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Blogumulus by
Roy Tanck and Amanda Fazani

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Histórias do Futuro

Ficção científica da mais autêntica e embasada, uma grata surpresa num gênero tantas vezes maltratado por incautos pretensos autores.

Em intensidades e extensões diversas, os contos tratam dos temas mais típicos da área, das viagens espaciais aos robôs.

O pano de fundo humanístico presente, as discussões filosóficas, não faltam excelentes recheios para boas horas de leitura divertida.

Mesmo sem uma grande expressividade, algum texto com notório destaque ou ineditismo, o conjunto abarca ótimos exemplares de histórias cheias de ciência e argumentação, com sabores de futurologia.

Boa pedida para os aficionados, depois de tantas aventuras saímos inspirados, ideias a fervilhar, prontos a ousar na composição de algumas linhas, sem falar no gostinho de quero mais...

Cheguei ao final
Avaliação : 4

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Herdeiros de Atlântida - p.473

Conflito final, batalhas sangrentas com muita pancadaria, o ritmo empolgante da narração nos envolve e rapidamente vislumbramos o desfecho da trama.

Resultado esperado e quadradinho, terminamos bem longe do intrincado e elaborado cenário encontrado no "Batalha do Apocalipse", muitos degraus abaixo na escala de excelência.

Indigesto o encaixe de um gancho para o próximo volume no epílogo, com adição de um trecho seu, uma certa amarra para tentar cativar espectadores na aventura seguinte, atitude bem diferente da transição ocorrida nesta obra.

Desnecessário também o glossário e material de referência nas páginas finais, volumoso (10% do total do livro) e útil apenas aos desatentos sem nenhuma vivência do seu universo angélico.

Apesar da boa diversão e da boa expectativa gerada pelo caminho, repetir o sucesso de sua primeira iniciativa exige bem mais do que boa vontade, marketing e artifícios literários...

Cheguei ao final
Avaliação : 4

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Herdeiros de Atlântida - p.295

Missões reveladas, uma avalanche de informações descobertas, papéis bem declarados, a última parte da leitura manteve o ritmo e permaneceu a consumir nosso fôlego.

Alternâncias no foco narrativo, flashbacks em complemento, os recursos de contar a história se alternam e enriquecem, propiciam diversão e envolvimento, com uma boa dose de admiração.

Castas angelicais, poderes místicos, a pintura constante do universo fictício encanta com sua solidez e recheia magistralmente o enredo, sem perder de vista o mote principal.

O momento de recomposição acontece, as forças reorganizadas arremeterão em seu avanço final, nos deixam com a expectativa em alta e os ouvidos e olhos atentos.

Nem seu formato quadradinho, nem seus rumos um tanto prováveis, abalam o entusiasmo em acompanhar esse quase thriller por terras brasucas, plano astral e eras diversas.

Cheguei à página 295
Avaliação : 5

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Herdeiros de Atlântida

Apesar da desconfiança inicial pelo possível embalo de continuação, antes de qualquer movimento o autor nos recepciona com um sábio prefácio afirmativo na garantia de não cair nesta tentação.

Respeito declarado e visível logo nos primeiros avanços do enredo, encontramos seu universo fictício, mas novos personagens e situações para empolgar seus leitores.

Da missão em questão sabemos somente os objetivos mais superficiais, mais diretos e óbvios, boa quantidade de mistério e emoção começam a serem cultivados.

Rápida e intensa, a narrativa segue fielmente o estilo conhecido de Spohr, soando neste caso mais inocente, talvez por já conhecermos a obra anterior.

Descrições de cenários e contextos auxiliam quem não conhece o mundo onde entramos, revisa e completa para aqueles que retornam, com direito a rever Ablon, figurante, numa rápida passagem desta primeira parte.

Tão elaborada quanto a outra, mal percebemos e estamos enganchados, ávidos para acompanhar mais essa disputa celestial, volumosa em ardis e reviravoltas.

Cheguei à página 126
Avaliação : 5

terça-feira, 21 de maio de 2013

Satã - Uma biografia - p.385

Últimas pesquisas e análises para procurar compreender a queda de Satã para o abismo, o surgimento do Inferno, outra das tantas interpretações a contribuir com a nova biografia.

O desenvolvimento da trama chega aos autores mais modernos (apesar de não tão recentes) e as consequências nas linhas de pensamento contemporâneas, tamanha herança oculta, nebulosa, denso véu em nosso entendimento.

Henry ainda se detém em observações sobre literatura, pintura e documentos mais modernos, desfecho de um longo ciclo refém de forças sócio-culturais, com claro enfraquecimento da demonização das forças do mundo.

Por fim o autor nos apresenta uma bela síntese de todo conteúdo, tese concluída e defendida num continuum de ideias e fatos astutamente colhidos e encadeados.

Mais do que reescrever uma biografia, ele redime a figura do antagonista, assim como de Deus, revelando de forma cristalina o verdadeiro responsável pelos males do mundo, ao menos para quem quiser enxergar...

Cheguei ao final
Avaliação : 5

sábado, 18 de maio de 2013

Satã - Uma biografia - p.259

Garimpo e mais garimpo de evidências da presença de Satã na história bíblica a comprovar as especulações do autor, parece mesmo improvável navegar em direção contrária.

Ao término desta etapa da jornada, Kelly nos presenteia com uma revisão, resumida e objetiva, com todo percurso percorrido, para fixar bem os resultados da empreitada.

Observados e comprovados a função e papel do adversário testador, seguimos agora em busca de entender as origens da interpretação equivocada de seus porquês, a atribuição de motivações e intenções.

Guinamos para um caminho mais histórico, conhecemos os pensadores ao longo do desenvolvimento de nossa cultura que contribuíram para a construção desta visão discutida pelo livro.

Procuramos pelas leituras empenhadas em determinar origens e destinos de decaimento, em grande parte estudos e esforços de compreensão da Palavra, recheadas de contexto sócio-cultural.

Com propriedade e fundamento o autor constrói sua tese, uma sólida pintura a elucidar os rumos deste elemento significativo e determinante em nossa religião e cultura.

Cheguei à página 259
Avaliação : 5

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Satã - Uma biografia

Resgatar a imagem de Satã e, de certa forma, redimi-lo de muitos equívocos na sua interpretação, áspera tarefa proposta pelo autor, iniciada com ilustrativo panorama geral.

Caminho deixado às claras, os instrumentos escolhidos são as escrituras, canônicas ou apócrifas, num legítimo exercício de hermenêutica.

Com enorme propriedade, Kelly conduz a análise desde o antigo testamento, já chegando nos evangelistas no final deste trecho, sempre com bastante e relevante discussão.

Defende bem sua tese, nos elementos apresentados jamais vislumbramos a encarnação do mal, começamos a entender a perspectiva de um personagem essencial, participativo e submetido.

Pesquisas tão detalhadas, ares acadêmicos, fica difícil para pobres mortais ousarem questionar a linha de raciocínio, repleta de cruzamento de evidências, etimologia e história.

Denso e instrutivo, além do personagem alvo, somos agraciados com uma estupenda aula dos textos sagrados de muitas religiões, de valor inestimável para os propensos a aprofundar o conhecimento.

O intervalo antes de continuar será dedicado a conferir algumas referências...

Cheguei à página 130
Avaliação : 5

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Cartas de um Diabo a seu Aprendiz - p.202

Sem grande surpresa, o enfadonho empreendimento de Vermebile termina em insucesso, para pesar e amargura infernal de seu tio.

O texto adicional desta edição traz um curioso prefácio de C.S. Lewis, um pouco a justificar o sentimento de purgatório das tantas cartas compostas pelo experiente diabo.

Quanto ao brinde em questão, pouco acrescenta além de mais algum remoer de cinismo e humor inglês, um último suspiro desta experiência única do autor, para agradar insistentes e desejosos fãs.

Vilanias à parte, acabamos encucados por nos defrontarmos com tanto já sabido, mas nem sempre tão admitido, talvez um outro pecadinho de cada um de nós.

Vale a experiência para conhecermos outra faceta deste escritor, mas nada que nos instigue a enveredar por outros de seus títulos no mesmo gênero e estilo.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

terça-feira, 14 de maio de 2013

Cartas de um Diabo a seu Aprendiz

C.S. Lewis concebeu uma boa interpretação das ações dos exércitos do diabo: uma disputa empresarial entre duas corporações pelas almas do mundo.

O tutor mais velho aconselha seu sobrinho nas primeiras incursões no trabalho de angariar existências, convertê-las a sua perspectiva.

Toda narrativa com certa polidez, sem más intenções, apenas o cumprimento de funções bem definidas e hierárquicas, com missões e valores bem conhecidos.

Os monólogos do velho demônio, cheios de certo sarcasmo, discorrem sobre todos os pecados cotidianos, mas começam a cansar em determinado momento.

Os diversos vieses analisados e a evolução do trabalho do aprendiz se mostram insuficientes para sustentar ânimo no acompanhamento dos acontecimentos.

Salvo alguma reviravolta considerável, provavelmente seguiremos nesta toada, um certo purgatório a perder um pouco da graça.

Cheguei à página 119
Avaliação : 4

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Filosofando no Cinema - p.244

Quando julgamos não haver mais profundidade para explorar, o autor nos surpreendendo com o impulso para mais alguns metros abaixo, sempre com sua lanterna a descortinar a escuridão.

Primeiro com o tempo do desejo ou, mais precisamente, a influência do desejo na consciência do tempo, na sua aceleração ou freio.

Para finalizar, a vertigem do amor, ponto alto do inebriar desejoso, vórtice de envolvimento a submeter os pobres mortais e tatuar eternamente seus corações.

A última pintura, as linhas finais, terno presente de despedida, chega com ares de mensagem epígrafe, para confirmar e provocar outros tantos desejos, bem ao gosto das discussões de até então.

Experiência marcante, a viagem em companhia de Pourriol alcança seus objetivos com destreza impressionante, daquelas para guardar na prateleira dos tomos importantes para toda vida.

Cheguei ao final
Avaliação : 5

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Filosofando no Cinema

Cinema, filosofia e desejo, tríade de fundação do discurso do autor, magistralmente relacionados em sua tese, ponto de vista singular.

Através da apreciação de obras cinematográficas discutimos o desejo pelo objeto, pelo reconhecimento, o desejo mimético e a loucura do desejo, ângulos bem variados do mesmo tema, imersão ao âmago das psiques.

Sem papas na língua, num crescendo de envolvimento, Ollivier nos esfrega a pequenez humana nos assuntos menos assumidos e revelados por cada pessoa.

Entre tantos passeios da vida, destaque para a análise da educação, com os devidos desejos envolvidos, digna de nota e retomada em outra ocasião, certeira e profunda para qualquer um, mas especial para pais e mestres.

Ilustrados abundantemente por exemplos da filosofia e da sétima arte, criamos ideais e reflexões, exercitamos o mais humano instinto de contraposição, de revolta à submissão da natureza.

Talvez nos entendamos melhor ao final, quem sabe cultivaremos mais algumas caraminholas para encucar, mas o deleite pelo saber surge com certeza, outro desejo a nos perseguir.

Com construção impecável, texto acessível e didática admirável, difícil mesmo é o ato de pausar a leitura, tomar um fôlego para as próximas minerações.

Cheguei à página 153
Avaliação : 5

quarta-feira, 8 de maio de 2013

O Cão dos Baskervilles - p.189

Inesperado, mas não inusitado, o desfecho bem acabado da trama comprova a excelência dos mistérios elaborados por Conan Doyle.

Holmes sempre marcante, com certo ar impertinente, surge no momento certo cheio de cartas na manga.

Watson, apesar do esforço, nem de longe atinge a maestria do investigador, ainda que cumpra seu papel de apoio e colaboração.

Com boas doses de emoção, algumas revelações sem vínculo com fatos narrados, divertimo-nos ao acompanhar o encadeamento da peças, com direito a uma bela revisão ordenada ao final.

Bom passatempo, digno da admiração dos fãs, o livro se revela ótimo convite para novos encontros com a dupla de Baker Street.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

sexta-feira, 3 de maio de 2013

O Cão dos Baskervilles

Holmes e Watson, célebre e inigualável dupla, pura diversão poder apreciar suas aventuras nas suas mais tradicionais histórias.

Para qualquer leitor se destaca o enfoque narrativo pelo olhar do fiel escudeiro, jamais conseguimos pleno acesso à mente do protagonista, diminuindo nossas chances de controle dos rumos.

Narrador permanente, o amigo médico se submete aos ritmos impostos pelo investigador, meio discípulo, meio vassalo, sempre pronto a contribuir sem superar.

No enredo em questão, pouco descobrimos apesar do bom caminho percorrido, apenas um perspicaz panorama de cenários e personalidades, fomentos para a mente atenta.

Mesmo com muitos fatos e diversas supostas pistas, nossos anfitriões parecem ainda desprovidos de estratégias e suposições mais certeiras, quem sabe seja somente dissimulação.

Ritmo e mistério nos pontos certos, perseguimos os pequenos sinais, longe de desafiar o grande mestre, mas ansiosos por desvendar o intrincado enigma.

Cheguei à página 110
Avaliação : 4