página 126
Avaliação : 5

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Ensinando a velejar - p.158

Preocupado em apresentar sua tese, o autor antecipa o tecer de conclusões e acaba por enfatizar as relevâncias do profissional de educação física, muito mais do que fundamentar a validade de seu método.

Finalmente chegamos à técnica de ensino da vela em si, descrita e apresentada detalhadamente, com inúmeros comentários valiosíssimos extraídos de sua experiência pessoal.

Bem sistematizado, o processo gradativo de envolvimento no esporte parece capaz de cunhar bons esportistas, principalmente os mais jovens, pautada em exercícios interessantes e conteúdo bem pensado.

Aos professores ou profissionais da área resta experimentar, ou aos entusiastas e curiosos da vela pescar uma ou outra boa ideia de prática ou reforço conceitual.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Ensinando a velejar

Clara e adequadamente direcionado aos interessados no ensino da vela, o autor prepara a recepção com um resumo bem acabado da história do esporte.

Nos dois capítulos seguintes discorre sobre o ensino, filosofia da educação, sem grande ênfase nas atividades marítimas, focado na mecânica do educar um pouco além da conta.

Pausamos a leitura quando a questão da vela começa a retomar o protagonismo, com a apresentação da metodologia empregada em sua pesquisa e as prerrogativas de suas teses.

Certamente singular em sua área de trabalho, apesar estarmos apenas a meio caminho já podemos notar sua relevância e propriedade no estudo e divulgação de suas técnicas de ensino.

Cheguei à página 72
Avaliação : 4

terça-feira, 19 de novembro de 2013

O Brasil como Problema

Direto, sem papas na língua, Darcy não enrola para se posicionar e deixar muito claro suas opiniões sobre os problemas inerentes à nossa situação nacional.

Sua consistência e lucidez derrubam qualquer cinismo posterior de qualquer pessoa insistente em não reconhecer o poder e simplicidade de sua percepção.

O principal de sua mensagem permanece gravado e ecoa em sua obra, como apresentado e repetido neste pequeno livro, em uma síntese poderosa de longa e fundamentada experiência acadêmica e de campo.

Lá pela metade do texto o autor diverge para relatos de sua biografia, foge ao título, ou talvez não, uma vez que sua história se funde com a brasileira, influência indiscutível na formação e rumo do Brasil contemporâneo.

Testemunho-testamento, o livreto cumpre sua função de fomento aos desejosos e ciosos de entender e participar a construção de nossa pródiga e miscigenada sociedade neo tupiniquim.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Atlas Mundial do Vinho

Técnico, didático, ilustrativo e saboroso de ler, assim começa nosso livro neste longo desbravar do mundo do vinho, da arte de sua apreciação.

Em textos bem claros percorremos todos os princípios, das origens, da produção, dos serviços à degustação, informação na medida para fãs interessados em conhecer mais.

Referências não faltam, nem fotos e ilustrações, material suficiente para boas horas de atento estudo e absorção, além de muito repensar em nossa relação com a bebida.

Diversão aos montes para explorar, aprender e exercitar, sem falar na proteção essencial e poderosa contra os discursos de enochatos.

Pelo andar da carruagem, há ainda muita coisa por vir, basta apenas continuar e curtir o passeio, com calma e disposição para o portentoso número de páginas pela frente.

Cheguei à página 51
Avaliação : 5

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Minha Breve História

Quem dera Galileu Galilei ou Isaac Newton tivessem tido a oportunidade de escrever sobre sua própria vida, suas memórias, suas impressões de experiências e fatos de sua formação...

Em tom singelo, quase pueril, com pitadas de discurso bem humorado, Hawking registra um breve repasse de sua vida, esforço de próprio punho, desejo de expressão indiscutível, oportunidade única para apreciação.

Sem grandes preocupações ou pretensões, o autor não se aprofunda muito, relata superficialmente, longe das esmeradas empreitadas de biógrafos profissionais, mas consegue pintar um cenário compreensível, acessível, humano.

Curiosamente, e nem um pouco surpreendente, ele se dedica próximo ao final em discorrer sobre algumas teorias, até com maior minúcia, seu desenvolvimento e importância para compreensão da ciência. Não poderia ser diferente com alguém cuja biografia se mistura indelevelmente com a historiografia do conhecimento ocidental.

Leitura leve e agradável, o contato com suas memórias nos permite vislumbrar a pessoa por trás do mito, o pouco de cada um de nós possivelmente presente no âmago dos grandes gênios da humanidade.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

O Povo Brasileiro - p.476

Encerramos a maratona pelo curso da história nacional com a apreciação de um último perfil, o Brasil sulino, descrição feita nos mesmos moldes das anteriores, no mesmo tom.

Para concluir o portentoso volume, um contrastante rápido encerramento, pleno de ovação das boas perspectivas latentes no bravo gigante adormecido.

Tendencioso aqui, repetitivo em muitos outros ali, o livro concentra imenso e trabalhoso registro de não menos complexa e rica sopa da nacionalidade brasilis.

Faltaram verve literária, didatismo e arquitetura de ideias para expor o imenso mosaico de nosso povo e suas vertentes, mas indiscutível valor histórico salta aos olhos a cada virada de página.

De repente, em outra época, em divisões menores, encontraríamos o mesmo precioso conteúdo em formato mais acessível e convidativo.

Seja como for, o contato com este ser vivo se faz obrigatório para quem deseja compreender o intrincado quebra-cabeça de nossa ancestralidade, nem que seja por um simples resvalar em tão hercúleo trabalho.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

terça-feira, 12 de novembro de 2013

O Povo Brasileiro - p.403

Chegamos a uma apresentação mais estruturada, com a apreciação de perfis do nosso povo (o caboclo, o sertanejo e o caipira), seu ambientes e desenvolvimento, sua participação na sopa social em construção.

Rico em detalhes, o texto continua esparso, oscilante, meio sem a coesão de uma teoria, com tese, com poder de síntese, com fundamentação clara.

Por vezes nos pegamos sem o devido senso do tempo, por outras vezes esbarramos com opiniões tendenciosas de cunho ideológico, sem isenção, sem a devida distância própria da análise científica, com constantes repetições de fatos e enfoques.

As seções, os capítulos, se encerram inesperadamente, como que por exaustão, mais do que pelo alinhavo de ideias e compartimentação do caminho.

Mantidos atentos pelo belíssimo e amplo panorama exposto, seguimos viagem sem grandes expectativas de mudanças ou surpresas no estilo, no rumo ou nas conclusões.

Cheguei à página 403
Avaliação : 3

domingo, 10 de novembro de 2013

O Povo Brasileiro - p.304

Chegou a hora da discussão de classe, cor e preconceito, com um salto na cronologia para tempos modernos, seguida de uma volta aos primórdios de nossa história, um vai e vem no esmiuçar da condição dos negros no processo e sua influência em nossa formação.

Passamos então para a discussão com enfoque histórico, apesar de continuarmos muito mais no aspecto sociológico, uma mistura de fatos coletados no grande mosaico de reflexos do povo em constituição.

Há certa instabilidade na linha de pensamento, uma incerteza a aflorar, certa falta de objetividade, aliada a pitadas de certo ranço, exposição afirmativa com ares de desabafo.

Nos finais dos capítulos sobram fiapos, faltam amarras, o acabamento, a nítida percepção do reflexo do tempo de concepção do livro e sua extensão no registro realizado pelas páginas.

Muitas afirmações e discussões se repetem, voltam com mais detalhes, mas sem grandes agregações ou evolução no contexto, um ritmo meio penoso de acompanhar apesar do interesse despertado constantemente pelas questões levantadas.

Seu inegável mérito no posicionamento histórico sucumbe por vezes a um forte viés ideológico, carente de afirmação e insistente em aparecer.

Cheguei à página 304
Avaliação : 3

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O Povo Brasileiro - p.201

Ainda na questão étnica, seguimos para apreciação da influência dos negros, surpreendentemente com participação em grau bem diferente do suposto pelo senso comum inicialmente.

Partimos então para os aspectos socioculturais, mas com ênfase inicial na força dos movimentos de revolução, apesar do ímpeto na descrição ser breve.

Em meio a tais argumentações, volumosa descrição de fatos econômicos e geográficos, por enquanto sem a clara conexão entre as duas abordagens, tão somente o relato histórico da evolução do país.

O tom da apresentação continua, um apanhado de inúmeras evidências históricas, referências de diversos autores, mas com a sensível falta do arremate, a tese a defender, a síntese.

Dúvida mantida, dos destinos do trabalho e das causas desta aparente oscilação em torno de temas, da imprecisão, aguardamos esperançosamente melhores momentos, admirados da farta informação colecionada.

Cheguei à página 201
Avaliação : 4

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O Povo Brasileiro

Portugueses, índios e negros, pilares esboçados na introdução para erigir o ideário de Darcy sobre as origens de nosso povo, seus matizes e características.

Por sinal, também interessa o breve discurso sobre a concepção e construção da obra em questão, seus tempos e motivações, suas dúvidas e decisões, biografia do pensador embutida no trabalho.

Nesta primeira parte assistimos a história com atenção especial aos índios, os gentis primevos desta terra, com o cenário da sua vida à época do descobrimento.

Não poderiam ser deixados de lado os colonizadores, também ambientados para possibilitar a completa compreensão das relações que surgiriam.

Com grande destaque conhecemos o cunhadismo da cultura indígena daqueles tempos, um dos principais motores da miscigenação e integração daqueles povos.

Lutas culturais, religiosas, embates biológicos, inúmeros fatores descritos nos primórdios da nossa história, pequenas contribuições em uma extensa historiografia.

O estilo do autor tem suas idas e vindas, suas reentrâncias, diversas retomadas de assuntos já mencionados, quem sabe causadas pela longa cronologia da escrita do livro, mas sem influenciar em sua apreciação.

Árduo trabalho, árduo estudo, galgamos pequenos e iniciais passos, com imensos horizontes pela frente e muitas ideias a acolher.

Cheguei à página 105
Avaliação : 5

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Yoga Postural

Prático e direto, o autor deixa claras suas intenções na introdução, sem nos permitir grandes expectativas, ao menos para os iniciados na matéria.

Sucintamente apresenta conceitos da Yoga, suas relações com a dinâmica postural, mas grande entusiasmo, sem um convite mais enfático para a adesão ao estilo da prática.

Os capítulos desfilam suas tecnicidades, bem resumidos, um manual de instruções compacto para seguir orientações à risca, ainda que elas não tenham muitos detalhes.

Sem dúvida o livro cumpre seu objetivo, sendo bem acessível, bem simples, inclusive nas atividades propostas, com grau baixo de dificuldade na execução.

Silvio ainda arrisca um breve texto sobre pranayama e um desnecessário glossário dos nomes em sânscrito, apenas para concluir com o tom didático e minimalista, típico de um introdução ou pequeno excerto.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

terça-feira, 29 de outubro de 2013

A filosofia da adúltera

Logo de início, para mostrar a que veio, Pondé se posiciona na contraposição, no desafio ao método, na bem-vinda e sólida provocação para abalar os bons mocismos.

Aliás, hercúlea tarefa só mesmo corajosos enfrentam: destilar Nelson Rodrigues para ajudar em alguma aproximação com a alma daquele filósofo selvagem, captar ao menos algum lampejo de sua luz.

Em capítulos curtos, sem papas na língua e com muita objetividade, ele nos solapa com as visões e interpretações do universo rodrigueano.

Como nó central, a escolha da adúltera e seus símbolos sustenta o gigantesco arranha-céu de ideias, instigantes e cruas, realistas até o último fio de cabelo.

Acabamos por descobrir um sem número de equívocos, umas tantas outras ilusões, para no mínimo nos olharmos, incomodarmo-nos e, quem sabe, procurar escapar um pouco da inércia do cotidiano e do status quo.

Unânime com o mestre, nas concepções nem de longe unânimes com os modernos tempos contemporâneos, delicia poder ler alguma posição contrária, observar a possibilidade de algum caminho diverso de toda a unanimidade presente.

Assaltados por esta avalanche de postulações, inferências e experiências, certamente muitos apenas torcerão o nariz, mas feliz daquele que no mínimo consiga inspirar algumas doses destes outros aromas.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

O Ventre dos Filósofos

Diga-me o que comes e te direi o que pensas, talvez seja a melhor síntese da abordagem sugerida pelo autor em sua análise do pensamento filosófico.

Diógenes, Rousseau, Kant, Fourier, Nietzsche ou Sarte, seja qual for o pensador, bem poderia se qualquer um de nós e nossa expressão através dos gostos, o enfoque similar permite relativa apreciação das variadas vertentes.

Onfray relata o paralelo de suas dietas com suas ideias, descreve de alguns suas obras diretamente a tratar da dieta, percorre um caminho amplo, apesar de pouco se aprofundar nas discussões.

Em meio à diversidade de exemplos, se faz importante notar a constância na negação dos exageros quantitativos, uma parcimônia no trato, comum entre todos os filósofos visitados.

Porém, para nossa frustração, ele apenas discorre, apresenta, histórias e eventos, sínteses de teorias, sem propor teses ou procurar tecer soluções, pouco resta além do extenso relatório.

Sua conclusão se reveste de certa graça para resumir, agregar as diversas linhas, mas perde intensidade rapidamente, se apaga sutilmente legando referências e estímulos para novas buscas.

Definitivamente faltou tempero, um pouco mais de sal, quem sabe pela ousadia da empreitada, ou pelo estilo do missivista, para saciar nossa gula e provocar um gostinho de quero mais.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

As melhores histórias de Sherlock Holmes

Elegante, leve, bem-humorado e perspicaz, o conjunto de contos em questão deixa transparecer tais adjetivos, na personalidade de Holmes ou no excelente texto de Sir Conan Doyle.

Watson como narrador sempre impagável, representa eloquentemente algo como nossa participação, sem tantos dons, sem tanta inteligência, mas sempre com a fidelidade irrepreensível.

As cinco histórias congregam estilos variados, temas, cenários e abordagens bem sorteados, porém com a indefectível marca das aventuras do mestre de Baker Street, frutos da inventividade do autor londrino.

Em especial, devemos destacar o quarto conto, surpreendente e determinante, chega a nos deixar meio sem chão, desnorteados com seu inesperado desfecho de destino maligno.

Proveitosas horas de leitura repletas de deleite, o pequeno compêndio certamente agradará fãs e iniciantes egressos no universo da célebre dupla de destemidos investigadores.

Cheguei ao final
Avaliação : 5

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Histórias Extraordinárias - p.430

Expectativa frustrada, a ficção científica não virou nem ciência, nem terror, somente acrescentou mais ideias fantasiosas numa jornada bem descabida.

O terror e as sombras ficaram bem lá atrás, seguimos para obstinada caça ao tesouro, com lógica bem engendrada, divertida na medida e com planejadas surpresas pelo caminho.

Já não variassem o bastante os estilos, a história seguinte se apresenta como aventura marítima, com alguma apreensão, tensão na ação, mas muito curta para envolver.

Encerramos com outro conto soando a sci-fi, em torno de autômatos e os desafios da humanidade em aceitá-los, insistência em negar suas possibilidades e representações.

O livro nos apresenta um amplo panorama da produção de Poe, passível de apreciação de sua notória habilidade em contar história, elaborar enredos e personagens, sempre com regularidade patente.

Boa pedida para adentrar em seu universo, apreciar seus textos e descobrir muita luz além das suas famosas sombras e penumbras.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Histórias Extraordinárias - p.319

Mais um conto de mistério, porém sem o mesmo viço de seus antecessores, por sinal com muito menos, mais sem graça, mais discurso sem muitas emoções.

Depois contos de terror, cheios de presença do sobrenatural, para assustar os mais inocentes ou, quem sabe, algum mais crente nos poderes do outro mundo.

De repente linhas de tensão psicológica, parágrafos a remexer com medos ocultos, situados na Idade Média e seus assombros, uma solitária tortura com contornos bem definidos.

Para encerrar o trecho, uma história fantástica com ares de ficção científica, apesar da ciência ficar de lado e contar com muita, mas muita mesmo, imaginação.

Única permanência no decorrer do livro, a narrativa bem construída e envolvente brilha aos olhos, e à mente atenta, instigada e curiosa pela surpresas dos próximos folheares.

Cheguei à página 319
Avaliação : 4

sábado, 19 de outubro de 2013

Histórias Extraordinárias - p.208

Com certo alívio presenciamos uma guinada no estilo das histórias, agora com duas representantes dos contos de mistérios, cheios de engenhos e armadilhas de lógica.

Dignos de Poirot e Miss Marple, o desvendar dos casos segue uma trilha de pistas e deduções, tudo bem amarrado e surpreendente, em dois estilos bem diferentes.

Indiscutível a habilidade de Poe na narração, nos conduz com ritmo, clareza e precisão, prende a atenção a cada linha, a cada nova página.

Somemos ainda detalhes científicos na elaboração dos enredos, um jeitão CSI vindo lá do século XIX, para enriquecermos o cenário e intensificar a admiração por sua redação.

Esperamos que os contornos continuem com tais cores melhores, ainda que plenos na soturnidade devida, emocionantes thrillers a incutir tensão e expectativa, além de recuperar o ânimo para continuar a leitura.

Cheguei à página 208
Avaliação : 4

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Histórias Extraordinárias

Obscuro, tétrico, vil, assustador, por mais adjetivos que encontrássemos ainda talvez estivéssemos bem distantes em expressar todos o espanto com a expressão da alma do autor.

Até imaginávamos o tom soturno de seu discurso, mas surpreende a transparência em expor as ideias e situações mais sombrias, quase inimagináveis.

Tamanho baixo astral me fez pensar em desistir da leitura, evento raro, somente dissuadido pela curiosidade do ineditismo relativo a sua célebre obra.

Seu texto tem ritmo, força, clareza, características a intensificar o nó na garganta, o aperto no estômago, verdadeira torrente de imagens nebulosas, oriundas de algum recanto de sua psique há muito privada de luz.

Plausíveis ocorrências da mente humana ou desvios e devaneios do id perturbado de uma pessoa? Talvez descubramos mais nas próximas páginas, no tatear cuidadoso por estas incursões em terreno tão desagradável.

Cheguei à página 108
Avaliação : 4

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Novos horizontes no estudo da linguagem e da mente - p.364

Mente, cérebro e consciência, cernes da discussão a provocar muitas questões, mas poucas respostas definitivas, quem sabe acaso nem elas existam ou estejam sob grossas camadas a prospectar.

Chomsky discute intensamente o método científico, a obtenção de conhecimento em nossa cultura, compara áreas da ciência e sua evolução, porém pouco oferece em evidências de suas ideias, mesmo porque seu objeto de estudo não facilita tais prospecções.

Há certa persistência em torno de determinadas visões da filosofia da linguagem e seus paralelos no saber / exploração humanos, as linhas, os parágrafos e textos passam, porém se mantém a sensação de estar no mesmo lugar.

Vasta lista de exemplos e situações oferecidos propiciam considerável material para reflexão e ilustração, especulam minúcias e escavam os indícios a exaustão.

Conhecido o conjunto de artigos, bem poderíamos pinçar um ou outro para estudo isolado, sendo provavelmente suficiente para exploração com tênues ênfases distintas.

Certamente servem como rica referência para trabalhos na área de estudo, não muito recomendados para os incautos não iniciados, sujeitos a tropeços e íngremes caminhos a trilhar.

Ao final, apesar da proveitosa leitura, se mostra difícil a chegada em algum termo, assim como difícil se faz a distinção das nuances e sutilezas na expressão homo sapiens.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Novos horizontes no estudo da linguagem e da mente - p.192

Discussões densas, debates árduos, cruzamos a fronteira da mera divulgação científica e adentramos em questões acadêmicas bem específicas.

Primeiro abordamos o significado, significantes e a interpretação da linguagem, bastante filosofia para garimpar algum entendimento em regiões nebulosas.

Logo após, sem podermos tomar fôlego, travamos embate com as ideias sofre mente e cérebro, naturalismo e metafísica, pontos e divergências de difícil solução, capazes de acalorar antigas desavenças.

Interessante notar a capacidade de inferir a partir de análise gramaticais, estudo de comportamento e proposição de cenários e analogias.

Aliás, as linhas e parágrafos se enriquecem com diversos paralelos traçados com outras ciências, outras épocas, mostra inequívoca da universalidade e interdisciplinaridade dos temas e dilemas, das ânsias a resolver.

Caldo engrossado, atenção redobrada, esforço maior, o melhor aproveitamento de seus conteúdos certamente necessitará de outras leituras, outras visitas e muita reflexão.

Cheguei à página 192
Avaliação : 4

domingo, 13 de outubro de 2013

Tudo Sobre Fotografia - p.576

Término da jornada, uma epopeia acompanhada, chegamos muito próximos dos últimos anos e seus acontecimentos, mostra da atualidade e preocupação na cobertura do assunto na obra.

Diversa e dispersa, a permear todo cotidiano e expressão humana, apreciamos a evolução da arte fotográfica com requinte e primor no registro.

Espantosa amplitude encampada, seus pequenos textos não deixam de esmiuçar com a atenção devida cada autor, tendência, movimento ou estilo.

Para ler aos pedaços ou travar paulatina escalada cronológica, em velhas ou novas visitas, seja qual for a escolha, certamente aproveitaremos um delicioso passeio de instrução e deleite.

Aos amantes desta arte ou aos apenas curiosos de sua história, uma referência permanente, dedicada e merecida homenagem aos poetas e arquitetos da luz.

Cheguei ao final
Avaliação : 5

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Novos horizontes no estudo da linguagem e da mente

Bem recebidos por excelentes prefácio e introdução, recebemos um convite promissor com um belo panorama do interessante caminho a percorrer.

O primeiro capítulo/ensaio resume adequadamente as perspectivas trazidas por Chomsky, novas e antigas, para quem nunca contatou suas ideias ou mesmo para quem chega em mais uma visita.

Em seguida, em um viés mais acadêmico e iniciado, apreciamos os mecanismos do uso/construção da linguagem, muitas questões estimuladas, muitas postulações para refletir.

Universal, interdisciplinar, genial, o autor navega da filosofia à biologia, de forma acessível sem ser trivial, traduz conceitos complexos em linhas digeríveis aos pobres mortais.

Denso e instigante, galgamos pequenos degraus para na escalada das páginas do livro, a apreciar o conhecimento observado e produzido por este grande pensador.

Mal começamos e a expectativa já aponta para a estratosfera!

Cheguei à página 96
Avaliação : 5

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O Livro Branco


Justa homenagem ao Fab Four, mesmo não sendo a mais fantástica ou genial, os textos combinam variados estilos e enfoques para celebrar suas as canções.

Assim como a vasta antologia musical do grupo, os ânimos e emoções flutuam em vertentes bem ao passo das composições, de sua época ou inspiração.

Tão rico tesouro só podia gerar tão rica exploração, por vezes inusitada, inesperada, a nos conduzir em novas descobertas sobre seus significados.

Os autores apresentam mais ou menos intimidade com a obra dos Beatles, mas todos cumpriram com habilidade a tarefa de remixar em linhas suas melodias.

Fãs do quarteto certamente se empolgarão, se entusiasmarão a cada página virada, cada personagem apresentada, mesmo porque até os não iniciados acabam capturados pelo ímpeto e força da coletânea.

Experiência marcante em muitos aspectos, a imersão neste universo pode resultar apenas em curtição ou em mais referências e ganchos para outras empreitadas.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Rock Book - p.208

O rock ficou para trás, em algum momento desta segunda e última parte, esquecido pelos cantos das páginas, raramente lembrado e premiado com a devida importância.

Alguns contos até se mostraram interessantes, com certa verve, maturidade, outros nem contos talvez pudéssemos titulá-los, tal sua forma, estilo, comprimento ou enfoque.

No máximo, de maneira bem otimista, concordaríamos com a existência de certa atmosfera, certa pegada, mas apenas isso, bem pouco frente aos ímpetos iniciais.

Difícil teorizar os motivos de tamanha guinada, talento não parecia faltar, nem contribuições de reconhecido e premiado valor, promessas frustradas compensadas somente por esparsos lampejos de inspiração valiosa.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Rock Book

Sinceramente, o organizador não convence muito em seu prefácio, apesar do claro entusiasmo, boa vontade e empenho demonstrado em suas palavras.

Felizmente os contos falam por si, mais alto, demonstram a maturidade de seus autores e a riqueza de seus universos, bem diversos, heterogêneos.

Alguns tratam da música propriamente dita, e suas referências, outros possuem apenas a atmosfera rock'n roll e ainda há aqueles com estilos, bandas e épocas como cenário.

Sortidos e engenhosos, mais curtos ou mais longos, o conjunto até o momento bem harmônico envolve e diverte, soa como um repertório de tema musical.

Com variada habilidade, por vezes com toques de genialidade, suas páginas, linhas e ideias formam um compêndio de contos distinto, de encher os olhos.

Pelo jeito, devemos aumentar o volume e curtir a jornada, quem sabe numa moto com jaqueta de couro...

Cheguei à página 68
Avaliação : 4

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O Planeta Duplo - p.231

Última constatação, em todos os livros até agora apreciados o desfecho ocorre meio repentino, rapidamente, sem grande tensão ou dramatização na solução dos mistérios.

Aliás, o segredo desta vez veio com ares comerciais, como uma estratégia do mundo dos negócios, e deixa tênue a separação entre bons e maus, mocinhos e vilões, se acaso um dia fosse possível classificá-los.

Um toque de magia colocado nos eventos finais desloca o rumo da ficção científica, ainda que numa aventura espacial, faz pendê-la mais para a linha de contos fantásticos e seus mecanismos mirabolantes.

Valeu mesmo o sarcasmo das páginas finais, o castigo impingido a Ramus com requintes bem humorados na vingança de Jardal, uma novidade para nós nas construções do autor.

Fim de outra "sessão da tarde", depois de três exemplares de Vance pudemos contatar razoavelmente sua obra e apreciar seu estilo bem característico e divertido.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

O Planeta Duplo - p.176

Envolvido e a nos envolver, Jardal se aprofunda na trama, ganha importância, desafia pessoas, costumes e preceitos, com perspicácia e certa audácia se fortalece.

Crescente de acontecimentos, como em outras tramas do autor, alguns horizontes despontam sem deixar os ares completamente descritos.

Em tempo, mesmo sem grande relevância, o sistema judiciário do planeta duplo merece destaque, com sua engenhosidade, bem como suas já anunciadas possibilidades de falha.

Com tantos fatos colhidos até o momento, quem está do lado de quem, quem revele e quem esconde suas intenções, quais os reais motores de seus atos?

Bom ritmo, texto leve e desenvolto, prosseguimos na diversão e aguardamos as revelações finais, certamente não muito surpreendentes, como é do feitio de Vance.

Cheguei à página 176
Avaliação : 4

terça-feira, 24 de setembro de 2013

O Planeta Duplo

Comprovadamente habilidoso na criação de mundos, tipos e culturas, Vance não deixa por menos neste exemplar e avança com todo fôlego na nova empreitada, logo de início.

Sempre inusitado, apesar de em moldes conhecidos, o universo apresentado traz novas relações, costumes, rapidamente construídos e ambientados.

O protagonista sem rumo, a caça de definições, subitamente se envolve numa trama maior, ainda meio nebulosa, mas direcionadora de seu destino, de seu horizonte, vórtice do destino.

Um tanto entrecortada no começo, a história ganhou mais homogeneidade, mais fluidez com o avanço das páginas, já nos envolve e captura no ponto em que chegamos.

Estilo e ritmo conhecidos, boa estrutura de aventura espacial, conflitos em muitos lugares, tudo conspira para continuarmos e apreciarmos mais esta obra do autor.

Cheguei à página 84
Avaliação : 4

Fundamentos da Fotografia Criativa - p.207

De nada adiantou qualquer esperança, o tom das páginas do livro permaneceu o mesmo, mercantilista, além de superficial ao tentar abordar uma vasta gama de aspectos.

O esquema apresentado, os pontos de atenção, as observações levantadas servem bem como guia para direcionamento, mas muito pouco além disso.

Depois de páginas e mais páginas de monótono formalismo, num mar de lugares comuns, encontramos um desajeitado e esdrúxulo apêndice sobre ética na atuação do fotógrafo

Acaso explorasse mais profundamente algum tópico da extensa lista elencada demostraria mais valor e conteúdo, mas infelizmente não foi o que aconteceu...

Cheguei ao final
Avaliação : 2

domingo, 22 de setembro de 2013

Um Sábado Qualquer ...

Ácido, crítico, sagaz, bem-humorado, quase respeitoso, o autor brinca com o sagrado sem profanar, conduz à reflexão e ao questionamento de forma divertida com inteligência destacada.

Sem perdoar qualquer passagem da história bíblica, as cenas sacadíssimas, cheias de sarcasmo, sempre contam com um toque de graciosidade do traço, algo quase com um carinho familiar.

Não fica pedra sobre pedra, a cada página virada uma nova surpresa, algumas de perder o fôlego e impossíveis de não chamar alguém para compartilhar.

Humor da melhor qualidade, a coletânea não segue cronologia ou estrutura rígida, mas recorta um conjunto representativo dos quadrinhos de Ruas, agitado e contundente.

Garantia de momentos de degustação da literatura quadradinha, estofados com filosofia cotidiana, terminamos com a certeza de outras visitas, além do desejo de conhecer novos e outros trabalhos, em um sábado qualquer...

Cheguei ao final
Avaliação : 5

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Fundamentos da Fotografia Criativa

De pouco valeu o entusiasmo inicial, rapidamente descobrimos que "criativa", no contexto deste livro, significa fotografia para fins profissionais, comerciais, meandros do mercado das imagens.

Nos primeiros capítulos, fundamentos explanados, vastamente coletados, dos mais diversos aspectos, mas, para cumprir esta meta, superficialmente tratados.

Até mesmo as páginas sobre composição e interpretação dos trabalhos se mostram interessantes, porém com uma insistente frieza e tecnicidade, objetos desprovidos de envolvimento.

Dali em frente, arte ou técnica ficam desfocadas, desfilamos por um rol de carreiras, papeis, funções, portfólios, abordagens comerciais, táticas de divulgação, armas e estratégias para penetrar neste universo.

É bem verdade que nem tudo é paixão, só que sobra a sensação de uma conversa de mercadores ou industriais do registro da luz, ávidos por poder abocanhar alguma fatia do bolo.

Pior ainda, provavelmente quase nada sugere podemos esperar mudanças de rumo até o final...

Cheguei à página 137
Avaliação : 3

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O Palácio do Amor - p.210

Só mesmo numa ficção o vilão conseguiria se esconder, se esquivar, com tantas minúcias e disfarces, se esgueirar permanentemente sem que ninguém o alcançasse, por tanto tempo.

Nesta última parte presenciamos menos deslocamentos, mais reflexões e tentativas de compreensão, sempre muito próximos do ponto de virada, com muita expectativa e uma bela dose de tensão.

A trama se resolve sem grande elaboração, sem um estofo mais volumoso, se limita a entregar os passageiros da aventura ao seu destino.

Falta um pouco de charme, frente a tanto engenho despendido na construção dos cenários, na condução do ritmo da escalada da vingança, ou ao menos alguma surpresa mais engendrada.

Compatível com o outro livro recentemente apreciado do mesmo autor, firmamos mais um pouco a imagem de uma leitura com ares de sessão da tarde.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

O Palácio do Amor

Vance definitivamente se encaixa na categoria dos hábeis criadores de mundo e cenários, elaborador de culturas e nomes, sempre com a dose certa de detalhemento.

Na cruzada do protagonista em perseguição ao seu alvo constrói perfis e situações, remonta o passado, num bem azeitado thriller repleto de estratégias e deslocamentos.

Em bom tempo, chegamos a um ápice, um possível encontro frente a frente com seus objetivos, mas parece que não será tão fácil assim.

Ritmo empolgante, fragmentos por todos os cantos, seguimos a jornada ávidos por novidades, desdobramentos, um tanto já torcedores pelo sucesso de Gersen, mesmo sem concordar plenamente com (ou entender) sua motivações.

Outra boa aventura interplanetária, clara representante de uma categoria da ficção científica, capaz de capturar nossa atenção, sejamos fãs ou não iniciados.

Cheguei à página 110
Avaliação : 4

Nave Escrava - p.167

Tanto empenho, tanto mistério, tanto jogo de cintura, para acabarmos em uma situação bem non sense, sem dependências da construção narrativa anterior.

Nem mesmo o grande destaque, envolvendo linguística e animais, ganhou a devida relevância no enredo global da história, sobrou como um penduricalho de ideias, sem grande força na trama.

De maneira geral, a aventura empolga, se encerra com um desfecho interessante, ainda que previsível, mas boa parte do esforço se mostrou inócuo.

Definitivamente, a melhor parte fica a cargo do tom sarcástico, meio jocoso, do jogo de diálogos, uma característica desperdiçada por um enredo mais fraco.

Ao final, valeu para conhecer uma amostra do texto de Pohl, além da diversão de acompanhar essa ficção meio científica e água com açúcar.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Nave Escrava

Futuro incerto, no tempo e no cenário, quem sabe nem futuro esteja, mas o número de incertezas certamente abala o protagonista, com a mão do destino a deslocá-lo.

Atuar em local secreto, sem saber exatamente em que, nem para que, limbo desafiador para a psicologia do marinheiro, assolado por lembranças e apegos ao passado.

O enredo envolvente aponta direções variadas, sempre com um tom sarcástico aos mandos e desmandos da vida, em um nó levemente kafkaniano.

Pouco de ciência se apresentou, a não ser uma ou outra extrapolação de teorias meio absurdas, mas o discurso bem humorado sustenta nosso interesse e nos coloca em torcida pelos desaventurados personagens.

Depois de muitas idas e vindas, finalmente alguns rumos e mistérios se definem, ainda que em comando de uma tripulação sui generes, outra fator de incerteza quanto ao sucesso da missão.

Difícil apostar para onde seguiremos, se descobriremos o inimigo real, se a guerra continua, se a existência de todos estes elementos é real... Com tantos "ses" assim fica impossível não prosseguir.

Cheguei à página 97
Avaliação : 4

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Marune: Alastor 933 - p.160

Sem grandes surpresas, a história seguiu seu curso naturalmente, sendo encerrada com um desfecho bem interessante, conduzido com mistério até o último momento.

A trama se mostrou menos engenhosa do que imaginamos, mas suficientemente arranjada para garantir bons momentos de leitura e diversão, principalmente para fãs da ficção científica.

Não encontramos nenhum conflito mais desafiador, uma ponta de filosofia que seja, um dilema humano intrigante, apenas um roteiro com ares de sessão da tarde.

De qualquer forma, vale a pena conhecer a obra do autor e aproveitar suas páginas de uma boa e velha aventura espacial, nos moldes mais clássicos.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Marune: Alastor 933

Boa ficção científica, ambientação interplanetária e uma bem medida pitada de mistério, ingredientes agradáveis para história, dispostos com habilidade pelo autor.

Apesar da narrativa linear, o enredo e seu desenrolar nos envolvem, permitem nossa imersão e prendem nossa atenção, sem espaço para monotonia.

Em sequência de eventos perturbadora, o protagonista busca encontrar as peças de seu quebra-cabeça, se deixa apresentar e conhecer, nos toma aos poucos como companheiros de jornada.

Pouco tempo leva para alguns descortinares, relações e identidades importantes, mas talvez miragens no deserto para desviar nossa atenção dos verdadeiros motores da trama.

Com leitura fácil e expectativa em alta, seguimos devorando páginas, curiosos pela revelação das motivações e verdades escondidas.

Cheguei à página 103
Avaliação : 4

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Filosofia do tédio - p.192

O vasculhar dos meandros do tédio seguiu ritmo bem marcado e didático, agora a observar sua fenomenologia, fundamentalmente apoiados em Heidegger.

E assim refletimos sobre humores e o tempo, componentes essenciais em nossas experiências pessoais com os infindáveis desfiares do cotidiano, desafio para qualquer pessoal.

Na última parte, Lars tece suas visões e observações, sob a luz das diversas referências percorridas, por vezes meio tímido, pouco afirmativo, mas objetivo e esclarecedor como em todo o percurso da obra.

Rodeamos, avançamos e recuamos, seja por onde o caminho se definiu, sempre encontramos a ideia de significado como centro gravitacional da discussão.

Apesar da ciosa procura, nem o autor, nem nós, pudemos obter soluções para esse mal contemporâneo, restando-nos apenas aceitar o inevitável perfil entediante da realidade a nos acometer.

Felizmente, realizar tais descobertas não se mostrou aventura nem um pouco maçante, nem mesmo perto de ser finita.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

sábado, 7 de setembro de 2013

Filosofia do tédio

Recepção serena, clima de calmaria, o convite para tratar de árido tema chega descontraído e bem preparado, nos apresenta os caminhos e as possibilidades a escolher.

Começamos com definições e entendimentos, olhamos por ângulos diferentes e variados para avistar as pontas e tatear o contexto.

Para melhor compreensão de sua estrutura, seguimos pela análise da topologia do tédio, sempre bem acompanhada de inúmeras referências a filósofos clássicos e escolas de pensamento.

Em busca de ilustração, Lars aborda a obra de diversos artistas, como Beckett e Warhol, expressões de almas entediadas em suas mais diferentes fontes, motivações e reações.

Claro e objetivo, num ritmo aprazível de discurso, aos poucos compreendemos as importâncias da novidade e do significado, sem cairmos em momento algum em curso entediante.

Esperamos que continue assim...

Cheguei à página 101
Avaliação : 4

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Histórias da Mooca

Memórias, reminiscências, ares de lembranças pessoais do autor, recortes de fatos sem o viés de pesquisa histórica, ilustração celebrativa de bons tempos de outrora.

Sem cronologia exata, os relatos surgem sem grande amarração, aleatoriamente, ocorrências semelhantes ao resgate psicológico do passado, ao sabor das conexões geradas.

Parte dos cenários descritos do bairro acompanha a evolução da cidade, biografia citadina da grande metrópole em frenética transformação e crescimento.

Para aqueles mais saudosos, um ou outro personagem célebre da região surge relembrado por Mino, contextualizado na narrativa em sua função, mas também sem grande envolvimento.

Com algumas reproduções fotográficas a ilustrá-lo, o livro registra um pequeno extrato da época, com algumas poucas impressões sobre sua sociedade e seus costumes.

Apesar da curiosidade desperta e a diversão de algum tempo de leitura, ao final de suas páginas resta-nos apenas a sensação do recebimento de um cartão postal remetido lá do passado.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

A Mais Pura Verdade Sobre a Desonestidade - p.280

Trapaceiros não obterão sossego tão facilmente, se depender da perspicácia e inventividade do autor e seus colaboradores na elaboração de teses, experimentos e verificações.

Espectro extenso de atenções, nada escapa de suas aguçadas análises: a influência da criatividade em nosso comportamento, o efeito contaminante da desonestidade e o peso do ambiente da colaboração.

Depois de tão vasta jornada, em crescente iluminação, um bem-vindo epílogo sintetiza magistralmente as ideias e linha de raciocínio, uma pérola de concisão e direcionamento.

Com admirável fundamentação e respeito ao método científico, Dan delimita claramente sua abordagem e aponta possíveis continuações, novas explorações, outros caminhos interessantes para trilhar.

Passamos longe de desvendar os motivos do nosso vil comportamento (aliás, isso nem figurava como preocupação do livro), porém ganhamos inestimável entendimento dos mecanismos envolvidos na tentadora e inescapável vivência das trapaças.

Consciência importantíssima no cotidiano, admitir e conhecer nossa falibilidade certamente renderá relações mais prósperas e alternativas frutíferas de atuação contrária.

Cheguei ao final
Avaliação : 5

terça-feira, 3 de setembro de 2013

A Mais Pura Verdade Sobre a Desonestidade

Mal começamos a nos preocupar, se esclarece o teor da tal desonestidade, mais para a tendência em ludibriar, muitas vezes sem má fé, um instinto inato do homo sapiens.

Partimos de uma teoria mais simples, de outro autor, para ganharmos parâmetros na investigação para entendimento desse viés contraditoriamente humano.

Dan estabelece os limites, identifica as características a contribuir, esmiúça o ambiente para desenvolvimento destas estratégias e comportamentos.

Estuda também as forças psicológicas envolvidas, nossa relação com nós mesmos, os auto-enganos e nossa fraqueza frente ao cansaço, nos descobrimos sujeitos demais.

Com texto ilustrado com diversos experimentos, relatos bem fundamentados e claros, vislumbramos quantas armadilhas nos esperam no cotidiano e o quanto nos equivocamos em nossas avaliações.

O horizonte começa a despontar e nos espantamos com sua amplidão, assim como com nossa ignorância a respeito de suas fronteiras.

Cheguei à página 114
Avaliação : 5

sábado, 31 de agosto de 2013

Tudo Sobre Fotografia - p.439

Ubíqua e perene, a fotografia se dilui em nossa experiência com a realidade, natural como tantos outros aspectos de nosso dia-a-dia, relevante como tantos outros instrumentos de nossa expressão.

Histórica, manifestante, documentarista, artística, complexa ou confrontadora, os inúmeros papéis a assumir se reproduzem com a mesma intensidade de sua adoção e absorção cultural.

Assistimos à sua evolução em movimentos, tendências, modas, páreos aos descortinares da odisseia humana, testemunha e companheira de nossas ideias e filosofias.

Além do registro escrito apresentado, impressiona a quantidade de reproduções de obras célebres, provavelmente outro esforço hercúleo na elaboração do compêndio, mais um motivo de admiração e deleite.

Cheguei à página 439
Avaliação : 5

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

MSP 50 - p.200

Impressionante variedade, expoentes de qualidade e criatividade, marcas significativas da importância concedida à reunião para celebrar uma vida prolífera de personagens e excelentes histórias.

Alguns personagens receberam mais atenção, talvez pela sua relevância, ou quem sabe por coincidentemente terem marcado as infâncias de tantos artistas, frutos de uma semente poderosa e promissora.

Certamente o homenageado se orgulhou do presente, além de poder apreciar e explorar novos ares, novas inspirações de estilo e de outros tempos, um saudável intercâmbio.

Passados os inesquecíveis momentos de diversão, sentimos o reforço da admiração, por Maurício e por todos os criadores visitados, alimento para o desejo de conhecer os outros MSPs.

Cheguei ao final
Avaliação : 5

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O Zen e a arte da escrita

Com estilo testemunhal, Bradbury desata a expressar todo seu âmago literário sem cerimônia, autêntico e sincero comove em sua descrição apaixonada do ato de escrever.

Percorre experiências pessoais e um arcabouço de ideias construídas ao longo da vida, sempre misturada à carreira, ato autoconsciente para poucos iluminados e inspirados.

Sem melindres técnicos ou truques de abordagem, ele expõe a paixão do realizar e expressar, original e fiel a seus próprios anseios, limites, vivências e desejos.

Sua faceta zen se revela na aderência completa ao respeito do ciclo da existência, do deixar fluir, acontecer, confiar na capacidade própria e não temer se apresentar.

Tão espontâneo, tão natural, que as últimas páginas se compõem de textos em versos, muito mais um manifesto da liberdade de expressão do que um manual de escrita propriamente dito.

Inegável a transparência de suas palavras e incontestável a presença dos elementos que transformaram aquela pessoa no grande e reconhecido autor de ficção científica.

Procuramos mais um livro sobre as agruras de grafar pensamentos e acabamos encontrando verdadeira ode de amor às letras e histórias.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Belènzinho, 1910 - p.296

Mais uma leva de personagens da época, comuns ou célebres, divertimento garantido assistir suas histórias e costumes, pintura da cultura, hábitos e papeis daqueles tempos.

Nem só de alegrias desfrutavam tais pessoas, a dureza das epidemias que assolavam o país ganha um breve relato, de tristezas e vitórias, cenário longínquo da atual realidade, mesmo com as mazelas atuais do serviço de saúde público.

Quase no final, uma ilustração do transporte na era das carroças e da tração animal, com o despontar da grande novidade dos primeiro automotores.

Na despedida o prezado missivista tece um apanhado geral de suas visões, com a comparação de sua contemporaneidade, lá nos idos anos 60.

Belo gancho para inspirar quem possa se aventurar a continuar árdua tarefa de registrar as memórias da região a partir de então, talvez até o começo desse nosso novo milênio.

Retrato saudoso de laços comunitários mais fortes, além do registro histórico, o autor nos lega pistas dos elementos para formação de raízes legítimas em nossa cidadania.

Cheguei ao final
Avaliação : 5

sábado, 24 de agosto de 2013

Belènzinho, 1910 - p.211

Extrato bem cuidado de uma época, assistimos a ebulição social com as indústrias, os avanços das relações trabalhistas, as organizações dos trabalhadores, as greves e até mesmo os bons industriais, ciosos da melhora da vida de seus empregados.

Noutro capítulo da história do bairro, da grande cidade, lembranças do rio Tietê e imagens difíceis de imaginar novamente, a recreação em suas águas, pescarias, dias de nado e muita diversão.

Aliás, aproveitar o bairro dizia respeito a inúmeras outras atividades, lemos sobre os bailes, as serestas ou o circo, encontro da comunidade, marcos e pilares da construção das relações de lugar, senso de pertencimento.

Para terminar esta parte, a descrição de inúmeros tipos, pessoas e profissões de outrora, meios e necessidades de um passado já remoto, certamente restrito em nosso tempo aos livros e registros.

Viagem no tempo deliciosa, acompanhar a narrativa do autor nos envolve na evolução do bairro, da cidade, do país, da sociedade, da própria vida cotidiana.

Cheguei à página 211
Avaliação : 5

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Belènzinho, 1910

Ao optar por entrelaçar sua própria história com a narrativa do livro, o autor enraíza os cenários retratados em tons bem pessoais sem deixar de lado o rigor da pesquisa documental.

Construído com maestria, o enredo passa por consideráveis terras vizinhas, algumas até bem distantes, para desaguar cheio de expectativas no tema da obra.

Banhados por uma enxurrada de referências e nomes conhecidos em tempos atuais, sonhamos aquele passado com imagens nítidas de um filme familiar, como aqueles guardados em super-8 nos armários da família.

Formação do povo, memórias das igrejas e fábricas, as vizinhanças e seu convívio, sentimos com se nosso próprio avô contasse fatos à mesa do Domingo.

O primor se nota pelo cuidado em apresentar os temas, como quando para falar das antigas e onipresentes vidraçarias, Jacob nos presenteia com o relato da origem milenar do vidro.

Passeio mágico por tempos remotos, aos conterrâneos do nosso presente (o texto data dos anos 60), um memorial imperdível, aos leitores de outras paragens, um convite para uma visita a experimentar seus centenários ares.

Ah... Belenzinho!

Cheguei à página 108
Avaliação : 5

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

A poesia completa de Álvaro de Campos - p.160

Talvez sejam as maiores extensões de então, quem sabe a falta de novidade, ou por acaso o estilo de outrora, mas a leitura perdeu parte de seu ímpeto, possivelmente outro dos males dos compêndios do gênero.

A expressão do autor continua lá, existencial, sombria, sem resposta do começo ao fim, marcante e pesada em cada linha tecida e cuidadosamente refletida.

Chegamos às últimas páginas no mesmo ritmo, sem surpresas, sem cerimônias, com o objetivo atingido, levemente mais próximos (ou íntimos) do cancioneiro do poeta e seus pensamentos.

Seja como for, vale a experiência, quem sabe melhor em próxima visita, mais concentrada e atenta, menos inocente dos caminhos a percorrer, mas certamente ainda incauta e irresoluta no encontrar dos porquês.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

terça-feira, 20 de agosto de 2013

A poesia completa de Álvaro de Campos

Sem muita cerimônia, nem apresentações, aportamos logo de cara com a densa poesia, em seu estilo sem frescuras, sem versinhos, mas repleta de ritmo e provocação.

Os textos ordenados alfabeticamente por seus títulos (escolha enciclopédica do organizador) variam em sua extensão e tema ao sabor do vento, sem nunca deixar de nos deslocar, nos tirar um pouco do centro.

Nem todos geniais, mas alguns luminosos, deslumbrantes, uma coletânea de obra completa proporciona esse panorama amplo, bom para revelar a humanidade do gênio.

Ao apreciar suas linhas, em cada pincelada do autor, sentimos a urgência pelo entendimento da existência e nos irmanamos em tal busca descomunal.

O levar de emoções e reflexões intenso parece com fôlego para nos conduzir até o final neste carrossel desafiador e delicioso, uma humilde tentativa nossa de aprendizado e compreensão do célebre poeta português.

Cheguei à página 78
Avaliação : 4

Esperando Godot - p.240

Agitada monotonia, o desenrolar do enredo nos captura misteriosamente, sem dar pistas dos motivos, das razões, apenas permanecemos expectadores, na expectativa.

Em verdadeiro purgatório, os protagonistas se encontram enroscados, em diversos nós, em engenhosas trocas de diálogos e ideias, um labirinto psicológico.

Rico em detalhes e orientações, o texto permanentemente constrói cenas claras em nossa imaginação, legítimo espetáculo da linguagem escrita, cheio de luz e recheio.

O livro ainda traz ao final um bom número de artigos sobre o autor e a obra, um ótimo bônus para contextualização e ilustração de incautos leitores.

Para aqueles desejosos por mais (ou atiçados pela descoberta), sugestões interessantes para leituras posteriores nas últimas páginas.

Finda a experiência, mal entendemos os motivos da saborosa recompensa da empreitada, meio desnorteados com o impacto das imagens, somente lamentamos sermos vítimas da mesma incerta espera por algo certamente vindouro um dia.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

sábado, 17 de agosto de 2013

Esperando Godot

Quando esperar é tudo que se pode fazer, muito pode acontecer, ou ao menos imaginar, como fez o autor, envolvente e instigante desde o início.

Aos poucos nos ambientamos agradavelmente, simpatizamos, repudiamos, torcemos por este ou aquele, nós também a espera.

Detalhado e minuciosamente descrito, o texto nos proporciona interessantes imagens das cenas, nos sentimos sentados em meio a plateia, a apreciar.

Relações e enredo ainda nebulosos nesta altura, esperamos e ansiamos pelos rumos a tomar desta paciente e movimentada espera.

Cheguei à página 84
Avaliação : 4

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Elogio da Loucura - p.138

Louca com somente a Loucura pode ser, não poupa acidez a ninguém, nem os mais bem estabelecidos pilares da religião de sua época, ou melhor, seus representantes e seu poder.

Claramente o autor destilou extensa e aprofundada observação em comentários espirituosos encarnados por aquela doce senhora, tão ciosa de seu papel no cotidiano.

Daqueles difíceis de negar, mesmo a contragosto, seu texto encurrala argumentos e defesas, ressalta nosso reflexo em frente ao espelho da realidade, ainda que uma realidade insana.

Longe da demência, a Loucura do elogio ressalta e reconhece a imperfeição de nosso ser, ainda que teimemos em aceitar e assumir essa deliciosa e essencial inconsistência.

Além de contatarmos um clássico do pensamento, podemos perceber em seus parágrafos a inspiração de outros tantos descendentes, nos mais diversos estilos literários e correntes de pensamento.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Elogio da Loucura

Consciente e direta, a Loucura se apresenta, por si mesma, com suas próprias palavras, sem papas na língua ou temores, para mostrar de cara para que veio.

Discorre sobre sua genealogia, sua presença na vida cotidiana e sua importância na doce insanidade da existência humana, nos mais diversos aspectos.

Meio jocoso, quase petulante, Erasmo escolhe um estilo e abordagem provocante, nos conduz ao questionamento de forma leve, além de deixar grande margem para o aprofundamento.

A presente tradução recebe bem seus leitores, orienta e documenta, faz seus adendos, derrama inúmeras referências em notas de rodapé, auxilia enormemente o aproveitamento da obra.

Divertido em suas linhas, depois de ambientados ao livro não vislumbramos grandes surpresas pelo caminho, mas certamente inspirados momentos de leitura e devaneio (assim como a pouco, em meio ao tumulto do horário de pico do Metrô paulistano).

Cheguei à página 73
Avaliação : 4

terça-feira, 30 de julho de 2013

Navegar é preciso

Verso, prosa, poesia ou ensaio, seja qual for a forma escolhida podemos encontrar um belo extrato do perfil de Fernando Pessoa no livro.

Mesmo sem sermos especialistas no autor, podemos notar a abrangência relevante dos textos selecionados, além de apreciar todas as nuances de suas facetas.

Verdadeiro passeio, com estilos para todos os gostos, navegamos pelo complexo mar do universo do pensador acompanhados de lampejos de suas ideias e reflexões.

Com linhas mais célebres, outras mais desconhecidas, avistamos o chamado para novas pesquisas, estudos mais focados ou mais próximos de nossas preferências.

Sempre comentado e bem dividido, o compêndio cumpre sua promessa, nos oferece breve e rica excursão pela obra do escritor, excelente introdução para não iniciados ou, no mínimo, curiosos pelo grande pilar da literatura mundial.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

quarta-feira, 24 de julho de 2013

A Revolta de Atlas (volume 3) - p.495

Talvez seja a época da autora, talvez seja a necessidade da trama, mas assistimos um longo e redundante discurso de John Galt, desafio para a paciência e determinação de qualquer leitor.

Em seguida, com a declaração aberta do confronto, um frenético thriller de conclusão, com considerável ação e conflito, ligeiramente destoante com o cuidado nas descrições de outros trechos.

A própria reação final da protagonista causa certa estranheza, soa incompatível, destoa de sua jornada, ainda que pareça condizente com as necessidades do desfecho do enredo.

Queixas à parte, possivelmente os incômodos sejam intencionais, denotação mais intensa das mazelas sofridas, realce do imenso peso suportado por tantos Atlas.

Com o devido empenho e persistência o prêmio final compensa, apesar de certamente muitos ficarem pelo caminho, desanimados pela dureza da jornada.

Extrapolações consideradas, exageros e extremos relevados, imperfeições e radicalismos perdoados, a grande mensagem da obra crava marcas, esculpi indelével reflexão, daquelas para carregarmos para sempre, um marco em nossa posição com a realidade e sua apreciação.

Cheguei ao final
Avaliação : 4