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Blogumulus by
Roy Tanck and Amanda Fazani

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O Planeta Duplo - p.231

Última constatação, em todos os livros até agora apreciados o desfecho ocorre meio repentino, rapidamente, sem grande tensão ou dramatização na solução dos mistérios.

Aliás, o segredo desta vez veio com ares comerciais, como uma estratégia do mundo dos negócios, e deixa tênue a separação entre bons e maus, mocinhos e vilões, se acaso um dia fosse possível classificá-los.

Um toque de magia colocado nos eventos finais desloca o rumo da ficção científica, ainda que numa aventura espacial, faz pendê-la mais para a linha de contos fantásticos e seus mecanismos mirabolantes.

Valeu mesmo o sarcasmo das páginas finais, o castigo impingido a Ramus com requintes bem humorados na vingança de Jardal, uma novidade para nós nas construções do autor.

Fim de outra "sessão da tarde", depois de três exemplares de Vance pudemos contatar razoavelmente sua obra e apreciar seu estilo bem característico e divertido.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

O Planeta Duplo - p.176

Envolvido e a nos envolver, Jardal se aprofunda na trama, ganha importância, desafia pessoas, costumes e preceitos, com perspicácia e certa audácia se fortalece.

Crescente de acontecimentos, como em outras tramas do autor, alguns horizontes despontam sem deixar os ares completamente descritos.

Em tempo, mesmo sem grande relevância, o sistema judiciário do planeta duplo merece destaque, com sua engenhosidade, bem como suas já anunciadas possibilidades de falha.

Com tantos fatos colhidos até o momento, quem está do lado de quem, quem revele e quem esconde suas intenções, quais os reais motores de seus atos?

Bom ritmo, texto leve e desenvolto, prosseguimos na diversão e aguardamos as revelações finais, certamente não muito surpreendentes, como é do feitio de Vance.

Cheguei à página 176
Avaliação : 4

terça-feira, 24 de setembro de 2013

O Planeta Duplo

Comprovadamente habilidoso na criação de mundos, tipos e culturas, Vance não deixa por menos neste exemplar e avança com todo fôlego na nova empreitada, logo de início.

Sempre inusitado, apesar de em moldes conhecidos, o universo apresentado traz novas relações, costumes, rapidamente construídos e ambientados.

O protagonista sem rumo, a caça de definições, subitamente se envolve numa trama maior, ainda meio nebulosa, mas direcionadora de seu destino, de seu horizonte, vórtice do destino.

Um tanto entrecortada no começo, a história ganhou mais homogeneidade, mais fluidez com o avanço das páginas, já nos envolve e captura no ponto em que chegamos.

Estilo e ritmo conhecidos, boa estrutura de aventura espacial, conflitos em muitos lugares, tudo conspira para continuarmos e apreciarmos mais esta obra do autor.

Cheguei à página 84
Avaliação : 4

Fundamentos da Fotografia Criativa - p.207

De nada adiantou qualquer esperança, o tom das páginas do livro permaneceu o mesmo, mercantilista, além de superficial ao tentar abordar uma vasta gama de aspectos.

O esquema apresentado, os pontos de atenção, as observações levantadas servem bem como guia para direcionamento, mas muito pouco além disso.

Depois de páginas e mais páginas de monótono formalismo, num mar de lugares comuns, encontramos um desajeitado e esdrúxulo apêndice sobre ética na atuação do fotógrafo

Acaso explorasse mais profundamente algum tópico da extensa lista elencada demostraria mais valor e conteúdo, mas infelizmente não foi o que aconteceu...

Cheguei ao final
Avaliação : 2

domingo, 22 de setembro de 2013

Um Sábado Qualquer ...

Ácido, crítico, sagaz, bem-humorado, quase respeitoso, o autor brinca com o sagrado sem profanar, conduz à reflexão e ao questionamento de forma divertida com inteligência destacada.

Sem perdoar qualquer passagem da história bíblica, as cenas sacadíssimas, cheias de sarcasmo, sempre contam com um toque de graciosidade do traço, algo quase com um carinho familiar.

Não fica pedra sobre pedra, a cada página virada uma nova surpresa, algumas de perder o fôlego e impossíveis de não chamar alguém para compartilhar.

Humor da melhor qualidade, a coletânea não segue cronologia ou estrutura rígida, mas recorta um conjunto representativo dos quadrinhos de Ruas, agitado e contundente.

Garantia de momentos de degustação da literatura quadradinha, estofados com filosofia cotidiana, terminamos com a certeza de outras visitas, além do desejo de conhecer novos e outros trabalhos, em um sábado qualquer...

Cheguei ao final
Avaliação : 5

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Fundamentos da Fotografia Criativa

De pouco valeu o entusiasmo inicial, rapidamente descobrimos que "criativa", no contexto deste livro, significa fotografia para fins profissionais, comerciais, meandros do mercado das imagens.

Nos primeiros capítulos, fundamentos explanados, vastamente coletados, dos mais diversos aspectos, mas, para cumprir esta meta, superficialmente tratados.

Até mesmo as páginas sobre composição e interpretação dos trabalhos se mostram interessantes, porém com uma insistente frieza e tecnicidade, objetos desprovidos de envolvimento.

Dali em frente, arte ou técnica ficam desfocadas, desfilamos por um rol de carreiras, papeis, funções, portfólios, abordagens comerciais, táticas de divulgação, armas e estratégias para penetrar neste universo.

É bem verdade que nem tudo é paixão, só que sobra a sensação de uma conversa de mercadores ou industriais do registro da luz, ávidos por poder abocanhar alguma fatia do bolo.

Pior ainda, provavelmente quase nada sugere podemos esperar mudanças de rumo até o final...

Cheguei à página 137
Avaliação : 3

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O Palácio do Amor - p.210

Só mesmo numa ficção o vilão conseguiria se esconder, se esquivar, com tantas minúcias e disfarces, se esgueirar permanentemente sem que ninguém o alcançasse, por tanto tempo.

Nesta última parte presenciamos menos deslocamentos, mais reflexões e tentativas de compreensão, sempre muito próximos do ponto de virada, com muita expectativa e uma bela dose de tensão.

A trama se resolve sem grande elaboração, sem um estofo mais volumoso, se limita a entregar os passageiros da aventura ao seu destino.

Falta um pouco de charme, frente a tanto engenho despendido na construção dos cenários, na condução do ritmo da escalada da vingança, ou ao menos alguma surpresa mais engendrada.

Compatível com o outro livro recentemente apreciado do mesmo autor, firmamos mais um pouco a imagem de uma leitura com ares de sessão da tarde.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

O Palácio do Amor

Vance definitivamente se encaixa na categoria dos hábeis criadores de mundo e cenários, elaborador de culturas e nomes, sempre com a dose certa de detalhemento.

Na cruzada do protagonista em perseguição ao seu alvo constrói perfis e situações, remonta o passado, num bem azeitado thriller repleto de estratégias e deslocamentos.

Em bom tempo, chegamos a um ápice, um possível encontro frente a frente com seus objetivos, mas parece que não será tão fácil assim.

Ritmo empolgante, fragmentos por todos os cantos, seguimos a jornada ávidos por novidades, desdobramentos, um tanto já torcedores pelo sucesso de Gersen, mesmo sem concordar plenamente com (ou entender) sua motivações.

Outra boa aventura interplanetária, clara representante de uma categoria da ficção científica, capaz de capturar nossa atenção, sejamos fãs ou não iniciados.

Cheguei à página 110
Avaliação : 4

Nave Escrava - p.167

Tanto empenho, tanto mistério, tanto jogo de cintura, para acabarmos em uma situação bem non sense, sem dependências da construção narrativa anterior.

Nem mesmo o grande destaque, envolvendo linguística e animais, ganhou a devida relevância no enredo global da história, sobrou como um penduricalho de ideias, sem grande força na trama.

De maneira geral, a aventura empolga, se encerra com um desfecho interessante, ainda que previsível, mas boa parte do esforço se mostrou inócuo.

Definitivamente, a melhor parte fica a cargo do tom sarcástico, meio jocoso, do jogo de diálogos, uma característica desperdiçada por um enredo mais fraco.

Ao final, valeu para conhecer uma amostra do texto de Pohl, além da diversão de acompanhar essa ficção meio científica e água com açúcar.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Nave Escrava

Futuro incerto, no tempo e no cenário, quem sabe nem futuro esteja, mas o número de incertezas certamente abala o protagonista, com a mão do destino a deslocá-lo.

Atuar em local secreto, sem saber exatamente em que, nem para que, limbo desafiador para a psicologia do marinheiro, assolado por lembranças e apegos ao passado.

O enredo envolvente aponta direções variadas, sempre com um tom sarcástico aos mandos e desmandos da vida, em um nó levemente kafkaniano.

Pouco de ciência se apresentou, a não ser uma ou outra extrapolação de teorias meio absurdas, mas o discurso bem humorado sustenta nosso interesse e nos coloca em torcida pelos desaventurados personagens.

Depois de muitas idas e vindas, finalmente alguns rumos e mistérios se definem, ainda que em comando de uma tripulação sui generes, outra fator de incerteza quanto ao sucesso da missão.

Difícil apostar para onde seguiremos, se descobriremos o inimigo real, se a guerra continua, se a existência de todos estes elementos é real... Com tantos "ses" assim fica impossível não prosseguir.

Cheguei à página 97
Avaliação : 4

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Marune: Alastor 933 - p.160

Sem grandes surpresas, a história seguiu seu curso naturalmente, sendo encerrada com um desfecho bem interessante, conduzido com mistério até o último momento.

A trama se mostrou menos engenhosa do que imaginamos, mas suficientemente arranjada para garantir bons momentos de leitura e diversão, principalmente para fãs da ficção científica.

Não encontramos nenhum conflito mais desafiador, uma ponta de filosofia que seja, um dilema humano intrigante, apenas um roteiro com ares de sessão da tarde.

De qualquer forma, vale a pena conhecer a obra do autor e aproveitar suas páginas de uma boa e velha aventura espacial, nos moldes mais clássicos.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Marune: Alastor 933

Boa ficção científica, ambientação interplanetária e uma bem medida pitada de mistério, ingredientes agradáveis para história, dispostos com habilidade pelo autor.

Apesar da narrativa linear, o enredo e seu desenrolar nos envolvem, permitem nossa imersão e prendem nossa atenção, sem espaço para monotonia.

Em sequência de eventos perturbadora, o protagonista busca encontrar as peças de seu quebra-cabeça, se deixa apresentar e conhecer, nos toma aos poucos como companheiros de jornada.

Pouco tempo leva para alguns descortinares, relações e identidades importantes, mas talvez miragens no deserto para desviar nossa atenção dos verdadeiros motores da trama.

Com leitura fácil e expectativa em alta, seguimos devorando páginas, curiosos pela revelação das motivações e verdades escondidas.

Cheguei à página 103
Avaliação : 4

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Filosofia do tédio - p.192

O vasculhar dos meandros do tédio seguiu ritmo bem marcado e didático, agora a observar sua fenomenologia, fundamentalmente apoiados em Heidegger.

E assim refletimos sobre humores e o tempo, componentes essenciais em nossas experiências pessoais com os infindáveis desfiares do cotidiano, desafio para qualquer pessoal.

Na última parte, Lars tece suas visões e observações, sob a luz das diversas referências percorridas, por vezes meio tímido, pouco afirmativo, mas objetivo e esclarecedor como em todo o percurso da obra.

Rodeamos, avançamos e recuamos, seja por onde o caminho se definiu, sempre encontramos a ideia de significado como centro gravitacional da discussão.

Apesar da ciosa procura, nem o autor, nem nós, pudemos obter soluções para esse mal contemporâneo, restando-nos apenas aceitar o inevitável perfil entediante da realidade a nos acometer.

Felizmente, realizar tais descobertas não se mostrou aventura nem um pouco maçante, nem mesmo perto de ser finita.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

sábado, 7 de setembro de 2013

Filosofia do tédio

Recepção serena, clima de calmaria, o convite para tratar de árido tema chega descontraído e bem preparado, nos apresenta os caminhos e as possibilidades a escolher.

Começamos com definições e entendimentos, olhamos por ângulos diferentes e variados para avistar as pontas e tatear o contexto.

Para melhor compreensão de sua estrutura, seguimos pela análise da topologia do tédio, sempre bem acompanhada de inúmeras referências a filósofos clássicos e escolas de pensamento.

Em busca de ilustração, Lars aborda a obra de diversos artistas, como Beckett e Warhol, expressões de almas entediadas em suas mais diferentes fontes, motivações e reações.

Claro e objetivo, num ritmo aprazível de discurso, aos poucos compreendemos as importâncias da novidade e do significado, sem cairmos em momento algum em curso entediante.

Esperamos que continue assim...

Cheguei à página 101
Avaliação : 4

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Histórias da Mooca

Memórias, reminiscências, ares de lembranças pessoais do autor, recortes de fatos sem o viés de pesquisa histórica, ilustração celebrativa de bons tempos de outrora.

Sem cronologia exata, os relatos surgem sem grande amarração, aleatoriamente, ocorrências semelhantes ao resgate psicológico do passado, ao sabor das conexões geradas.

Parte dos cenários descritos do bairro acompanha a evolução da cidade, biografia citadina da grande metrópole em frenética transformação e crescimento.

Para aqueles mais saudosos, um ou outro personagem célebre da região surge relembrado por Mino, contextualizado na narrativa em sua função, mas também sem grande envolvimento.

Com algumas reproduções fotográficas a ilustrá-lo, o livro registra um pequeno extrato da época, com algumas poucas impressões sobre sua sociedade e seus costumes.

Apesar da curiosidade desperta e a diversão de algum tempo de leitura, ao final de suas páginas resta-nos apenas a sensação do recebimento de um cartão postal remetido lá do passado.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

A Mais Pura Verdade Sobre a Desonestidade - p.280

Trapaceiros não obterão sossego tão facilmente, se depender da perspicácia e inventividade do autor e seus colaboradores na elaboração de teses, experimentos e verificações.

Espectro extenso de atenções, nada escapa de suas aguçadas análises: a influência da criatividade em nosso comportamento, o efeito contaminante da desonestidade e o peso do ambiente da colaboração.

Depois de tão vasta jornada, em crescente iluminação, um bem-vindo epílogo sintetiza magistralmente as ideias e linha de raciocínio, uma pérola de concisão e direcionamento.

Com admirável fundamentação e respeito ao método científico, Dan delimita claramente sua abordagem e aponta possíveis continuações, novas explorações, outros caminhos interessantes para trilhar.

Passamos longe de desvendar os motivos do nosso vil comportamento (aliás, isso nem figurava como preocupação do livro), porém ganhamos inestimável entendimento dos mecanismos envolvidos na tentadora e inescapável vivência das trapaças.

Consciência importantíssima no cotidiano, admitir e conhecer nossa falibilidade certamente renderá relações mais prósperas e alternativas frutíferas de atuação contrária.

Cheguei ao final
Avaliação : 5

terça-feira, 3 de setembro de 2013

A Mais Pura Verdade Sobre a Desonestidade

Mal começamos a nos preocupar, se esclarece o teor da tal desonestidade, mais para a tendência em ludibriar, muitas vezes sem má fé, um instinto inato do homo sapiens.

Partimos de uma teoria mais simples, de outro autor, para ganharmos parâmetros na investigação para entendimento desse viés contraditoriamente humano.

Dan estabelece os limites, identifica as características a contribuir, esmiúça o ambiente para desenvolvimento destas estratégias e comportamentos.

Estuda também as forças psicológicas envolvidas, nossa relação com nós mesmos, os auto-enganos e nossa fraqueza frente ao cansaço, nos descobrimos sujeitos demais.

Com texto ilustrado com diversos experimentos, relatos bem fundamentados e claros, vislumbramos quantas armadilhas nos esperam no cotidiano e o quanto nos equivocamos em nossas avaliações.

O horizonte começa a despontar e nos espantamos com sua amplidão, assim como com nossa ignorância a respeito de suas fronteiras.

Cheguei à página 114
Avaliação : 5