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Blogumulus by
Roy Tanck and Amanda Fazani

terça-feira, 30 de setembro de 2014

O País dos Cegos e Outras Histórias

Coletânea de encher os olhos, encontramos contos de todas as vertentes da ficção especulativa, trabalhados com texto esmerado e temas variados e inventivos, cheios de emoção e ímpeto.

O primeiro conto, que também concede seu título ao livro, nos presenteia com um enredo excepcional, daqueles difíceis de acreditarmos que os próximos poderão superá-lo, principalmente com seu inusitado desfecho.

Também merece destaque o seguinte, uma história apocalíptica, meio nos moldes da "Máquina do Tempo" do autor, desafiador nas vívidas cenas impressas em nossa imaginação, nas situações intensas às quais os personagens acabam atirados.

Em alguns textos, a frase final chega como prêmio reluzente, uma pérola para fechar com chave de ouro, mas todos os exemplares até o momento contam com desenvolvimento cativante e estilo bem diverso, expressões fascinantes do célebre escritor, em toda sua energia.

Vejamos como seguem as próximas paginas, se conseguem manter em alta o deleite, afinal elevaram bastante a expectativa, fisgaram a atenção para não querermos parar de ler.

Cheguei à página 113
Avaliação : 5

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

O Discreto Charme das Partículas Elementares - p.344

Do macro ao micro, em sua última parte o livro volta seu olhar para a formação do universo, o histórico da formulação de seus modelos e a descrição dos mecanismos conhecidos.

De certa forma, lá pelo meio desta parte do texto, a autora encaixa a participação das tais partículas elementares no processo, une as duas visões de estudo na grande formulação da existência conhecida.

A força menor no tema principal do título se reflete nas ilustrações menos inspiradas, talvez outra escolha refletisse melhor o assunto tratado pelo conjunto dos textos, mais abrangente, mais amplo.

Por sinal, como em outros trabalhos de divulgação científica, assunto e cobertura deste porte acabam visitados rápidos demais, incapazes de aproximar quem nunca navegou por aqueles mares, conversou naquela língua, desfrutou do acompanhamento de um mestre ou grupos nestes estudos.

De qualquer forma, a síntese apresentada abarca um aprimorado quadro geral do conhecimento construído até sua publicação, curiosamente anterior à recente detecção do bóson de Higgs (fecho faltante denotado em suas páginas), valioso registro para guardar com carinho e, quem sabe, aguardar uma revisão com atualizações recentes.

Indiscutível e patente, ao final da jornada Abdalla compartilha, nos presenteia, com a certeza da imensidão de nosso desconhecimento e nossa insignificância, apesar de todas as conservações e simetrias, apesar de todo inegável charme.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

O Discreto Charme das Partículas Elementares

No princípio, a curiosidade... E assim a autora enlaça os caminhos da ânsia humana por conhecimento com o desenvolvimento da física de partículas, desde as filosofias ocidentais mais antigas até os iluminados laboratórios atuais.

Fruto do empenho de gerações, nos apresenta o populoso conjunto dos elementares de nosso tempo, o processo de sua concepção, descoberta, e os desafios e benefícios da empreitada de acomodá-los em bem polida classificação universal.

Depois de vasta e detalhada descrição deste mundo microscópico, fugimos um pouco ao título e nos empenhamos em conhecer um pouco a história do experimentos/equipamentos necessários ao estudo, possivelmente uma fuga motivada pelo apreço à área, prêmio pelos anos de trabalho de Abdalla.

De volta aos bósons, mésons, quarks e afins, concedemos atenção especial a suas interações e os mecanismos envolvidos nestas ocorrências, mais um bom pedaço de fenômenos interessantes para apreciar o balé desta festa invisível.

Ricamente ilustrado, por sinal ilustrações únicas e sacadíssimas, com texto acessível, percorremos significativo extrato da cronologia da ciência moderna, um volume de informações de digestão lenta, talvez um tanto áspero para não iniciados aos textos acadêmicos.


Cheguei à página 227
Avaliação : 4

terça-feira, 23 de setembro de 2014

A Amazônia Misteriosa - p.240

Entre mistérios, muita selva e certa magia, com direito a viagens oníricas, nossos aventureiros contemplam o universo inexplorado, à sombra de muitas dúvidas quanto às motivações dos outros personagens.

Fato inesperado, o desvelar do principal enigma traz um enredo de ficção científica, nos ramos da genética, pleno que questões morais, em leve inspiração numa célebre história de H. G. Wells.

O tempero adicionado gera a expectativa por mais emoções, mais ritmo na empreitada, mas que ficou apenas na esperança, com um texto ainda apegado a descrições e pintura de cenários.

Não bastasse a mal fadada iniciativa, sem grande ímpeto e a entregar rapidamente soluções simples, quando o clímax parecia eminente, pronto a algum desfecho surpreendente, o livro se encerra abruptamente, sem grandes preocupações ou elaborações, sem nem mesmo concluir a história.

Uma pena, nos restaram apenas a curiosidade de contatar a escrita de outros tempos e testemunhar lampejos de ficção especulativa em terras tupiniquins.

Cheguei ao final
Avaliação : 2

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

A Amazônia Misteriosa

Possivelmente a Amazônia continua misteriosa em tempos atuais, mesmo com nossos satélites de monitoramento, o avanço contínuo das lavouras, mas nada comparado ao desconhecimento de não muito tempo atrás.

As detalhadas descrições e impressões da narrativa deixam a sensação de experiência própria do autor, como se realmente lá tivesse estado, provas de sua imaginação virtuosa ou, quem sabe, do estudo minucioso de outras fontes.

Curioso também acompanhar suas linhas em estilo e vocabulário mais antigo, ares de outra época, mais rebuscada, soando mais elaborada, reflexos de nossa cultura há algumas décadas.

O enredo cheio de mistério, com revelações paulatinas, cria envolvimento, passeia despojadamente pelo universo construído, atirando os personagens nas mãos do destino, tão ansiosos por descobertas como nós leitores, a cada cena iniciada.

Cheguei à página 113
Avaliação : 3

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Isaac Asimov Magazine (n.12) - p.176

Para aquecer os ânimos, seguimos para um conto rapidíssimo, bem maluco, com viagens no tempo e muito non sense, daqueles estilos para absorvermos o impacto e registrarmos para futuras experimentações.

Chegamos então à premiada novela de Roberto Schima, num futuro pós-apocalíptico, às voltas com medicina, longevidade e dilemas éticos, digno do prêmio e delicioso de apreciar.

Em seguida, outra novela, desta vez de Charles Sheffield, com temas semelhantes à anterior, mas com uma pitada de terror, mais sombrio, mais pontiagudo no destilar da natureza humana.

Apesar das esperanças depositadas, o volume em questão não fugiu a regra em apresentar alguns textos menos adequados ao compêndio, como os dois últimos no final, uma história de fantasia e uma ficção científica bem frágil, para encerrar a jornada.

Seja como for, o contato com esse extrato do tempo, da literatura especulativa de outra época, sempre renova ideias, surpreende aqui e ali, instiga à viagem imaginativa e, no mínimo, gera bons momentos de leitura descontraída e divertida.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Isaac Asimov Magazine (n.12)

Dos pontos altos da leitura, nada como apreciar a carta do editor, direta, como se nos olhasse nos olhos para batermos um papo, situação quase inconcebível mesmo quando Asimov ainda vivia.

Nesta edição encontramos logo no início uma novela, toma todas as páginas desta primeira parte, uma história cyberpunk bem-humorada e divertida, despretensiosa, mas empolgante e com ação na medida.

Ainda que sem grandes pretensões, sem uma elaboração rebuscada, propicia alguns fios para desenvolvimentos posteriores, provoca lampejos de reflexões nas imagens e situações construídas para seu personagens.

O volume da série em questão promete ser mais interessante que suas antecessoras contatadas, ao menos agradou em estilo, principalmente por navegarmos estritamente no reino da ficção científica mais essencial.

Cheguei à página 79
Avaliação : 3

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Tio Tungstênio - p.336

De pouco adiantou o chamado de outras ciências, ao final voltamos à Química e suas vertentes, com suas fatídicas detalhadas explanações, expressão máxima de sua paixão infantil.

Verdade seja dita, nesta parte marcaram um pouco mais presença trechos de sua biografia, mas ainda assim insuficientes para mudar o tom da apresentação, alterar o seu foco.

Talvez o livro seja uma boa pedida para estudantes da área, poderão percorrer boa parte do seu desenvolvimento, parte de sua história, pelas lentes simpáticas do autor, num misto de encantamento e dedicação.

Tamanha inconstância de objetivo do texto deixa uma sensação de fragmentação, de peças soltas, valorosas pelo poder do narrador e seu conteúdo atômico, porém pouco contribuintes com o conjunto, para formar alguma unidade.

A leitura vale pelo contato com aquelas facetas particulares de Sacks, claramente reflexos de sua formação e combustíveis de sua jornada, aspectos de uma biografia para provocar reflexão sobre a importância de ambientes e estímulo para o desenvolvimento de um indivíduo.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

sábado, 13 de setembro de 2014

Bidu: Caminhos

Outra primorosa produção do mundo dos quadrinhos, o título mantém a consistência com a série da qual faz parte, enredo, arte, ideias em azeitada colaboração para realizar uma experiência prazerosa para muitos dos sentidos.

As cores, a suavidade, os traços fluídos remetem a memórias, do coração, do fundo da alma, mesmo de um cachorrinho, ícone das histórias da turminha, constantemente coadjuvante, mas sempre lá.

Mesmo no silêncio, cada quadrinho diz muito, assim como as onomatopeias e balões, especiais, particulares, parte indissociável da composição, para apreciar cada detalhe, contemplar cada minúcia, um passeio onírico por referências da infância.

Como bem pontuou Maurício de Sousa no prefácio, uma bela homenagem, verdadeiro presente, para o universo da galerinha do bairro do Limoeiro, suas aventuras e encantos já definitivamente presentes na nossa cultura popular.

Cheguei ao final
Avaliação : 3

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Tio Tungstênio - p.224

Entre explanações sobre fórmulas, reações, e os perfis de grandes nomes da Química, assistimos a história da área pelos olhos de um garoto aficionado, apaixonado, pelas possibilidades e descobertas.

Alternando com trechos de sua biografia, num texto descontraído e solto, conhecemos outras faces do futuro grande médico, longe de sonhar na juventude com os caminhos que percorreria, com os reflexos de suas vivências na vida adulta.

Reside nas recorrentes e detalhadas descrições sobre sua juvenil paixão, o conhecimento sobre misturas, meio alquímico, o ponto fraco de suas linhas, relegando a quase segundo plano os preciosos relatos de eventos familiares, impressões de relações mais próximas, os componentes da construção de sua alma investigadora e científica.

De qualquer forma continua divertido, uma leitura cativante, nas últimas páginas com um tema diferente, sua introdução ao mundo da anatomia, primeiros sinais de seu envolvimento com a medicina, ainda que numa idade precoce para nossos padrões contemporâneos.

Cheguei à página 224
Avaliação : 3

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Tio Tungstênio

Basta o primeiro capítulo para notarmos o mote do livro, as grandes e fortes influências desde a infância capazes de moldar a visão genial do ilustre médico e escritor.

Presentes em cada passagem de sua história, com a participação de todas as suas pessoas mais próximas, as forças de sua formação emanam de seu ambiente familiar, rico humano e intelectualmente.

Ênfase sensível à Química, principalmente na figura do Tio Dave (o tal Tungstênio), matéria tratada ludicamente, com a simplicidade e o acesso de outros tempos, por vezes de maneira até arriscada.

Tanto ânimo am algumas páginas faz o autor se exceder nos detalhes técnicos, desnecessários para a maioria dos mortais e para a composição do enredo, provocando momentos mais arrastados.

De resto, o cativante texto vai apresentando caras memórias, cheias de impressões e sentimentos, ricas em detalhes a ponto de nos surpreender com sua capacidade de registro e resgate de anos tão distantes de sua biografia.

Cheguei à página 115
Avaliação : 3

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Você não é tão esperto quanto pensa - p.256

Em mais algumas descobertas chegamos ao final do passeio pelos recantos escondidos de nosso comportamento, pelas reclusas razões mal compreendidas de nossas muitas paixões e impulsos.

Por vezes quase dogmáticos de tão inusitados, não óbvios, os tópicos relatam sutilezas de nossa alma sem precisar grandes justificativas, simplesmente por que somos assim, flagrados por engenhosos experimentos.

Alerta bem humorado da fragilidade homo sapiens, certamente fica impossível lidar com situações e pessoas como antes, permanecer equivocadamente na avaliação das capacidades e forças envolvidas no cotidiano das relações humanas.

Apesar do banho de água fria em nossa soberba de filhos de Deus, a luz de quem está acordado pode clarear caminhos e decisões para nos tornamos um pouco menos estúpidos quanto nos constatamos por entre as páginas do livro, satisfação típica do homem, principalmente quando consegue contornar, sobrepujar, a natureza (ainda que só um pouquinho...).

Cheguei ao final
Avaliação : 4

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Você não é tão esperto quanto pensa - p.193

Numa sequência de revelações encadeadas constatamos a cada passo mais armadilhas escondidas sob o véu de nossa constituição natural, fácil perceber como estamos fadados à constante captura.

Com o avanço dos tópicos percebemos certa hereditariedade das características, de verdade, algumas mais específicas surgem como consequência ou extensão de outras tantas, observamos diversas arestas da mesma figura.

Aliás, também se torna mais comum apreciações um pouco distantes da nossa natureza, mais próximas da filosofia e do jogo comportamental, mas ainda assim reveladoras da inépcia humana na autoavaliação ou, no mínimo, na capacidade de isenção.

Vozes e perguntas sussuram constantemente durante a leitura, martelam e ecoam dúvidas, parecem emissões de um espelho por nós investigado, meio sarcástico a nos responder.


Cheguei à página 193
Avaliação : 4

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Você não é tão esperto quanto pensa

Exercício intenso de autoconsciência, a cada linha absorvida, a cada ideia apreendida, descobrimos um novo mistério sobre nossa mente, em torno de três principais temas: tendência cognitiva, heurística e falácias lógicas.

Tantos aspectos desconhecidos, tantas suposições equivocadas, nos surpreendemos de quantas características ocultas há por trás de nosso comportamento, algumas até de que suspeitávamos meio que instintivamente.

Inicialmente o assunto se atém mais em questões neurais, físicas, e suas consequências, para depois atentarmos em áreas mais psicológicas, circunstanciais, com menos evidências, mas interessantes do mesmo jeito.

Cada seção, cada compartimento deste conhecimento, chega apresentado de maneira acessível e clara, com detalhes suficientes para suas imagens martelarem por algum tempo em nossas reflexões, sem falar no estímulo para continuarmos, sempre com a coragem de nos encararmos, de olhos bem abertos.

Cheguei à página 99
Avaliação : 5

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Ficção Científica, Fantasia e Horror No Brasil - p.337

Entre guerras e mundos perdidos, e outras influência socioeconômicas oriundas da nossa colonização, acabamos apresentados aos caminhos percorridos pela ficção especulativa em nossas terras.

Trilha curta, cheia de interrupções e insucessos, impulsos sem continuidade abafados por características influentes do contexto literário e cultural brasileiro.

Roberto até retoma o mercado estrangeiro, pioneiro e próspero na área, mais uma notável coletânea de evidências e pistas sobre as motivações e insumos necessários para o pleno desenvolvimento de tantos mundos imaginários e imaginados.

Antes do final ainda há tempo para mais apreciação da história das publicações em nosso incipiente mercado, mas com pouco poder de resolução ou comprovação de qualquer tese, nem para realçar maiores suspeitas.

Apesar de terminarmos sem obter conclusões cabais, nem podermos aferir mais criteriosamente, ou comparar, hipóteses e suposições, tão grandioso trabalho de catalogação e estruturação nos permite vislumbrar atitudes possíveis para quem sabe gerarmos mudança e conseguirmos propiciar terreno mais fértil, onde floresçam incontáveis universos e possibilidades.

Cheguei ao final
Avaliação : 4

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Ficção Científica, Fantasia e Horror No Brasil - p.181

Apresentado o conceito e o histórico da ficção especulativa, avançamos no descobrir do desenvolvimento de suas linhagens, a ficção científica, a fantasia e o horror, irmãs de raízes ancestrais na psique humana.

Por sinal, reside nesta relação de ancestralidade o peso maior concedido e revelado por Roberto, às tais literaturas frequentemente tidas como menores, envolvimento primitivo inescapável ao jeito humano de comunicar.

Vasto e minucioso, o levantamento executado pelo autor resgata conexões importantes para a compreensão e valorização daquelas linhas cheias de imaginação, daquelas extrapolações necessárias à nossa alma.

Nos próximos passos, ao que parece, observaremos mais de perto o fenômeno tupiniquim, aumentaremos significativamente a consciência de sua relevância, poderemos apreciar tais ideias tão bem construídas, atentos como aqueles ouvintes em tempos remotos, à volta da fogueira.

Cheguei à página 181
Avaliação : 5