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Blogumulus by
Roy Tanck and Amanda Fazani

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

O silêncio dos intelectuais - p.320

Finalmente um pouco de discussão fora dos francos horizontes, ares diferentes, locais e cenários distintos, embora o enfoque sobre o sujeito do pensar desafiante persista, como única chave para acessar a cadeia de eventos.

Por este terço final também encontramos certo rondar do emudecimento, ora associado aos métodos como consequência, ou produto de movimentos e mudanças sociais indispensáveis, ainda que abafadores da voz dissonante.

Em especial, o último texto com panorama de nossas terras em época recente erige respeitável edifício de ideias, desnuda parte das forças de nosso meio a conduzir abalos ou, por outra ângulo, ambientes mais estáticos.

Ao fim, apesar de uma massa pomposa de elementos e fatos, pouco obtemos de conclusões ou direções, talvez denotando somente que, mais do que silêncio, em verdade presenciamos um volume de vozes apenas menor frente à imensidão dos encargos de nosso tempo.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

O silêncio dos intelectuais - p.197

Transformação, intervenção, questionamento e outros tantos deveres atribuídos ao intelectual continuam tentando formar a imagem para análise, construir o modelo a aplicar, a nortear caminhos para entendimento dos eventos.

Nesta altura da empreitada podemos perceber por parte da maioria dos autores uma atenção significativa ao ambiente do pensamento francês, a Sartre, a determinada época, quem sabe por sua relevância, ou talvez pela paridade dos apresentadores.

Certa monotonia também se destaca na abordagem, no olhar escolhido por todos para apreciar as questões do silenciamento, inclusive com predominância no foco em pessoas maior do que nos processos de abafamento dos "ruídos".

Algumas pistas e sugestões sobre as causas já estão distribuídas, mas ainda não podemos arriscar os desfechos da discussão, isso se alguma solução puder ser aventada, ou ao menos uma parca luz no final do túnel avistada.

Cheguei à página 197
Avaliação : 3

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

O silêncio dos intelectuais

Começo de estudo, a preocupação gira em torno de definir o intelectual, o alvo da análise, seja por uma conceituação abstrata, seja pela observação de alguns célebres exemplares, ângulos diversos para construção de visão mais completa.

Definição pedregosa, recortada, esbarramos em muitas de suas qualificações, inclusive na discussão sobre a possibilidade do seu silêncio ou a inconsistência de tal questionamento.

Vez ou outra, entre um parágrafo ou página virada, vem à tona o tema de seu poder, ou de sua autorização para tanto, nos âmbitos políticos e sociais, quais suas permissões e por quem concedidas.

Do seu rugir se tratou muito menos, mas já boa parte dos missivistas arriscou opiniões sobre causas e situações, já descortinou importantes véus sobre as constatações evidentes em nossa sociedade contemporânea.

Cheguei à página 104
Avaliação : 3

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Sobrados e Barões da Velha São Paulo - p.185

Mitos e verdades colocados lado a lado, pudemos perceber a extensão das influências do movimento social na arquitetura e no dia a dia da população, precioso registro de nossa história.

Em meio a tantos nomes relacionados, oriundos de diversas fontes inusitadas, de quebra saciamos a curiosidade com estes inúmeros personagens homenageados em ruas e localidades atuais, referências para um novo mapa mental, uma nova matriz de significâncias.

Interessante descobrir que nossa cidade começou bem menos segregada, mais comunitária, até mesmo na tão afamada Avenida Paulista, ambiente berço para uma terra cosmopolita de braços abertos a todos os povos.

Passeio divertido por cenários tão antigos, admiramos os caminhos da evolução deste remoto povoado e o árduo trabalho do autor em reconstruir essa jornada, inestimável documento para um paulistano roxo guardar com cuidado.

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Avaliação : 4

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Sobrados e Barões da Velha São Paulo

Resgate imprescindível da história por meios insólitos, a análise da arquitetura e ocupação da cidade revela elementos importantes de nossa formação social e cultural, por meios indiretos atingimos resultados nem sempre óbvios.

Miramos os tão afamados barões do café, mas a rebote observamos o mais pobre ou a realeza, aos poucos desconstruímos muitos mitos e entendemos outras tantas razões.

Com estrutura clara e narrativa objetiva, o texto se apresenta como deliciosa aula de história e sociologia, sem falar no belo exemplar de pesquisa dedicada e atenta em documentos dos mais diversos.

Nesta altura já compreendemos um pouco mais como se fez possível a rústica vila galgar a situação de metrópole mundial, alheia a sua solidão e seu isolamento de outrora.

Cheguei à página 72
Avaliação : 4

Brás, Bexiga e Barra Funda

Sotaque carcamano, colorido em tons de marrom, amarelo e um vermelho meio desbotado, São Paulo de paixões e coração, uma época mais singela, menos elaborada, mais poeirenta.

Cenas e impressões de quem viveu, a desmistificar caricaturas, a documentar famílias, mães e filhos em todas as suas confusões cotidianas, alegres e divertidas mesmo nos momentos mais difíceis.

Entre histórias, pequenas intrigas, pequenos romances, assistimos um pequeno extrato da formação paulistana, de suas influentes raízes, marca indelével em nossos jeitos e costumes.

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Avaliação : 3

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Cosmópolis

Retratos de uma São Paulo pintados á caneta e parágrafos, uma bela olhada para trás, numa longa distância, distância a nos separar por umas oito décadas, com sombras bucólicas de um passado mais rústico.

Espanta há quanto tempo nossa metrópole já se constituía num caldeirão de povos, idiomas e culturas, cada qual com seu espaço, seu contorno, suas cores.

Valioso tesouro para paulistanos apaixonados por sua cidade e história, este pequeno registro celebra as belezas de sua diversidade e sua oculta e possível singeleza, mesmo em tempos mais frenéticos.

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Avaliação : 4

Fluam, Minhas Lágrimas, Disse o Policial - p.256

Com um desfecho surreal, típico das ficções científicas quase psicodélicas, o autor costura um enredo bem amarrado e com boas surpresas, sem precisar ser mirabolante, mas de digestão lenta.

Salta aos olhos a simplicidade empregada, sem perda de densidade, sem minguar o envolvimento, legítimo poder da história autêntica, contada com destreza e arte.

Ao olhar para trás ainda restam dúvidas do que perdemos, qual detalhe subliminar escapou, que outras tantas mensagens e alegorias podemos encontrar entre linhas e parágrafos.

Imperdível experiência, o contato com outra obra de K. Dick nos permite vislumbrar os motivos de sua notoriedade e desfrutar as aventuras de navegar por seu cosmo atemporal, de desafiar nossa percepção em limites inusitados.

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Avaliação : 5

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Fluam, Minhas Lágrimas, Disse o Policial

Como não devorar texto tão envolvente, atrativo muito além do enredo principal do rapto de identidade, de realidade, do protagonista enroscado em tramas nada convencionais do cotidiano?

O texto soa com naturalidade apesar de trazer extrapolações de um universo bem particular, sem colocá-lo exatamente no tempo ou no espaço, mas tornando-o muito próximo de qualquer um de nós.

A partir de corriqueiros eventos nos envolvemos num thriller de desenrolar imprevisível, sem dar pistas, ainda que nos deixe com o gostinho de estarmos próximos delas a cada virada de página.

Aqui e ali garimpamos reflexões da existência, minúcias remoídas de nosso destino, de nossa saga, materializados em uma sutil ficção científica, sem tecnicismos ou alongados detalhes.

Difícil dar um tempo, assim como se complica a aposta em qualquer rumo, diante de tantas possibilidades e suspeitas, somente contando com a certeira mão pesada das forças a jogar o pobre Jason como ondas com um barco no mar bravio.

Cheguei à página 156
Avaliação : 4

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

A Arte da Vida - p.184

Mais pelo caminho do contraexemplo do que da afirmação, apreciamos diversas nuances da vida humana na busca pela realização da felicidade, ou de sua conquista, em muitos dos seus percalços, em meio às suas muitas tentações.

Sujeitos ao individualismo e à liquidez da vida moderna, podemos constatar nossas dificuldades e refletir em tantas menções na história do pensamento, de Sócrates a Nietzsche.

Confrontados com algumas certezas, restam muitas dúvidas da solução ideal, da sua possibilidade e da nossa capacidade de assumi-la integral e verdadeiramente.

Conscientes das exigências e deleites da arte da vida, acabamos inquestionavelmente impelidos a munirmo-nos de nossos cinzéis e expressar da melhor maneira nossa particular existência.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

A Arte da Vida

Como negar a busca atual pela felicidade ou não se ressentir ao ver escancarada nossa fragilidade frente ao consumo, com a clareza exposta pelo autor ao situar a discussão vindoura?

Depois de alguma contextualização, além de outras conceituações, encontramos o tema do título, "a arte da vida", com os ganchos necessários à atenção para o caminho a seguir.

Para iniciar o entendimento, Zygmunt reconstrói o desenvolvimento de nossa condição até os paradigmas atuais, inclusive com a menção das recentes reviravoltas do mercado de empresas digitais, indícios de motivações e características humanas por todos os lados.

Em sua apresentação direta e sincera, coberta das melhores razões, ficamos entregues ao mais óbvio, nem sempre o mais notado, para nos provocar reflexões e definição de posturas, dispostos a encarar e descobrir as próximas páginas.

Cheguei à página 92
Avaliação : 3

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Livro da Vida - p.424

Visões, mensagens, adágios, reminiscências de uma alma em busca de salvação, em um mundo e uma época assombrados por demônios, registros de uma pessoa ousada para seu tempo e sua condição.

Seu legado inquestionável se apresenta na intimidade com Deus e na ausência de intermediários para seu alcance, moderna abordagem da religiosidade, a correr contra a corrente lá pelo século XVI.

O texto poderia se resumir a três ou quatro tópicos, mais diretos, mas a autora parecia precisar, carecia, do debate extenso em seu íntimo para discernir, para se afirmar, ainda que não termine curada de sua tendência à auto-degradação.

Longe da perfeição ou completa beatitude, sua palavras revelam toda a intensidade de seu ser, todos os tormentos por ela enxergados, e, acima de tudo, a plena humanidade na existência de uma santa.

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Avaliação : 3

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Livro da Vida - p.317

Transformação à vista, sensivelmente o espírito muda, as visões e mensagens começam para dar outros rumos à sua caminhada, orientações alimentadas na fé e na entrega.

Aliás, não se pode esquecer a coragem, para aceitar e assumir a missão, além de propagar suas impressões, enfrentar as dúvidas no discernimento da origem de suas experiências místicas.

Jornada psicológica, digressões no texto espelham seu estado, possivelmente seu tênue avanço, ao sabor das fortes emoções, da imensidão do desafio.

Do ponto de vista cronológico, atingimos a fase da criação do mosteiro em louvor a São José, novos nós para desatar, em tons inclusive mais mundanos, típicos dos conflitos gerados pelo diferente, pelo inesperado, pela autenticidade.


Cheguei à página 317
Avaliação : 3

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Livro da Vida - p.208

O registro biográfico se concentra nesta boa porção inicial do livro em impressões mais psicológicas do que cronológicas, um enevoado remoer de sentimentos e medos, propulsor de sua busca.

Interessante notar que a mesma intensidade do pesar se reproduz na proximidade com o divino, na ousadia em transgredir o status quo de sua época, na sua figura de mulher, religiosa e no alcance de Deus.

Seu discurso dá muitas voltas, entre máximas, adágios e confissões, testemunho particular de sua visão de cura e salvação para os males do homem, de seus apegos e desvios.

Finalmente nas últimas etapas deste trecho da narrativa o cenário ganha mais leveza, menos remorsos e mais esperança, ainda que continue denso e carregado parece vislumbrar alguma luz à frente.

Cheguei à página 208
Avaliação : 3

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Livro da Vida

Culpa, pecado e sofrimento comparecem em intensidade na narrativa biográfica de Santa Tereza, desde os primeiros momentos, tornando o ambiente denso, carregado.

Quem sabe fruto dos usos e costumes de seu tempo, quem sabe consequências de sentimos mal interpretados à luz de sua cultura, mas certamente tormentos incisivos em sua alma por boa parte de sua vida.

Não bastasse a carga emocional, ainda encontramos um texto difícil, de construção oscilante, cheio de recortes e recorrências, componentes oriundos da formação de seu idioma e de suas credenciais como escritora.

Nas últimas páginas deste trecho ao menos começamos a avistar sua perspectiva de Deus, com toda sua proximidade, repleta da inspiração de suas revelações, uma transformação nos modos e na relação com o divino, postura para poucos ousados (ou devemos dizer iluminados) há algumas centenas de anos no passado.

Cheguei à página 96
Avaliação : 3

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

A Arte da Imperfeição - p.184

Entre conceitos e definições, entrelaçados, relacionados e encadeados, nos aventuramos no descobrir dos diversos caminhos para a conquista da assim intitulada Vida Plena.

Brené ainda nos brindou com momentos de quase prática, ou ao menos guias de orientação, com as perguntas finais a respeito da lida com nosso DIA (acrônimo para outros três pilares).

Ao final, ela se admite e assume na auto-ajuda, com toda propriedade do peso de seu discurso e do fundamento de sua pesquisa, um rol valioso de mensagens para inspirar e dar rumo.

Leve, sem deixar de ser efetivo, o único senão ao livro se deposita no fato de sua mensagem, seu presente, sua proposta, depender de certa abertura, alguma predisposição inicial em favor de suas ideias, por parte de quem toma contato com seu horizonte.

E imaginar que tudo começou com a vergonha...

Cheguei ao final
Avaliação : 4

terça-feira, 4 de novembro de 2014

A Arte da Imperfeição

Nada como a experiência da autora, testemunho da própria vivência, para conceder peso às palavras e cativar nossa atenção logo de início.

Fundada em sua experiência acadêmica, a autora flerta com a auto-ajuda, num processo de descoberta pessoal, de realização, um experimento em busca da Vida Plena.

Conceito principal, esse objetivo de caminhada se apoia em outros três pilares fundamentais, a coragem, a compaixão e a sintonia, todos detalhados e esmiuçados com clareza.

Princípios lançados, Brené se aventura no exercício, na visão, das situações e consequências da ação refletida, da luz produzida pela nova perspectiva, com texto acessível e lógica simples de acompanhar.

Leve e esclarecedor, sem preocupações com referências e dados coletados, lemos e refletimos acerca de inúmeras afirmações e conclusões apresentadas, ciosos de aprender e ver até onde chegaremos.

Cheguei à página 106
Avaliação : 4

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Ensaio sobre a Lucidez - p.368

Os enredos das duas obras não somente se tocaram, ou criaram um gancho, mas se entrelaçaram para completar um universo mais amplo, com consequência e referências a cada canto.

A ciranda de desventuras da investigação não parou um segundo, com a contínua sucessão de inóspitas situações e soluções, críticas ácidas aos meandros da sociedade e seus desejos.

Chegamos a um desenlace de infortúnios, de digestão um tanto difícil, mas certamente capazes de provocar reflexões, como uma lente alternativa à realidade não tão distante da ficção.

Por outro lado, o encerramento parece mal arrematado, meio brusco em sua concepção, afinal depois do envolvimento ao longo da história esperávamos um desfecho mais cativante e perspicaz.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Ensaio sobre a Lucidez - p.249

No extremo das distensões do tecido social ainda restam dúvidas da capacidade de continuação, mesmo que os personagens envolvidos, cegos por sua falta de luz, neguem o óbvio.

Impossível não fazer paralelos com tantas situações cotidianas, guardadas as devidas proporções, mas imperiosas do questionamento de nossa sensatez e das verdadeiras forças a impelir o comportamento de todos.

Em meio a tantos desenrolares emocionantes, surge um gancho para outro enredo do autor, uma bem-vinda e intrigante conexão de tramas, sem grandes pistas até estas páginas.

Degustando cada parágrafo, montando hipóteses e tecendo apostas, nos vemos continuamente envolvidos, num leve sorriso, apesar de lembrarmos constantemente que a graça somos nós mesmos, homo sapiens luso tupiniquins.

Cheguei à página 249
Avaliação : 5

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Ensaio sobre a Lucidez

Da corriqueira ocorrência numa situação bem particular para o conflito de proporção agigantadas e motivação surreal, assim começamos a explorar essa história pautada pela lucidez, ou sua falta.

Saramago reluz a cada instante, a cada página, inconfundível, deixando cada linha do texto com aquele sutil sorriso no canto dos lábios, ou a mordaz crítica subliminar aos costumes.

Também marcam presença sua grafia peculiar, seu ritmo único e particular, capazes de causar estranheza aos não iniciados, mas formar um aconchegante ambiente aos iniciados.

O crescente do desenrolar do enredo nos envolve e diverte, inúmeras sacadas de sua lógica a nos cutucar, a nos desafiar a ousar e olhar criticamente nosso jeito, nosso modo de operação.

Difícil arriscar um palpite e apontar um rumo possível, ainda sob certo controle, a situação sugere uma instabilidade capaz de desaguar nos mais insanos e impensáveis destinos. Vejamos...

Cheguei à página 123
Avaliação : 5

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

JPA Eficaz

Dicas e bons conselhos na implementação de JPA em projetos, os textos compreendem um belo conjunto de boas práticas pautadas na experiência do autor e nos casos mais comuns na empreitada.

 Em exemplos sucintos, a luz fica acesa, mas se faz necessário algum empenho adicional, para exercitar, para consolidar o conhecimento e poder utilizar proveitosamente as soluções aprendidas.

Apropriado para programadores mais experientes na ferramenta, o livro trata das principais áreas de atenção e procura cobrir um espectro amplo de assuntos em ORM e banco de dados, com clareza e objetividade.

Com bastante foco em otimização, os exemplos se propõem esclarecer necessidades, sedimentar conceitos e discutir alternativas, um bom apoio para desvendar os meandros de seus recursos e guardar com guia de referência bem organizado e acessível.

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Avaliação : 3

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

WD-43 - Desenvolvimento Web com HTML, CSS e JavaScript

Simples e prático, bem próprio para iniciantes, o livro aborda objetivamente as três tecnologias anunciadas, com atualização adequada e alcance satisfatório.

Exercícios indispensáveis pautam a condução do aprendizado e, de quebra, deixam de brinde um rápido esqueleto para um site completo, com todos os alertas e dicas necessários.

Para completar a abordagem, o texto não se limita ao conteúdo inicial, propõe uma breve introdução ao PHP, para enriquecer a solução e não deixar arestas no produto final, nem muitos espinhos dispensáveis pelo caminho.

Por fim, dicas valiosas de presente para encerramento, apêndices sobre otimização de páginas e alguns recursos avançados, investidas futuras para aprimoramento logo nos primeiros passos.

Com o apanhado geral recebido qualquer um certamente pode começar bem a se aventurar nestas searas, apto a galgar novos desafios e enfrentar os problemas que inevitavelmente surgirão com a mão na massa, bastando apenas empenho e dedicação.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Deus - Sua história na epopeia humana - p.232

Passamos à apreciação das influências e participações da filosofia, do método, nos temas das religiões, seu ambiente, sua contribuições, intercâmbios e paralelos, proximidades de duas faces da mesma manifestação.

Em seguida, a vivência da fé, da transposição metafísica, deixamos um pouco o reino das evidências para tratarmos de suposições, inferências, extrapolações, sem grande preocupação com referências ou provas, um pouco de livre expressão de valores e opiniões do próprio autor.

Deixando completamente de lado a imparcialidade, Lenoir encerra seu livro com a exposição de si mesmo, testemunho de seu caminho e experiência, autoavaliação meio descontextualizada, apesar do tema tratado por todas as páginas.

No terço final da jornada escapamos do rumo, principalmente no concernente ao subtítulo, mas a mensagem final não deixa dúvidas de sua universalidade, ainda que de maneira simplista, sem grandes descobertas, ineditismos ou inovações.

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Avaliação : 3

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Deus - Sua história na epopeia humana

Em busca das raízes da fé humana, o discurso do autor remonta ao passado histórico e antropológico de nossa espécie, procura corajosa da semente de nossas crenças.

Amplo e não muito profundo, o texto percorre as grandes religiões, destaca a individualização ocidental e o viés panteísta e cosmológico oriental, reflexos de culturas e formações distintas.

Apesar da abrangência de difícil síntese e aprofundamento, Lenoir expõe muito bem as intersecções e congruências das diversas manifestações do divino em nosso meio, em nossa história, em nossa psique.

Sem revelar grandes novidades, ou tecer qualquer juízo de valor, suas descrições se mostram organizadas compilações do conhecimento básico sobre a religião, excelente ponto de partida para pesquisas mais detalhadas e minuciosas.

Cheguei à página 127
Avaliação : 3

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Marvel Comics - A História Secreta - p.560

Jornada completa, percorremos uma odisseia até os dias atuais e a conversão das mitologias em blockbusters do cinema, outra reinvenção, outro suspiro de um colosso longevo.

O ritmo e o tom da narrativa pouco mudou, tornou mais árduo o acompanhar, afinal a distância longa e carregada, por mais curiosidades que apresente, por mais fãs que sejamos, pesa aos olhos sem o suporte da alma.

Um belo relato, mas apenas isso, salvo em três ou quatro pontos onde ofereceu chaves para entendimento desta história única, apenas registrou memórias, opiniões e muitas queixas, ao menos sem tomar ou favorecer quaisquer das posições.

Assistir tantas décadas de desdobramento nos enche de reflexões, buscas por descobertas de mecanismos ocultos, tentar ao menos resvalar nas lógicas inerentes, absorver algum aprendizado, afinal quem não tem projetos para tentar perpetuar, expandir e consolidar com tal magnitude?

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Avaliação : 3

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Marvel Comics - A História Secreta - p.344

Mais do que direitos autorais, a verdadeira disputa parece ser de egos inflados, num tom meio adolescente de reivindicação de autorias, bem ao largo das necessidades e objetivos da empresa.

Enquanto isso, os anos passam, mudanças em cima de mudanças ocorrem, e assistimos as transformações da editora e do mercado, os muitos moldes e jeitos de atuação, sempre oriundos da criatividade de diretores e negociantes.

Por sinal, transformações não faltaram aos personagens do universo Marvel, imersos nesse caldo vivo da publicação de suas páginas, sofrem as pressões de editores e autores, financistas e visionários, seguindo rumos frequentemente inimagináveis.

Ainda bem que se trata de um mundo de ficção, capaz de suportar as distensões, as deformações, as transmutações e integrações, desde que seu público continue fiel e atento, ou talvez até porque só assim o faz.

Cheguei à página 344
Avaliação : 3

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Marvel Comics - A História Secreta - p.213

Desavenças, conflitos, disputas, impressiona o tumultuado ambiente de desenvolvimento da empresa, as diversas correntes e monções, a jogar os participantes de um lado ao outro na navegação da sobrevivência.

Tantas etapas, tantos casos e histórias, deixam o cenário nebuloso, de difícil identificação de atores principais ou fatos relevantes, uma embolada coletânea de dados na passagem do tempo.

O volume inegável não deixa dúvida de sua importância, nem de quantas águas passaram, de quantos personagem surgiram, num imenso panteão contemporâneo a moldar a cultura de tempos recentes.

Desafiador o acompanhamento dos relatos, penoso atravessar das densas linhas de colossal informação, muitas memórias meio sombrias e tensas, ainda que conduzam à permanência e ao sucesso inquestionável.

Cheguei à página 213
Avaliação : 3

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Marvel Comics - A História Secreta

Além de conhecermos a história da famosa editora, devido a sua importância no mundo dos quadrinhos, acabamos de quebra por tomar contato com boa parte do desenrolar dos anos dourados desta área.

Inúmeras idas e vindas, altos e baixos, intrigas e acordos, de permanente mesmo apenas a figura memorável de Stan Lee, testemunha e ator de papel fundamental no enredo.

Com participantes tão heterogêneos e interligados, só poderiam mesmo frutificar no rico universo que arrebatou fãs por gerações e países, principalmente pela sua proximidade com nosso imaginário mais oculto, legítima expressão de pessoas a colocar sua alma no trabalho.

Tamanha quantidade de detalhes apresentados poderia receber segmentações mais claras, uma divisão em tópicos mais relevantes, corremos o risco do tédio pelas extensas descrições de minúcias e situações, num contínuo sem muito tempo para fôlego.

Cheguei à página 84
Avaliação : 4

terça-feira, 7 de outubro de 2014

C# e Orientação a Objetos

Prático e direto, talvez outro título ilustrasse melhor o objetivo do texto, muito mais para uma introdução à programação e orientação a objetos, a utilizar C# como ferramenta.

Atendo-se ao essencial para boa compreensão, com abordagem acessível e didática, partimos dos primeiros passos na construção de códigos, seguimos por algumas estruturas de dados e terminamos por conhecer duas bibliotecas bem importantes.

Certamente ficamos no começo, nas primeiras explorações, mas há bastante horizonte, bastante proposta de novos estudos e desenvolvimentos, um bom estímulo para os iniciantes.

Para quem já possui experiência, uma ilustração interessante para pautar comparações e espiar características, quem sabe motivar incursões mais profundas neste outro ambiente já bem difundido.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

O País dos Cegos e Outras Histórias - p.344

Inegavelmente, um belo passeio pelas linhas do ilustre autor, apreciamos ficção científica, fantasia e terror, num compêndio bem composto, divertido de acompanhar.

A intensidade diminui nas últimas histórias, quem sabe pelo esgotamento da própria expressão, talvez apenas pela excelência dos primeiros movimentos, bem difíceis de superar.

Interessante notar alguns fatores comuns em meio à variedade, como certa tensão constante impressa em cada trama, um sempre presente ponto de virada, em diversos tons, em inúmeras e inusitadas formas.

Suas concepções, seus elaborados esquemas, certamente se destacaram em sua época, salpicando ideais semeadas de novidades daqueles tempos, das revoluções do pensamento a ocorrer na sua porta.

Permitindo a exploração muito além de seus romances mais conhecidos, degustar os contos desta coletânea descortina as muitas facetas de Wells, sem falar nos prazerosos momentos de descontraída e descompromissada leitura.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

O País dos Cegos e Outras Histórias - p.232

Variedade impressionante de temas, tramas intricadas, parece inesgotável a riqueza a explorar através dos contos de Wells, experimentações bem sucedidas em um considerável espectro da ficção especulativa.

Mesmo tão distintas, suas histórias guardam uma unidade, em torno do extraordinário, por vezes espantoso, frequentemente preocupadas com noções da realidade e suas muitas visões.

Criatividade singular, assistimos as passagens do muitos casos em meio ao questionamento de suas sementes, suas origens nas ideias do escritor, uma busca no mistério da formação de tantos mistérios.

Na última parte testemunhas eventos mágicos, químicos, bioquímicos, astrofísicos, com simplicidade na abordagem, um desenrolar natural de situações e dramas, um teatro aprazível, recheados de humanidade e espírito.

Nenhum texto conseguiu superar o sucesso do primeiro, seu impacto, mas todos se apropriam de aspectos elevada qualidade e envolvimento, mantém a chama pela continuação da leitura e o desvendar de novas aventuras.

Cheguei à página 232
Avaliação : 5

terça-feira, 30 de setembro de 2014

O País dos Cegos e Outras Histórias

Coletânea de encher os olhos, encontramos contos de todas as vertentes da ficção especulativa, trabalhados com texto esmerado e temas variados e inventivos, cheios de emoção e ímpeto.

O primeiro conto, que também concede seu título ao livro, nos presenteia com um enredo excepcional, daqueles difíceis de acreditarmos que os próximos poderão superá-lo, principalmente com seu inusitado desfecho.

Também merece destaque o seguinte, uma história apocalíptica, meio nos moldes da "Máquina do Tempo" do autor, desafiador nas vívidas cenas impressas em nossa imaginação, nas situações intensas às quais os personagens acabam atirados.

Em alguns textos, a frase final chega como prêmio reluzente, uma pérola para fechar com chave de ouro, mas todos os exemplares até o momento contam com desenvolvimento cativante e estilo bem diverso, expressões fascinantes do célebre escritor, em toda sua energia.

Vejamos como seguem as próximas paginas, se conseguem manter em alta o deleite, afinal elevaram bastante a expectativa, fisgaram a atenção para não querermos parar de ler.

Cheguei à página 113
Avaliação : 5

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

O Discreto Charme das Partículas Elementares - p.344

Do macro ao micro, em sua última parte o livro volta seu olhar para a formação do universo, o histórico da formulação de seus modelos e a descrição dos mecanismos conhecidos.

De certa forma, lá pelo meio desta parte do texto, a autora encaixa a participação das tais partículas elementares no processo, une as duas visões de estudo na grande formulação da existência conhecida.

A força menor no tema principal do título se reflete nas ilustrações menos inspiradas, talvez outra escolha refletisse melhor o assunto tratado pelo conjunto dos textos, mais abrangente, mais amplo.

Por sinal, como em outros trabalhos de divulgação científica, assunto e cobertura deste porte acabam visitados rápidos demais, incapazes de aproximar quem nunca navegou por aqueles mares, conversou naquela língua, desfrutou do acompanhamento de um mestre ou grupos nestes estudos.

De qualquer forma, a síntese apresentada abarca um aprimorado quadro geral do conhecimento construído até sua publicação, curiosamente anterior à recente detecção do bóson de Higgs (fecho faltante denotado em suas páginas), valioso registro para guardar com carinho e, quem sabe, aguardar uma revisão com atualizações recentes.

Indiscutível e patente, ao final da jornada Abdalla compartilha, nos presenteia, com a certeza da imensidão de nosso desconhecimento e nossa insignificância, apesar de todas as conservações e simetrias, apesar de todo inegável charme.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

O Discreto Charme das Partículas Elementares

No princípio, a curiosidade... E assim a autora enlaça os caminhos da ânsia humana por conhecimento com o desenvolvimento da física de partículas, desde as filosofias ocidentais mais antigas até os iluminados laboratórios atuais.

Fruto do empenho de gerações, nos apresenta o populoso conjunto dos elementares de nosso tempo, o processo de sua concepção, descoberta, e os desafios e benefícios da empreitada de acomodá-los em bem polida classificação universal.

Depois de vasta e detalhada descrição deste mundo microscópico, fugimos um pouco ao título e nos empenhamos em conhecer um pouco a história do experimentos/equipamentos necessários ao estudo, possivelmente uma fuga motivada pelo apreço à área, prêmio pelos anos de trabalho de Abdalla.

De volta aos bósons, mésons, quarks e afins, concedemos atenção especial a suas interações e os mecanismos envolvidos nestas ocorrências, mais um bom pedaço de fenômenos interessantes para apreciar o balé desta festa invisível.

Ricamente ilustrado, por sinal ilustrações únicas e sacadíssimas, com texto acessível, percorremos significativo extrato da cronologia da ciência moderna, um volume de informações de digestão lenta, talvez um tanto áspero para não iniciados aos textos acadêmicos.


Cheguei à página 227
Avaliação : 4

terça-feira, 23 de setembro de 2014

A Amazônia Misteriosa - p.240

Entre mistérios, muita selva e certa magia, com direito a viagens oníricas, nossos aventureiros contemplam o universo inexplorado, à sombra de muitas dúvidas quanto às motivações dos outros personagens.

Fato inesperado, o desvelar do principal enigma traz um enredo de ficção científica, nos ramos da genética, pleno que questões morais, em leve inspiração numa célebre história de H. G. Wells.

O tempero adicionado gera a expectativa por mais emoções, mais ritmo na empreitada, mas que ficou apenas na esperança, com um texto ainda apegado a descrições e pintura de cenários.

Não bastasse a mal fadada iniciativa, sem grande ímpeto e a entregar rapidamente soluções simples, quando o clímax parecia eminente, pronto a algum desfecho surpreendente, o livro se encerra abruptamente, sem grandes preocupações ou elaborações, sem nem mesmo concluir a história.

Uma pena, nos restaram apenas a curiosidade de contatar a escrita de outros tempos e testemunhar lampejos de ficção especulativa em terras tupiniquins.

Cheguei ao final
Avaliação : 2

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

A Amazônia Misteriosa

Possivelmente a Amazônia continua misteriosa em tempos atuais, mesmo com nossos satélites de monitoramento, o avanço contínuo das lavouras, mas nada comparado ao desconhecimento de não muito tempo atrás.

As detalhadas descrições e impressões da narrativa deixam a sensação de experiência própria do autor, como se realmente lá tivesse estado, provas de sua imaginação virtuosa ou, quem sabe, do estudo minucioso de outras fontes.

Curioso também acompanhar suas linhas em estilo e vocabulário mais antigo, ares de outra época, mais rebuscada, soando mais elaborada, reflexos de nossa cultura há algumas décadas.

O enredo cheio de mistério, com revelações paulatinas, cria envolvimento, passeia despojadamente pelo universo construído, atirando os personagens nas mãos do destino, tão ansiosos por descobertas como nós leitores, a cada cena iniciada.

Cheguei à página 113
Avaliação : 3

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Isaac Asimov Magazine (n.12) - p.176

Para aquecer os ânimos, seguimos para um conto rapidíssimo, bem maluco, com viagens no tempo e muito non sense, daqueles estilos para absorvermos o impacto e registrarmos para futuras experimentações.

Chegamos então à premiada novela de Roberto Schima, num futuro pós-apocalíptico, às voltas com medicina, longevidade e dilemas éticos, digno do prêmio e delicioso de apreciar.

Em seguida, outra novela, desta vez de Charles Sheffield, com temas semelhantes à anterior, mas com uma pitada de terror, mais sombrio, mais pontiagudo no destilar da natureza humana.

Apesar das esperanças depositadas, o volume em questão não fugiu a regra em apresentar alguns textos menos adequados ao compêndio, como os dois últimos no final, uma história de fantasia e uma ficção científica bem frágil, para encerrar a jornada.

Seja como for, o contato com esse extrato do tempo, da literatura especulativa de outra época, sempre renova ideias, surpreende aqui e ali, instiga à viagem imaginativa e, no mínimo, gera bons momentos de leitura descontraída e divertida.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Isaac Asimov Magazine (n.12)

Dos pontos altos da leitura, nada como apreciar a carta do editor, direta, como se nos olhasse nos olhos para batermos um papo, situação quase inconcebível mesmo quando Asimov ainda vivia.

Nesta edição encontramos logo no início uma novela, toma todas as páginas desta primeira parte, uma história cyberpunk bem-humorada e divertida, despretensiosa, mas empolgante e com ação na medida.

Ainda que sem grandes pretensões, sem uma elaboração rebuscada, propicia alguns fios para desenvolvimentos posteriores, provoca lampejos de reflexões nas imagens e situações construídas para seu personagens.

O volume da série em questão promete ser mais interessante que suas antecessoras contatadas, ao menos agradou em estilo, principalmente por navegarmos estritamente no reino da ficção científica mais essencial.

Cheguei à página 79
Avaliação : 3

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Tio Tungstênio - p.336

De pouco adiantou o chamado de outras ciências, ao final voltamos à Química e suas vertentes, com suas fatídicas detalhadas explanações, expressão máxima de sua paixão infantil.

Verdade seja dita, nesta parte marcaram um pouco mais presença trechos de sua biografia, mas ainda assim insuficientes para mudar o tom da apresentação, alterar o seu foco.

Talvez o livro seja uma boa pedida para estudantes da área, poderão percorrer boa parte do seu desenvolvimento, parte de sua história, pelas lentes simpáticas do autor, num misto de encantamento e dedicação.

Tamanha inconstância de objetivo do texto deixa uma sensação de fragmentação, de peças soltas, valorosas pelo poder do narrador e seu conteúdo atômico, porém pouco contribuintes com o conjunto, para formar alguma unidade.

A leitura vale pelo contato com aquelas facetas particulares de Sacks, claramente reflexos de sua formação e combustíveis de sua jornada, aspectos de uma biografia para provocar reflexão sobre a importância de ambientes e estímulo para o desenvolvimento de um indivíduo.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

sábado, 13 de setembro de 2014

Bidu: Caminhos

Outra primorosa produção do mundo dos quadrinhos, o título mantém a consistência com a série da qual faz parte, enredo, arte, ideias em azeitada colaboração para realizar uma experiência prazerosa para muitos dos sentidos.

As cores, a suavidade, os traços fluídos remetem a memórias, do coração, do fundo da alma, mesmo de um cachorrinho, ícone das histórias da turminha, constantemente coadjuvante, mas sempre lá.

Mesmo no silêncio, cada quadrinho diz muito, assim como as onomatopeias e balões, especiais, particulares, parte indissociável da composição, para apreciar cada detalhe, contemplar cada minúcia, um passeio onírico por referências da infância.

Como bem pontuou Maurício de Sousa no prefácio, uma bela homenagem, verdadeiro presente, para o universo da galerinha do bairro do Limoeiro, suas aventuras e encantos já definitivamente presentes na nossa cultura popular.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Tio Tungstênio - p.224

Entre explanações sobre fórmulas, reações, e os perfis de grandes nomes da Química, assistimos a história da área pelos olhos de um garoto aficionado, apaixonado, pelas possibilidades e descobertas.

Alternando com trechos de sua biografia, num texto descontraído e solto, conhecemos outras faces do futuro grande médico, longe de sonhar na juventude com os caminhos que percorreria, com os reflexos de suas vivências na vida adulta.

Reside nas recorrentes e detalhadas descrições sobre sua juvenil paixão, o conhecimento sobre misturas, meio alquímico, o ponto fraco de suas linhas, relegando a quase segundo plano os preciosos relatos de eventos familiares, impressões de relações mais próximas, os componentes da construção de sua alma investigadora e científica.

De qualquer forma continua divertido, uma leitura cativante, nas últimas páginas com um tema diferente, sua introdução ao mundo da anatomia, primeiros sinais de seu envolvimento com a medicina, ainda que numa idade precoce para nossos padrões contemporâneos.

Cheguei à página 224
Avaliação : 3

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Tio Tungstênio

Basta o primeiro capítulo para notarmos o mote do livro, as grandes e fortes influências desde a infância capazes de moldar a visão genial do ilustre médico e escritor.

Presentes em cada passagem de sua história, com a participação de todas as suas pessoas mais próximas, as forças de sua formação emanam de seu ambiente familiar, rico humano e intelectualmente.

Ênfase sensível à Química, principalmente na figura do Tio Dave (o tal Tungstênio), matéria tratada ludicamente, com a simplicidade e o acesso de outros tempos, por vezes de maneira até arriscada.

Tanto ânimo am algumas páginas faz o autor se exceder nos detalhes técnicos, desnecessários para a maioria dos mortais e para a composição do enredo, provocando momentos mais arrastados.

De resto, o cativante texto vai apresentando caras memórias, cheias de impressões e sentimentos, ricas em detalhes a ponto de nos surpreender com sua capacidade de registro e resgate de anos tão distantes de sua biografia.

Cheguei à página 115
Avaliação : 3

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Você não é tão esperto quanto pensa - p.256

Em mais algumas descobertas chegamos ao final do passeio pelos recantos escondidos de nosso comportamento, pelas reclusas razões mal compreendidas de nossas muitas paixões e impulsos.

Por vezes quase dogmáticos de tão inusitados, não óbvios, os tópicos relatam sutilezas de nossa alma sem precisar grandes justificativas, simplesmente por que somos assim, flagrados por engenhosos experimentos.

Alerta bem humorado da fragilidade homo sapiens, certamente fica impossível lidar com situações e pessoas como antes, permanecer equivocadamente na avaliação das capacidades e forças envolvidas no cotidiano das relações humanas.

Apesar do banho de água fria em nossa soberba de filhos de Deus, a luz de quem está acordado pode clarear caminhos e decisões para nos tornamos um pouco menos estúpidos quanto nos constatamos por entre as páginas do livro, satisfação típica do homem, principalmente quando consegue contornar, sobrepujar, a natureza (ainda que só um pouquinho...).

Cheguei ao final
Avaliação : 4

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Você não é tão esperto quanto pensa - p.193

Numa sequência de revelações encadeadas constatamos a cada passo mais armadilhas escondidas sob o véu de nossa constituição natural, fácil perceber como estamos fadados à constante captura.

Com o avanço dos tópicos percebemos certa hereditariedade das características, de verdade, algumas mais específicas surgem como consequência ou extensão de outras tantas, observamos diversas arestas da mesma figura.

Aliás, também se torna mais comum apreciações um pouco distantes da nossa natureza, mais próximas da filosofia e do jogo comportamental, mas ainda assim reveladoras da inépcia humana na autoavaliação ou, no mínimo, na capacidade de isenção.

Vozes e perguntas sussuram constantemente durante a leitura, martelam e ecoam dúvidas, parecem emissões de um espelho por nós investigado, meio sarcástico a nos responder.


Cheguei à página 193
Avaliação : 4

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Você não é tão esperto quanto pensa

Exercício intenso de autoconsciência, a cada linha absorvida, a cada ideia apreendida, descobrimos um novo mistério sobre nossa mente, em torno de três principais temas: tendência cognitiva, heurística e falácias lógicas.

Tantos aspectos desconhecidos, tantas suposições equivocadas, nos surpreendemos de quantas características ocultas há por trás de nosso comportamento, algumas até de que suspeitávamos meio que instintivamente.

Inicialmente o assunto se atém mais em questões neurais, físicas, e suas consequências, para depois atentarmos em áreas mais psicológicas, circunstanciais, com menos evidências, mas interessantes do mesmo jeito.

Cada seção, cada compartimento deste conhecimento, chega apresentado de maneira acessível e clara, com detalhes suficientes para suas imagens martelarem por algum tempo em nossas reflexões, sem falar no estímulo para continuarmos, sempre com a coragem de nos encararmos, de olhos bem abertos.

Cheguei à página 99
Avaliação : 5

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Ficção Científica, Fantasia e Horror No Brasil - p.337

Entre guerras e mundos perdidos, e outras influência socioeconômicas oriundas da nossa colonização, acabamos apresentados aos caminhos percorridos pela ficção especulativa em nossas terras.

Trilha curta, cheia de interrupções e insucessos, impulsos sem continuidade abafados por características influentes do contexto literário e cultural brasileiro.

Roberto até retoma o mercado estrangeiro, pioneiro e próspero na área, mais uma notável coletânea de evidências e pistas sobre as motivações e insumos necessários para o pleno desenvolvimento de tantos mundos imaginários e imaginados.

Antes do final ainda há tempo para mais apreciação da história das publicações em nosso incipiente mercado, mas com pouco poder de resolução ou comprovação de qualquer tese, nem para realçar maiores suspeitas.

Apesar de terminarmos sem obter conclusões cabais, nem podermos aferir mais criteriosamente, ou comparar, hipóteses e suposições, tão grandioso trabalho de catalogação e estruturação nos permite vislumbrar atitudes possíveis para quem sabe gerarmos mudança e conseguirmos propiciar terreno mais fértil, onde floresçam incontáveis universos e possibilidades.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Ficção Científica, Fantasia e Horror No Brasil - p.181

Apresentado o conceito e o histórico da ficção especulativa, avançamos no descobrir do desenvolvimento de suas linhagens, a ficção científica, a fantasia e o horror, irmãs de raízes ancestrais na psique humana.

Por sinal, reside nesta relação de ancestralidade o peso maior concedido e revelado por Roberto, às tais literaturas frequentemente tidas como menores, envolvimento primitivo inescapável ao jeito humano de comunicar.

Vasto e minucioso, o levantamento executado pelo autor resgata conexões importantes para a compreensão e valorização daquelas linhas cheias de imaginação, daquelas extrapolações necessárias à nossa alma.

Nos próximos passos, ao que parece, observaremos mais de perto o fenômeno tupiniquim, aumentaremos significativamente a consciência de sua relevância, poderemos apreciar tais ideias tão bem construídas, atentos como aqueles ouvintes em tempos remotos, à volta da fogueira.

Cheguei à página 181
Avaliação : 5

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Ficção Científica, Fantasia e Horror No Brasil

Sinal do tamanho da contenda, o prefaciador mais do que simplesmente apresentar, desafia, cutuca, instiga à resposta, nos deixando cheios de orelhas e olhos para cada detalhe pelo caminho.

Empreitada de dimensões consideráveis, na introdução já a contatamos e percebemos sua abrangência, seu amplo espectro, mais um elemento a inflar nossa curiosidade pelos rumos e direções escolhidos pelo autor.

A feliz escolha de batismo, "ficção especulativa", demonstra o empenho e a cuidado dispensados por Roberto na definição do tema, quanta propriedade ele adquiriu para capacitá-lo na defesa de suas teses.

Origens distantes no tempo capturadas na construção de suas ideias fundamentam e começam a prover estofo para o livro, tantas referências, tantas influências, que precisamos de tempos em tempos reorganizar as informações recebidas, para tentar vislumbrar nem que seja um pequeno pedaço deste edifício gigante.

Denso, profundo e elaboradíssimo, seu texto soa daqueles de marcar a história, digno da admiração de grandes mestres como Asimov e Clarke, caso estivessem presentes para apreciá-lo! Ânimo em alta por continuar a destrinchar este tesouro do conhecimento...

Cheguei à página 93
Avaliação : 5

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

iOS: Programe para iPhone e iPad - p.244

Depois de alguma mão na massa, e uma passada no mais essencial sobre as ferramentas, encontramos alguns conceitos sobre o sistema operacional e a linguagem, para explicar e fundamentar parte do material apresentado.

Apesar da afirmação do autor sobre termos recebido, até aquele ponto, todo o necessário, certamente falta muita dedicação e estudo para desvencilhar os tortuosos caminhos para a produção de algo mais consistente.

Há muito ainda a cobrir, a conhecer e entender, inúmeros detalhes e percalços, para os quais ganhamos somente um empurrão inicial, mais ou menos na direção desejada, porém não muito mais que isso.

Na última parte Rafael ainda dispensa boa quantidade páginas para detalhar aspectos protocolares da publicação das aplicações na Apple, em boa parte uma atenção dispensável, tendo em vista que aqueles que se aventurarem nestes caminhos já precisarão possuir independência e autossuficiência para aproveitar as orientações registradas no livro.

Ainda que apenas uma introdução, talvez fosse o caso de abordar de maneira diferente, ou manter o foco num espectro menor, ou quem sabe estender mais o texto, para garantir bases mais sólidas para os iniciantes incautos.

Cheguei ao final
Avaliação : 2

terça-feira, 26 de agosto de 2014

iOS: Programe para iPhone e iPad

Sem embromação, direto ao ponto, o autor nos introduz no ambiente e na linguagem do Objective-C, colocamos a mão na massa, meio às cegas, para experimentar antes mesmo de entender completamente.

Conceitos surgem aos poucos, quando o momento oportuno, a utilização de determinado recurso, propicia sua ilustração, aguarda certa dúvida, certa dificuldade, para descortinar porquês e soluções.

Resta a questão da aplicabilidade do método aos completamente distantes deste universo, tão exógeno, tão particular, a não ser para conhecedores de Smalltalk e afins.

Ao que tudo indica o tom pouco mudará até o final, ficamos na expectativa de quão eficientes se mostrarão estes primeiros passos na codificação para o mundo móvel do iOS...

Cheguei à página 120
Avaliação : 3

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Conversa sobre a fé e a ciência - p.334

Apesar do ânimo inicial, a segunda parte da leitura chegou com um ritmo mais morno, mesmo com o avanço nos temas, com as contínuas e valiosas referências e aforismos, o jeitão meio monocórdio reinou.

Gleiser permaneceu mais apagado, menos interativo, quem sabe por seu perfil, sua personalidade, talvez pelo viés de seu ofício, objetivo, analítico e preciso.

Os assuntos postos à mesa não pouparam horizontes, da política ao poder, da vida à morte, sempre com os distintos e interconectáveis ângulos dos entrevistados a se enriquecerem mutuamente.

Ainda assim falta alguma estrutura, uma organização diferente, afinal o título anuncia "sobre a fé e a ciência", mas após uma descontraída conversa (com ares de domingo à tarde em família), nem ao menos chegamos a um fechamento mais formal, um laço, uma reflexão aglutinadora, simples e bruscamente acaba.

Com observado no início, o livro inegavelmente sinaliza a clara harmonia entre as duas correntes, desde que haja respeito e iluminação necessários, concede ao leitor a nítida visão da importância de ambas na obtenção de "comos" e "porques" tão essenciais à alma humana.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Conversa sobre a fé e a ciência

Nada como o encontro de dois grandes pensadores contemporâneos para recebermos um presente de ideias e reflexões, surgidas até mesmo na suas apresentações autobiográficas, recheadas de valores e pilares.

A conversa transcorre como num bate-papo de amigos, descontraída, tratando de temas centrais às angústias contemporâneas, focados na possível contraposição de suas duas correntes.

Verdade seja dita, Frei Betto se apresenta mais aberto, mais fluente, mais solto, quem sabe fruto de sua personalidade, sua área de atuação ou a intimidade maior com o entrevistador, seu amigo de longa data.

Apesar das poucas palavras de Gleiser, comparativamente ao conjunto, percebemos um jogo interessante de debate, gentil, cooperativo, a revelar mais congruências do que divergências, sinal da lucidez dos dois diletantes.

Em certo momento, mais dogmático, percebemos uma pequena discordância mais acentuada, mas sem afetar o proveitoso conjunto de proposições, menções e referências, um prato cheio para mais pesquisa.

Provavelmente há ainda bem mais por vir, para nos deixar em expectativa pela continuação da prazerosa leitura e da descoberta de tantas semelhanças em suas duas linhas pensamento.

Cheguei à página 157
Avaliação : 5

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

A cidade inteira dorme e outros contos

Nada como um bom prefácio, tal qual deste livro, para lapidar um proveitoso perfil do autor, contextualizá-lo, apresentar suas cores, sua paleta, nos permitindo apreciar ainda mais a leitura.

Encontramos contos variados, em estilo e tema, mas sempre diretos, objetivos, sobrepujando suas linhas para nos presentear com visões da natureza humana, de nossos anseios e nossas almas.

Não fazem parte do conjunto apenas histórias de ficção científica, galácticos, em boa parte sem grandes destaques, mas Marte se faz presente e as boas sacadas também, com merecido destaque para a última aventura.

Com tamanha contribuição no reino das letras, não podemos esperar sempre um "Fahrenheit 451", mas a notável maestria em tecer enredos surge a cada parágrafo, a cada personagem, viagens a mundos e psicologias deliciosas de acompanhar.

Diversão por todo caminho, as páginas desta coletânea permitem contatar mais um pedacinho deste mestre da imaginação, prolífero e acessível, capaz de imprimir tons e ritmos bem distintos em cada texto concebido.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Introdução à Arquitetura e Design de Software - p.280

Continuamos num viés mais prático, com aspectos do universo dos testes e suas vertentes, sempre bem ilustrado com a experiência dos autores e uma considerável carga de dicas dos melhores caminhos.

De lá guinamos para considerações arquiteturais, mais um bom conjunto de conceitos e ideias, boa leitura para organizar conhecimentos adquiridos e apontar caminhos de estudo.

Para finalizar, voltamos às soluções, ferramentas, frameworks, bem próximos (ou pertencentes) ao ecossistema Java, ilustração adequada de um ambiente com suas alternativas, suas aplicações, outros bons itens para juntar na maleta sempre à mão.

Em tão abrangente escopo, ao fim resta um ar meio disperso, volume vistoso de informações, perfis para futuras classificações e entendimento, amplamente referenciados para maior aprofundamento.

Contato valioso, caminhar pelas páginas do livro nos abastece de conteúdo para grandes avanços, principalmente se acompanharmos seu apreciação conjuntamente à participação no curso correlato da instituição, uma experiência a destacar, aproveitar muito e revisitar sempre que necessário.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Introdução à Arquitetura e Design de Software

Adequado a uma introdução, encontramos no livro abordagens instrutivas e profundas na medida certa, apoiadas em muita experiência, certamente na vivência de inúmeros projetos, de variados segmentos e proporções.

Neste primeira etapa a atenção se voltou à plataforma Java e a tópicos de orientação a objetos, uma bela coleção de boas práticas, conselhos experientes e melhores caminhos, legítima voz de quem já trilhou tais caminhos e enfrentou seus percalços.

Mais do que simplesmente tratar a arquitetura, os autores pintam com cores bem definidas o cenário do projeto de sistemas, destilam os principais pontos para dedicarmos mais cuidado e trabalho, chaves para obtenção de um processo de sucesso.

Cheio de referências, cada seção percorrida provê outros tantos pontos para pesquisa, extensões para detalhar, além de bastante combustível para reflexão e reforço de conceitos já aprendidos.

Cheguei à página 135
Avaliação : 5

domingo, 20 de julho de 2014

Quando é preciso ser forte - p.623

Finda a biografia propriamente dita, conhecemos até o fim do livro um sem número de referências, menções, reconhecimentos, coletados em um grande conjunto que denota claramente a ligação do mestre ao método, ou do método ao mestre.

Sem grande rigor com o estilo e o tema, DeRose se expressa, sem máscaras ou medos, expõe sua alma e seu trabalho da melhor perspectiva que pôde conceber.

Definitivamente a trajetória do autor lhe concedeu marcas profundas, ressoantes em todo seu discurso, por vezes boas, por muitas vezes duras de encarar e digerir.

Obra viva e notável, certamente perdurará, sobreviverá ao professor e, como tal, sempre encontrará aderências e divergências, desafios propelente de seu crescimento, alimento de sua existência.

Depois de tamanho contato, de tantas linhas e páginas, impossível não emitir opiniões, realizar escolhas, assim como não concordar que estamos diante de uma grande pessoa, em busca de grandes ideais, à sua maneira, demasiada e intensamente humana.


Cheguei ao final
Avaliação : 3

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Quando é preciso ser forte - p.467

Extensa jornada, extensa trilha percorrida em meio a dificuldades e muitas realizações, sem esquecer detalhes e destaques de muitos aspectos, de muitas relações, de muitos embates, de muita construção.

Acompanhamos ordenadamente as etapas sobrepostas pelo tempo, em uma perspectiva disposta a encadear, a procurar entender, o encaixe das peças coletadas no esforço cotidiano pela propagação de um ideal.

Há um nítido apego aos pesares, talvez uma marca deixada pelas sofridas experiências, difíceis de apagar, tão marcantes, tão importantes, tão significantes em sua biografia, mas que talvez precisassem de maior empenho para se deixar ir embora.

Depois de tanta biografia chegamos a uma etapa mais desconexa, uma coletânea, quase miscelânea, de recortes, de causos e eventos, mais uma tentativa de guardar, legar, seu olhar particular para a prosperidade.

Cheguei à página 467
Avaliação : 3

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Quando é preciso ser forte - p.262

Árdua e penosa jornada o autor percorreu, incontestável visão descrita com muitas observações e cheia de detalhes das pontiagudas pedras encontradas pelo caminho, sempre com alguma superação necessária a trazer aprendizado.

Há certo óbvio remorso, remoído com frequência pelo texto, eventos passados combatidos com muita personalidade e força de princípios, muita perseverança, de um modo muito particular.

Ícone de uma cultura, com inegável expressão e importância, surpreende conhecer tantas particularidades de seu trabalho e tantas forças envolvidas na construção de seu legado, tarefa para poucos destacados gênios singulares.

Numa conversa fluída e meticulosa, DeRose nos conduz por uma história quase mítica, própria de insignes ícones e, por isso mesmo, permeada de intensa ênfase particular do biografado, características para avaliarmos e refletirmos.

Cheguei à página 262
Avaliação : 3

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Quando é preciso ser forte

Nada como conhecer a biografia de alguém através de sua própria palavra, de suas linhas traçadas de próprio punho, obviamente com a devida atenção às tendências inerentes, por mais isento que o autor procure ser.

Em tom cordial e familiar, DeRose conta sua história como um parente a resgatar memórias, a traçar caminhos, sempre com meticuloso cuidado na elaboração, cioso na construção de seu texto e lógica.

Sem papas na língua, com a autenticidade e sinceridade dos experientes e vividos, descreve cronologicamente seu caminho de desenvolvimento, em meio a frutos bem particulares e percalços desafiadores.

A leitura ilumina enormemente sua biografia, guarda surpresas interessantes e condiz, adere, compactua, com todas as suas outras obras, até mesmo reforçando, frisando, sua idiossincrasia e os aspectos do seu método.

Embora apenas no começo de suas páginas, podemos vislumbrar uma legítima epopeia de alguém bem humano e determinado na busca de suas verdades, prato cheio para criar a expectativa pelos próximos causos.

Cheguei à página 132
Avaliação : 4

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Batmóvel - A História Completa - p.141

Simbiose completa, o auge da relação se apresenta na recente trilogia do Cavaleiro das Trevas, a máquina adquire definitivamente o papel de coadjuvante presente e imprescindível, tradução mecânica da alma do herói.

Neste último trecho, com tamanha ênfase, além do objeto em si, assistimos o empenho da produção, no trazer a luz, tal conjunto de ideias e conceitos para contar uma história e nos envolver, esmero que produz a diferença a saltar aos olhos.

Como adendo, mais um tanto de curiosidades sobre suas influências em outras mídias e nas próprias hqs, originalmente fontes de inspiração, agora também sorvedouros de estéticas e releituras.

Registro minucioso da trajetória do homem-morcego e seu principal brinquedo tecnológico, apreciamos inúmeras amostras da obra de arte gráfica sobre o tema, além de uma arca de tesouros de informações sobre seu universo, imperdível para fãs do cinema e dos quadrinhos.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Granta em português #09 - p.288

Com exceção de dois textos, no máximo três, o ritmo permaneceu inalterado, talvez reflexo de uma geração às voltas com determinado estilo, ou de repente apenas o resultado das preferências do grupo de selecionadores.

Pode ser também consequência do recorte de seus trabalhos, da extração de uma partícula da obra maior de cada autor, sem dúvida uma secção não muito feliz, num viés meio torto.

Em sua grande maioria, as histórias soavam mais preocupadas com desafios gramaticais e sintáticos, arranjos de palavras e linhas, muito mais do que com jogo de ideias ou pintura de cenários.

Grata surpresa, reluziu o último conto com a verve esperada, a autenticidade e alma provocantes, as excelentes sacadas e adágios bem construídos, itens necessários para cativar e despertar o prazer da leitura diferenciada.

Entrar em contato com esta amostra de nossa literatura provoca muitas reflexões, muitos questionamentos, impele a busca de entender porquês e arriscar relacioná-la com nossa tradição literária e seus destinos.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Granta em português #09

Notável destreza na construção das linhas se faz perceptível logo nos primeiros contatos com suas páginas, por sinal, do primeiro texto vem um destaque do conjunto, um começo com pé direito.

Causa um pouco de incômodo certa homogeneidade de estilos e enfoques na sequência, com exceção de dois contos apreciados até o momento, nesta metade de caminho um volume palpável de alguma monotonia.

Faltam a eles um deslocar, um conquistar, como fazem seus companheiros destacados, não apenas um bem contada história que não acrescenta, não provoca, mesmo que sutilmente, subliminarmente, daquelas a nos pegar de surpresa.

Esperamos mais emoção na segunda leva de trabalhos, expectativa movida unicamente pela esperança, afinal a proposta convence, entusiasma, as mostras começa com empolgação, mas deixam poucas marcas, ou provocações, como se esperaria de um grupo tão seleto.


Cheguei à página 140
Avaliação : 4

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Os Simpsons e a Ciência - p.356

Em mais de duas décadas de trabalho, a família Simpson conseguiu se envolver com as matérias mais variadas da ciência, de astrofísica à mecânica quântica, tudo capturado pelo olhar astuto do autor do livro.

Já lá pelo final do texto, nos últimos capítulos, não ouvimos tanto sobre conceitos básicos ou métodos científicos propriamente ditos, mas rondamos mais linhas sobre especulações e um pouco de ficção.

Assuntos espinhosos não faltaram, árduos até para os bem íntimos da física ou química moderna, certamente deixando ao largo o leitor mais leigo, menos afeito aos meandros da academia.

Repousam neste ponto as dúvidas quanto ao aproveitamento de suas páginas, mesmo porque não se encontram nelas chaves mais acessíveis, ou até um fio condutor mais próximo do cotidiano do homem comum.

Talvez seja divertido para aficionados da ciência, ou mesmo cientistas fãs da série, com um remoer, um refletir de ideias a consolidar, porém carece de algum trabalho para encantar mais como divulgação científica ou manual de curiosidades da série de TV.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

terça-feira, 1 de julho de 2014

Os Simpsons e a Ciência

Conhecidos pelas referências e surpresas escondidas, Os Simpsons guardam inúmeras pistas de ciência, declaradas ou subliminares, garimpadas e esmiuçadas com esmero pelo autor.

Em ampla abordagem, encontramos discussões sobre genética, ambiente, ciência básica, variados temas incrustados aqui e ali, num contraponto à desmiolada família, talvez justificado apenas pela origem um tanto científica de autores e produtores.

Na segunda parte do texto Halpern enviesa por recantos mais tecnológicas, sobre conhecimento aplicado e instrumentação humana, além de alguma filosofia sobre sua ação nos destinos e relações da humanidade.

Tamanha amplitude de assuntos deixa em aberto a questão da objetividade do trabalho em questão, dos nortes e fronteiras na sua construção, se acaso existem, dúvidas que esperamos possivelmente esclarecidas até o final de suas páginas.

Cheguei à página 159
Avaliação : 3

sábado, 28 de junho de 2014

Batmóvel - A História Completa

Muito além do coadjuvante mecânico, em algumas encarnações, tecnológico, assistimos a apresentação de uma das grandes armas do homem-morcego no combate ao crime.

O autor compilou e descreve muito bem a trajetória deste elemento, do discreto surgimento ao contínuo avanço em importância e destaque, um espaço conquistado de forma evolutiva, adaptada, em compasso com a empolgação do público.

Meio como uma outra pele do herói, observamos como ele o acompanha em estilo e enfoque, como o tempo, a história, a tecnologia e a própria psicologia se metamorfoseando com o passar do tempo e mudança da sociedade.

Entre um livro de arte e documentário para fãs, encontramos material abundante para curtir e informar, que ainda parece ter bastante fôlego para nos divertir nas páginas por vir.

Cheguei à página 79
Avaliação : 4

sexta-feira, 27 de junho de 2014

O Alienista Caçador de Mutantes

Outra vez o non sense extremo, com mão muito pesada na dose, põe por terra as perspectivas de aproveitar o livro, curtir a leitura, enxergar além dos exibicionismos de gracinhas da autora.

Jogos de ideias e piadas bem sacadas, mas desconexas e sem grande motivação, abafam o possível brilho da expressão de Natália, sem falar no desestímulo em acompanhar o desenrolar da história.

O grande mal reside em não agregar nada ao trabalho original, ou apresentar alguma proposta mais interessante, uma releitura, outra visão, parece apenas querer se divertir, só que em uma brincadeira dentro de seu universo particular.

Nem a interessante ideia reservada para o epílogo, o principal motor oculto dos eventos ocorridos pela trama, consegue superar o peso de tanto descompromisso, tanto deslocamento ou despreocupação com a atenção do leitor.

Pois é, boas construções, linhas elaboradas e fluídas, agilidade, humor ácido, se mostram insuficientes para sustentar ou promover a apreciação de qualquer empreendimento das letras.

Cheguei ao final
Avaliação : 2

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Senhora, a Bruxa - p.224

Fluída desde o início, a história ganha mais ritmo no retorno à linha narrativa, na retomada dos eventos principais do título, depois de todas as peças apresentadas no passado recente das personagens.

Com pitadas de bom humor, ainda que meio desconectado da ambientação do romance, ficamos na torcida e na apreensão pelo desenrolar do jogo de poderes e influências.

Densidade intensificada, volume aumentado, os movimentos finais desenvolvem um bem planejado epílogo, quadradinho, mas adequado ao estilo e pretensão deste trabalho.

Ainda assim, encontramos algumas pequenas viradas interessantes no desfecho, capazes de capturar nossa atenção, apesar de um pouquinho de pieguice adicionada, típica de histórias românticas com finais felizes, boas para sessões da tarde.

Experiência divertida, o contato com este terceiro volume do gênero permite constatar a variedade de possíveis abordagens, as possibilidades da intervenção criativa, baseadas em clássicos consagrados, cujos autores jamais imaginaram os horizontes que alcançariam.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Senhora, a Bruxa

Revisitar um clássico não implica em adotar a linguagem da época, como bem se apropriou a autora ao utilizar um jeitão mais moderno de diálogo, sem comprometer os objetivos do livro.

A bruxaria, ou feitiçaria, surge sutilmente, alinhada aos veios da trama, dando as caras de mansinho, claramente a influenciar personagens e situações.

Um tanto inesperada a autoria das ações, brinda o leitor com uma bem pensada inserção de elementos e redirecionamento do foco e protagonismo.

Já nesta parte se revelam muitos mistérios e intenções, através da quebra da cronologia da história, com um flashback para não restarem dúvidas de quem, quando e onde participou para a construção do quebra-cabeça deste enredo.

Cartas na mesa, ou quase todas, chegamos no ponto de aumento da curiosidade para desvendar quais rumos seguiremos, quais percalços o destino reserva a cada um neste drama de amor, ódio e magia.

Cheguei à página 121
Avaliação : 4

terça-feira, 24 de junho de 2014

A Escrava Isaura e o Vampiro

Muito distante do estilo do outro título da série, apenas as personagens comparecem, somente portando seus nomes e, superficialmente, seus papéis, surgindo um texto tresloucado e bem non sense.

Sem dúvida sobre bom humor e sarcasmo, mas com a mão pesada demais e inundado de piadinhas engraçadinhas, sem muito contexto, bem estapafúrdias a ponto de ofuscarem o brilho de qualquer iniciativa restante.

Falta tanto pé e cabeça que fica difícil de se deixar envolver, parece um exercício de ideias do autor, desconexo, imensamente sem fundamentos, até mesmo para uma ficção.

O resultado soa artificial, meio forçado, enterra até os bons momentos de algum brilho, com uma ou outra boa sacada, ou mesmo a revisão do clássico com a inserção de um elemento bem fantástico.

Sobra bem pouco para aproveitar, mas intriga certo engajamento que gera, talvez pelo texto leve e solto, pela condução meio crônica, ainda que caótica ao extremo, estranho, mas interessante de contatar.

Cheguei ao final
Avaliação : 2

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Dom Casmurro e os Discos Voadores - p.264

Demorou, mas finalmente testemunhamos os ciúmes ou, melhor dizendo, dúvidas, de Bentinho para com sua amada Capitu, um tanto brandos verdade seja dita, porém bem encaixados.

Depois de um considerável período narrativo sobre sua adolescência, a história avança a passos largos, repleta de desenrolares e encontros, engenhosa construção para recebermos os eventos finais.

Por sinal, desfechos cativantes, para capturar os olhos e a alma a cada linha, uma avalanche de explicações e desvendares para ninguém botar defeito, impossível de pausar a leitura sequer por alguns segundos.

Não fossem suficientes, o epílogo nos guarda matreiramente mais surpresas do que poderíamos suspeitar, uma legítima cereja do bolo para mexer com a cabeça no melhor estilo das ficções científicas contemporâneas.

Gênero aprovado, homenagem admirável, a semente plantada nos impele a conhecer os outros títulos da editora, certamente com a expectativa em alta por novas e sacadas versões de clássicos.

Cheguei ao final
Avaliação : 5

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Dom Casmurro e os Discos Voadores

A cativante ambientação nos transporta rapidamente para os ares e cenas de Machado de Assis, em um estilo bem similar, composição bem pensada para reproduzir inclusive formatos e abordagens.

Assistimos outros momentos, plenos de referências à história original, mas com criatividade para rechear novos cantos da trama com informações impensadas pelo ilustre primeiro autor.

Não fossem o título, contracapa, orelhas e sinopses, descaradamente entregando o ouro, passaríamos boa parte livro intrigados, carregados de dúvidas, questionadores da própria atenção e entendimento.

Apenas nos últimos trechos algumas informações ficam às claras, porém sem a ciência dos motores do enredo, restariam muita estranheza e toneladas de curiosidade.

Na atual situação já podemos arriscar algum vislumbre dos caminhos, quais as forças presentes, sem ainda conseguir pescar motivações e papéis, nos restando ansiar por revelações suficientemente surpreendentes para superarem as entregas de bandeja a respeito de Capitu e José Dias, dentre outras.

Cheguei à página 155
Avaliação : 4

terça-feira, 17 de junho de 2014

A Vida Como Ela É... - p.496

Visão particular, universo fictício singular, a coleção de histórias não deixa dúvidas quanto a sua homogeneidade e autoria, expressão única de um grande mestre de nossa cultura.

O poder inegável e impactante de seu texto seduz o leitor, recheia de beleza o prazeroso passeio por suas linhas, ainda que em cenas de tão intensas tragédias.

Nosso contato com esta obra aguça a curiosidade por outros sabidos estilos e passeios de Nelson Rodrigues, por exemplo, como nas crônicas futebolísticas, ou em algum viés menos dramático.

Aguçada crítica à sociedade, impregnada de juízos de valor e observâncias dos usos e costumes de um passado recente, em tempos atuais talvez o livro melhor ficasse se rebatizado para "a vida como ela fora".

Cheguei ao final
Avaliação : 4

domingo, 15 de junho de 2014

A Vida Como Ela É... - p.379

Pouco mudou o ritmo e o jeitão dos contos, algo até admirável na coerência do conjunto escolhido, mas certamente não muito palatável lido em sequência, de uma levada só.

Certamente era melhor de apreciar quando publicado em sua época, periodicamente, devia dar tempo de assentar, digerir e curtir, deixando até alguma ansiedade pela próxima publicação.

Em um ou dois casos do conjunto nos surpreendemos com novas soluções e sacadas inusitadas, pontos de vista para colecionar e, quem sabe, utilizar de contrapeso em vindoura encruzilhada pela vida.

Por vezes meio salomônico, continuamos também impressionados com a leveza do tratamento, apesar das nuvens e sombras que continuamente perseguem as cenas e as personagens, a ponto de chegarem a culminar em legítimas tragédias.

Cheguei à página 379
Avaliação : 4

quinta-feira, 12 de junho de 2014

A Vida Como Ela É... - p.252

Impossível não ser tragado pelo universo ficcional dos contos, de repente nos pegamos imersos em seus ambientes, espectadores no canto da cena, observadores onipresentes.

As tramas variam pouco, a maioria gira em torno de traições com desfechos dos mais impensáveis, por vezes até com certo humor negro ou lógica inesperada.

A bem da verdade, a tendência causa mesmo monotonia, acaso o número de contos fosse menor, seu impacto e sua mensagem deixariam melhores impressões.

Com seu ângulo de visão tão específico, tão tendencioso, o autor nega outras possibilidades, recorta um pequeno extrato de como a tal é, capaz de deixar de apreciar todo seu ser.

Cheguei à página 252
Avaliação : 4