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Blogumulus by
Roy Tanck and Amanda Fazani

sábado, 31 de agosto de 2013

Tudo Sobre Fotografia - p.439

Ubíqua e perene, a fotografia se dilui em nossa experiência com a realidade, natural como tantos outros aspectos de nosso dia-a-dia, relevante como tantos outros instrumentos de nossa expressão.

Histórica, manifestante, documentarista, artística, complexa ou confrontadora, os inúmeros papéis a assumir se reproduzem com a mesma intensidade de sua adoção e absorção cultural.

Assistimos à sua evolução em movimentos, tendências, modas, páreos aos descortinares da odisseia humana, testemunha e companheira de nossas ideias e filosofias.

Além do registro escrito apresentado, impressiona a quantidade de reproduções de obras célebres, provavelmente outro esforço hercúleo na elaboração do compêndio, mais um motivo de admiração e deleite.

Cheguei à página 439
Avaliação : 5

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

MSP 50 - p.200

Impressionante variedade, expoentes de qualidade e criatividade, marcas significativas da importância concedida à reunião para celebrar uma vida prolífera de personagens e excelentes histórias.

Alguns personagens receberam mais atenção, talvez pela sua relevância, ou quem sabe por coincidentemente terem marcado as infâncias de tantos artistas, frutos de uma semente poderosa e promissora.

Certamente o homenageado se orgulhou do presente, além de poder apreciar e explorar novos ares, novas inspirações de estilo e de outros tempos, um saudável intercâmbio.

Passados os inesquecíveis momentos de diversão, sentimos o reforço da admiração, por Maurício e por todos os criadores visitados, alimento para o desejo de conhecer os outros MSPs.

Cheguei ao final
Avaliação : 5

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O Zen e a arte da escrita

Com estilo testemunhal, Bradbury desata a expressar todo seu âmago literário sem cerimônia, autêntico e sincero comove em sua descrição apaixonada do ato de escrever.

Percorre experiências pessoais e um arcabouço de ideias construídas ao longo da vida, sempre misturada à carreira, ato autoconsciente para poucos iluminados e inspirados.

Sem melindres técnicos ou truques de abordagem, ele expõe a paixão do realizar e expressar, original e fiel a seus próprios anseios, limites, vivências e desejos.

Sua faceta zen se revela na aderência completa ao respeito do ciclo da existência, do deixar fluir, acontecer, confiar na capacidade própria e não temer se apresentar.

Tão espontâneo, tão natural, que as últimas páginas se compõem de textos em versos, muito mais um manifesto da liberdade de expressão do que um manual de escrita propriamente dito.

Inegável a transparência de suas palavras e incontestável a presença dos elementos que transformaram aquela pessoa no grande e reconhecido autor de ficção científica.

Procuramos mais um livro sobre as agruras de grafar pensamentos e acabamos encontrando verdadeira ode de amor às letras e histórias.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Belènzinho, 1910 - p.296

Mais uma leva de personagens da época, comuns ou célebres, divertimento garantido assistir suas histórias e costumes, pintura da cultura, hábitos e papeis daqueles tempos.

Nem só de alegrias desfrutavam tais pessoas, a dureza das epidemias que assolavam o país ganha um breve relato, de tristezas e vitórias, cenário longínquo da atual realidade, mesmo com as mazelas atuais do serviço de saúde público.

Quase no final, uma ilustração do transporte na era das carroças e da tração animal, com o despontar da grande novidade dos primeiro automotores.

Na despedida o prezado missivista tece um apanhado geral de suas visões, com a comparação de sua contemporaneidade, lá nos idos anos 60.

Belo gancho para inspirar quem possa se aventurar a continuar árdua tarefa de registrar as memórias da região a partir de então, talvez até o começo desse nosso novo milênio.

Retrato saudoso de laços comunitários mais fortes, além do registro histórico, o autor nos lega pistas dos elementos para formação de raízes legítimas em nossa cidadania.

Cheguei ao final
Avaliação : 5

sábado, 24 de agosto de 2013

Belènzinho, 1910 - p.211

Extrato bem cuidado de uma época, assistimos a ebulição social com as indústrias, os avanços das relações trabalhistas, as organizações dos trabalhadores, as greves e até mesmo os bons industriais, ciosos da melhora da vida de seus empregados.

Noutro capítulo da história do bairro, da grande cidade, lembranças do rio Tietê e imagens difíceis de imaginar novamente, a recreação em suas águas, pescarias, dias de nado e muita diversão.

Aliás, aproveitar o bairro dizia respeito a inúmeras outras atividades, lemos sobre os bailes, as serestas ou o circo, encontro da comunidade, marcos e pilares da construção das relações de lugar, senso de pertencimento.

Para terminar esta parte, a descrição de inúmeros tipos, pessoas e profissões de outrora, meios e necessidades de um passado já remoto, certamente restrito em nosso tempo aos livros e registros.

Viagem no tempo deliciosa, acompanhar a narrativa do autor nos envolve na evolução do bairro, da cidade, do país, da sociedade, da própria vida cotidiana.

Cheguei à página 211
Avaliação : 5

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Belènzinho, 1910

Ao optar por entrelaçar sua própria história com a narrativa do livro, o autor enraíza os cenários retratados em tons bem pessoais sem deixar de lado o rigor da pesquisa documental.

Construído com maestria, o enredo passa por consideráveis terras vizinhas, algumas até bem distantes, para desaguar cheio de expectativas no tema da obra.

Banhados por uma enxurrada de referências e nomes conhecidos em tempos atuais, sonhamos aquele passado com imagens nítidas de um filme familiar, como aqueles guardados em super-8 nos armários da família.

Formação do povo, memórias das igrejas e fábricas, as vizinhanças e seu convívio, sentimos com se nosso próprio avô contasse fatos à mesa do Domingo.

O primor se nota pelo cuidado em apresentar os temas, como quando para falar das antigas e onipresentes vidraçarias, Jacob nos presenteia com o relato da origem milenar do vidro.

Passeio mágico por tempos remotos, aos conterrâneos do nosso presente (o texto data dos anos 60), um memorial imperdível, aos leitores de outras paragens, um convite para uma visita a experimentar seus centenários ares.

Ah... Belenzinho!

Cheguei à página 108
Avaliação : 5

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

A poesia completa de Álvaro de Campos - p.160

Talvez sejam as maiores extensões de então, quem sabe a falta de novidade, ou por acaso o estilo de outrora, mas a leitura perdeu parte de seu ímpeto, possivelmente outro dos males dos compêndios do gênero.

A expressão do autor continua lá, existencial, sombria, sem resposta do começo ao fim, marcante e pesada em cada linha tecida e cuidadosamente refletida.

Chegamos às últimas páginas no mesmo ritmo, sem surpresas, sem cerimônias, com o objetivo atingido, levemente mais próximos (ou íntimos) do cancioneiro do poeta e seus pensamentos.

Seja como for, vale a experiência, quem sabe melhor em próxima visita, mais concentrada e atenta, menos inocente dos caminhos a percorrer, mas certamente ainda incauta e irresoluta no encontrar dos porquês.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

terça-feira, 20 de agosto de 2013

A poesia completa de Álvaro de Campos

Sem muita cerimônia, nem apresentações, aportamos logo de cara com a densa poesia, em seu estilo sem frescuras, sem versinhos, mas repleta de ritmo e provocação.

Os textos ordenados alfabeticamente por seus títulos (escolha enciclopédica do organizador) variam em sua extensão e tema ao sabor do vento, sem nunca deixar de nos deslocar, nos tirar um pouco do centro.

Nem todos geniais, mas alguns luminosos, deslumbrantes, uma coletânea de obra completa proporciona esse panorama amplo, bom para revelar a humanidade do gênio.

Ao apreciar suas linhas, em cada pincelada do autor, sentimos a urgência pelo entendimento da existência e nos irmanamos em tal busca descomunal.

O levar de emoções e reflexões intenso parece com fôlego para nos conduzir até o final neste carrossel desafiador e delicioso, uma humilde tentativa nossa de aprendizado e compreensão do célebre poeta português.

Cheguei à página 78
Avaliação : 4

Esperando Godot - p.240

Agitada monotonia, o desenrolar do enredo nos captura misteriosamente, sem dar pistas dos motivos, das razões, apenas permanecemos expectadores, na expectativa.

Em verdadeiro purgatório, os protagonistas se encontram enroscados, em diversos nós, em engenhosas trocas de diálogos e ideias, um labirinto psicológico.

Rico em detalhes e orientações, o texto permanentemente constrói cenas claras em nossa imaginação, legítimo espetáculo da linguagem escrita, cheio de luz e recheio.

O livro ainda traz ao final um bom número de artigos sobre o autor e a obra, um ótimo bônus para contextualização e ilustração de incautos leitores.

Para aqueles desejosos por mais (ou atiçados pela descoberta), sugestões interessantes para leituras posteriores nas últimas páginas.

Finda a experiência, mal entendemos os motivos da saborosa recompensa da empreitada, meio desnorteados com o impacto das imagens, somente lamentamos sermos vítimas da mesma incerta espera por algo certamente vindouro um dia.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

sábado, 17 de agosto de 2013

Esperando Godot

Quando esperar é tudo que se pode fazer, muito pode acontecer, ou ao menos imaginar, como fez o autor, envolvente e instigante desde o início.

Aos poucos nos ambientamos agradavelmente, simpatizamos, repudiamos, torcemos por este ou aquele, nós também a espera.

Detalhado e minuciosamente descrito, o texto nos proporciona interessantes imagens das cenas, nos sentimos sentados em meio a plateia, a apreciar.

Relações e enredo ainda nebulosos nesta altura, esperamos e ansiamos pelos rumos a tomar desta paciente e movimentada espera.

Cheguei à página 84
Avaliação : 4

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Elogio da Loucura - p.138

Louca com somente a Loucura pode ser, não poupa acidez a ninguém, nem os mais bem estabelecidos pilares da religião de sua época, ou melhor, seus representantes e seu poder.

Claramente o autor destilou extensa e aprofundada observação em comentários espirituosos encarnados por aquela doce senhora, tão ciosa de seu papel no cotidiano.

Daqueles difíceis de negar, mesmo a contragosto, seu texto encurrala argumentos e defesas, ressalta nosso reflexo em frente ao espelho da realidade, ainda que uma realidade insana.

Longe da demência, a Loucura do elogio ressalta e reconhece a imperfeição de nosso ser, ainda que teimemos em aceitar e assumir essa deliciosa e essencial inconsistência.

Além de contatarmos um clássico do pensamento, podemos perceber em seus parágrafos a inspiração de outros tantos descendentes, nos mais diversos estilos literários e correntes de pensamento.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Elogio da Loucura

Consciente e direta, a Loucura se apresenta, por si mesma, com suas próprias palavras, sem papas na língua ou temores, para mostrar de cara para que veio.

Discorre sobre sua genealogia, sua presença na vida cotidiana e sua importância na doce insanidade da existência humana, nos mais diversos aspectos.

Meio jocoso, quase petulante, Erasmo escolhe um estilo e abordagem provocante, nos conduz ao questionamento de forma leve, além de deixar grande margem para o aprofundamento.

A presente tradução recebe bem seus leitores, orienta e documenta, faz seus adendos, derrama inúmeras referências em notas de rodapé, auxilia enormemente o aproveitamento da obra.

Divertido em suas linhas, depois de ambientados ao livro não vislumbramos grandes surpresas pelo caminho, mas certamente inspirados momentos de leitura e devaneio (assim como a pouco, em meio ao tumulto do horário de pico do Metrô paulistano).

Cheguei à página 73
Avaliação : 4