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Blogumulus by
Roy Tanck and Amanda Fazani

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Sobrados e Barões da Velha São Paulo

Resgate imprescindível da história por meios insólitos, a análise da arquitetura e ocupação da cidade revela elementos importantes de nossa formação social e cultural, por meios indiretos atingimos resultados nem sempre óbvios.

Miramos os tão afamados barões do café, mas a rebote observamos o mais pobre ou a realeza, aos poucos desconstruímos muitos mitos e entendemos outras tantas razões.

Com estrutura clara e narrativa objetiva, o texto se apresenta como deliciosa aula de história e sociologia, sem falar no belo exemplar de pesquisa dedicada e atenta em documentos dos mais diversos.

Nesta altura já compreendemos um pouco mais como se fez possível a rústica vila galgar a situação de metrópole mundial, alheia a sua solidão e seu isolamento de outrora.

Cheguei à página 72
Avaliação : 4

Brás, Bexiga e Barra Funda

Sotaque carcamano, colorido em tons de marrom, amarelo e um vermelho meio desbotado, São Paulo de paixões e coração, uma época mais singela, menos elaborada, mais poeirenta.

Cenas e impressões de quem viveu, a desmistificar caricaturas, a documentar famílias, mães e filhos em todas as suas confusões cotidianas, alegres e divertidas mesmo nos momentos mais difíceis.

Entre histórias, pequenas intrigas, pequenos romances, assistimos um pequeno extrato da formação paulistana, de suas influentes raízes, marca indelével em nossos jeitos e costumes.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Cosmópolis

Retratos de uma São Paulo pintados á caneta e parágrafos, uma bela olhada para trás, numa longa distância, distância a nos separar por umas oito décadas, com sombras bucólicas de um passado mais rústico.

Espanta há quanto tempo nossa metrópole já se constituía num caldeirão de povos, idiomas e culturas, cada qual com seu espaço, seu contorno, suas cores.

Valioso tesouro para paulistanos apaixonados por sua cidade e história, este pequeno registro celebra as belezas de sua diversidade e sua oculta e possível singeleza, mesmo em tempos mais frenéticos.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

Fluam, Minhas Lágrimas, Disse o Policial - p.256

Com um desfecho surreal, típico das ficções científicas quase psicodélicas, o autor costura um enredo bem amarrado e com boas surpresas, sem precisar ser mirabolante, mas de digestão lenta.

Salta aos olhos a simplicidade empregada, sem perda de densidade, sem minguar o envolvimento, legítimo poder da história autêntica, contada com destreza e arte.

Ao olhar para trás ainda restam dúvidas do que perdemos, qual detalhe subliminar escapou, que outras tantas mensagens e alegorias podemos encontrar entre linhas e parágrafos.

Imperdível experiência, o contato com outra obra de K. Dick nos permite vislumbrar os motivos de sua notoriedade e desfrutar as aventuras de navegar por seu cosmo atemporal, de desafiar nossa percepção em limites inusitados.

Cheguei ao final
Avaliação : 5

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Fluam, Minhas Lágrimas, Disse o Policial

Como não devorar texto tão envolvente, atrativo muito além do enredo principal do rapto de identidade, de realidade, do protagonista enroscado em tramas nada convencionais do cotidiano?

O texto soa com naturalidade apesar de trazer extrapolações de um universo bem particular, sem colocá-lo exatamente no tempo ou no espaço, mas tornando-o muito próximo de qualquer um de nós.

A partir de corriqueiros eventos nos envolvemos num thriller de desenrolar imprevisível, sem dar pistas, ainda que nos deixe com o gostinho de estarmos próximos delas a cada virada de página.

Aqui e ali garimpamos reflexões da existência, minúcias remoídas de nosso destino, de nossa saga, materializados em uma sutil ficção científica, sem tecnicismos ou alongados detalhes.

Difícil dar um tempo, assim como se complica a aposta em qualquer rumo, diante de tantas possibilidades e suspeitas, somente contando com a certeira mão pesada das forças a jogar o pobre Jason como ondas com um barco no mar bravio.

Cheguei à página 156
Avaliação : 4

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

A Arte da Vida - p.184

Mais pelo caminho do contraexemplo do que da afirmação, apreciamos diversas nuances da vida humana na busca pela realização da felicidade, ou de sua conquista, em muitos dos seus percalços, em meio às suas muitas tentações.

Sujeitos ao individualismo e à liquidez da vida moderna, podemos constatar nossas dificuldades e refletir em tantas menções na história do pensamento, de Sócrates a Nietzsche.

Confrontados com algumas certezas, restam muitas dúvidas da solução ideal, da sua possibilidade e da nossa capacidade de assumi-la integral e verdadeiramente.

Conscientes das exigências e deleites da arte da vida, acabamos inquestionavelmente impelidos a munirmo-nos de nossos cinzéis e expressar da melhor maneira nossa particular existência.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

A Arte da Vida

Como negar a busca atual pela felicidade ou não se ressentir ao ver escancarada nossa fragilidade frente ao consumo, com a clareza exposta pelo autor ao situar a discussão vindoura?

Depois de alguma contextualização, além de outras conceituações, encontramos o tema do título, "a arte da vida", com os ganchos necessários à atenção para o caminho a seguir.

Para iniciar o entendimento, Zygmunt reconstrói o desenvolvimento de nossa condição até os paradigmas atuais, inclusive com a menção das recentes reviravoltas do mercado de empresas digitais, indícios de motivações e características humanas por todos os lados.

Em sua apresentação direta e sincera, coberta das melhores razões, ficamos entregues ao mais óbvio, nem sempre o mais notado, para nos provocar reflexões e definição de posturas, dispostos a encarar e descobrir as próximas páginas.

Cheguei à página 92
Avaliação : 3

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Livro da Vida - p.424

Visões, mensagens, adágios, reminiscências de uma alma em busca de salvação, em um mundo e uma época assombrados por demônios, registros de uma pessoa ousada para seu tempo e sua condição.

Seu legado inquestionável se apresenta na intimidade com Deus e na ausência de intermediários para seu alcance, moderna abordagem da religiosidade, a correr contra a corrente lá pelo século XVI.

O texto poderia se resumir a três ou quatro tópicos, mais diretos, mas a autora parecia precisar, carecia, do debate extenso em seu íntimo para discernir, para se afirmar, ainda que não termine curada de sua tendência à auto-degradação.

Longe da perfeição ou completa beatitude, sua palavras revelam toda a intensidade de seu ser, todos os tormentos por ela enxergados, e, acima de tudo, a plena humanidade na existência de uma santa.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Livro da Vida - p.317

Transformação à vista, sensivelmente o espírito muda, as visões e mensagens começam para dar outros rumos à sua caminhada, orientações alimentadas na fé e na entrega.

Aliás, não se pode esquecer a coragem, para aceitar e assumir a missão, além de propagar suas impressões, enfrentar as dúvidas no discernimento da origem de suas experiências místicas.

Jornada psicológica, digressões no texto espelham seu estado, possivelmente seu tênue avanço, ao sabor das fortes emoções, da imensidão do desafio.

Do ponto de vista cronológico, atingimos a fase da criação do mosteiro em louvor a São José, novos nós para desatar, em tons inclusive mais mundanos, típicos dos conflitos gerados pelo diferente, pelo inesperado, pela autenticidade.


Cheguei à página 317
Avaliação : 3

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Livro da Vida - p.208

O registro biográfico se concentra nesta boa porção inicial do livro em impressões mais psicológicas do que cronológicas, um enevoado remoer de sentimentos e medos, propulsor de sua busca.

Interessante notar que a mesma intensidade do pesar se reproduz na proximidade com o divino, na ousadia em transgredir o status quo de sua época, na sua figura de mulher, religiosa e no alcance de Deus.

Seu discurso dá muitas voltas, entre máximas, adágios e confissões, testemunho particular de sua visão de cura e salvação para os males do homem, de seus apegos e desvios.

Finalmente nas últimas etapas deste trecho da narrativa o cenário ganha mais leveza, menos remorsos e mais esperança, ainda que continue denso e carregado parece vislumbrar alguma luz à frente.

Cheguei à página 208
Avaliação : 3

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Livro da Vida

Culpa, pecado e sofrimento comparecem em intensidade na narrativa biográfica de Santa Tereza, desde os primeiros momentos, tornando o ambiente denso, carregado.

Quem sabe fruto dos usos e costumes de seu tempo, quem sabe consequências de sentimos mal interpretados à luz de sua cultura, mas certamente tormentos incisivos em sua alma por boa parte de sua vida.

Não bastasse a carga emocional, ainda encontramos um texto difícil, de construção oscilante, cheio de recortes e recorrências, componentes oriundos da formação de seu idioma e de suas credenciais como escritora.

Nas últimas páginas deste trecho ao menos começamos a avistar sua perspectiva de Deus, com toda sua proximidade, repleta da inspiração de suas revelações, uma transformação nos modos e na relação com o divino, postura para poucos ousados (ou devemos dizer iluminados) há algumas centenas de anos no passado.

Cheguei à página 96
Avaliação : 3

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

A Arte da Imperfeição - p.184

Entre conceitos e definições, entrelaçados, relacionados e encadeados, nos aventuramos no descobrir dos diversos caminhos para a conquista da assim intitulada Vida Plena.

Brené ainda nos brindou com momentos de quase prática, ou ao menos guias de orientação, com as perguntas finais a respeito da lida com nosso DIA (acrônimo para outros três pilares).

Ao final, ela se admite e assume na auto-ajuda, com toda propriedade do peso de seu discurso e do fundamento de sua pesquisa, um rol valioso de mensagens para inspirar e dar rumo.

Leve, sem deixar de ser efetivo, o único senão ao livro se deposita no fato de sua mensagem, seu presente, sua proposta, depender de certa abertura, alguma predisposição inicial em favor de suas ideias, por parte de quem toma contato com seu horizonte.

E imaginar que tudo começou com a vergonha...

Cheguei ao final
Avaliação : 4

terça-feira, 4 de novembro de 2014

A Arte da Imperfeição

Nada como a experiência da autora, testemunho da própria vivência, para conceder peso às palavras e cativar nossa atenção logo de início.

Fundada em sua experiência acadêmica, a autora flerta com a auto-ajuda, num processo de descoberta pessoal, de realização, um experimento em busca da Vida Plena.

Conceito principal, esse objetivo de caminhada se apoia em outros três pilares fundamentais, a coragem, a compaixão e a sintonia, todos detalhados e esmiuçados com clareza.

Princípios lançados, Brené se aventura no exercício, na visão, das situações e consequências da ação refletida, da luz produzida pela nova perspectiva, com texto acessível e lógica simples de acompanhar.

Leve e esclarecedor, sem preocupações com referências e dados coletados, lemos e refletimos acerca de inúmeras afirmações e conclusões apresentadas, ciosos de aprender e ver até onde chegaremos.

Cheguei à página 106
Avaliação : 4