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Blogumulus by
Roy Tanck and Amanda Fazani

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Buda - O Mito e a Realidade - p.120

Agradável e instrutivo foi o autor por todo o percurso do livro.

Didaticamente apresentou os principais elementos do budismo e seus contextos.

Curiosa prática fundada em ideais não tão cativantes: o vazio, a impermanência e o sofrimento.

Ainda assim conquista muitos adeptos, sendo os mais destacados exemplos de serenidade, por tantos desejada arduamente.

Fiel a sua linha filosófica, Heródoto ensina sem conduzir, apoia apenas o descortinar de novos horizontes.

De lambuja, nas últimas páginas, nos presenteia com um guia de estudos detalhado e bem orientado.

Surpreende ao término da leitura podermos nos descobrir budistas sem antes sabê-lo.

Autêntico resultado do trabalho de um profundo e cativante conhecedor do caminho do meio.

Terminei
Avaliação : 5

Buda - O Mito e a Realidade

Misto de divulgação doutrinária e toques de apresentação histórica, o autor vai traçando um plano geral da prática do budismo.

Com seu estilo cativante de escrita, Heródoto narra conceitos filosóficos, reproduz parábolas budistas, mostra seu entendimento.

Como não poderia deixar de ser, como bom praticante apenas propõe, aponta os caminhos, reflete junto.

Por vezes reforça a desmistificação, repassa seus achados, serenamente contempla os ensinamentos e busca a iluminação.

Em tão poucas páginas navegamos por uma imensidão de reflexões, verdadeira meditação através da leitura.

Parei na página 61
Avaliação : 4

terça-feira, 19 de abril de 2011

A Liberdade Possível - p.320

Medo da felicidade, pilar central idealizado pelo autor, repetidas vezes rebatido e anunciado, tem que ser ressaltado.

Também de vital importância as nuances do controle, social e pessoal, impostos e perseguidos por cada pessoa.

As ditaduras ocorrem em todos os sentidos, mesmo com as mais suaves atitudes, quando impomos nosso ponto de vista ou almejamos certas idealizações.

Discutindo a liberdade seguimos caminhos tortuosos, fomos confrontados com nossas principais ilusões.

Conseguir enfrentá-los e encarar a realidade, com toda a insignificância humana, é a chave para obtenção do ser livre, por mais doído que possa ser.

Desnudados frente aos mistérios da vida, talvez atingimos a paz da condição de libertos.

Ao final, o autor faz primorosa e resumida revisão do trajeto, pontuando novamente com clareza sua linha de raciocínio.

Este é daqueles trabalhos para revisitarmos, refletirmos com mais calma, apreciarmos com mais paciência cada sabor.

Notória a revelação de um grande conhecedor e teórico do difícil e sutil conceito da liberdade, apoiado sobre os ombros de sólida experiência profissional.

Terminei
Avaliação : 5

segunda-feira, 18 de abril de 2011

A Liberdade Possível - p.214

Amor e sexo, os dois ingredientes apresentados na formação de nossos contornos da liberdade.

Exemplos interessantes são aventados, como o machismo na forma de expressão da inveja masculina pela condição feminina.

Não é fácil reconhecer, admitir, as facetas humanas esculpidas pela herança psicológica homo sapiens.

Das emoções para a razão, seguimos com a apresentação da racionalização do cotidiano.

Difícil controlar e sofrível consegui-lo, pior escolher ser consciente ou se deixar alienar.

Acabamos concordando com o autor, quase tudo na humanidade é movido pela vaidade, em seu diversos graus, nos mais distintos âmbitos.

Em ambiente tão fecundo e tão suscetível a influências, se torna continuamente complicado conciliar nossos dois mundos e buscar a liberdade possível.

Percebemos na narrativa a solidez do conhecimento adquirido pelo autor e expressão de toda sua maturidade profissional.

A reveladora obviedade oculta de certas exposições nos surpreende e deixa um gosto dúbio na apreciação de seu livro, entre fascínio e desfeita.

Parei na página 214
Avaliação : 5

sábado, 16 de abril de 2011

A Liberdade Possível

Conceituar a liberdade é o primeiro passo para discuti-la, para tentar entendê-la ou almejá-la.

Colocada como equilíbrio entre os desejos internos e nossas ações possíveis, percebemos a importância da psicologia na análise.

Nem o egoísta, nem o generoso, enquanto extremos de uma postura, são exemplos de caminhos para obtenção da tão almejada condição livre.

Discutimos nossas diferenças e aprendemos que o melhor a se fazer é reconhecê-las e aceitá-las.

As soluções para a liberdade devem se apresentar em diversas formas.

O autor procura também apresentar nossos impulsos básicos, colocando-os como fundadores de nossos anseios, consequentemente afetando nossa percepção de ser livre.

Faz-se extensa consideração sobre as questões do amor, razões, situações e condições, a implicar nas ideias libertárias humanas.

De estilo direto e agradável, o psicólogo nos confronta com muito do senso comum, revelando inúmeras de nossas ilusões.

Ainda um pouco enevoado, o tema segue em ritmo prazeroso de desenvolvimento.

Parei na página 113
Avaliação : 4

domingo, 10 de abril de 2011

A Garota das Laranjas - p.132

Logo depois do início da revelação do mistério, ocorre a descoberta do principal segredo da garota das laranjas.

O óbvio foi apresentado, mas de maneira tão meiga e poética que se torna surpreendente.

Um tapa na cara dos soberbos em afirmar já serem cientes dos rumos seguidos.

Daí para frente o desenrolar da narrativa toma um ritmo muito diferente, impossível de interromper.

Cada linha lida compensa o esforço de destrinchar as vagarosas divagações até aquele momento.

Como em outros trabalhos do autor, a morte é grande propulsora das inquietações e reflexões.

Pensando bem, ela é a grande propulsora da filosofia, ou melhor, a nossa consciência da finitude o é.

Com o passar das páginas, o fato do livro ser ficcionalmente um retrabalho do texto do pai, com inserções da personagem, é literatura das mais bem pensadas, muito bem elaborada em sua forma.

A filosofia sutilmente disposta nos recantos, nas pequenas curvas desta fábula moderna, nos encanta continuamente.

Por sinal, o grande testamento do pai, o legado entregue ao seu filho, é esse amor ao saber, essa poesia para ver a vida.

Quem poderia desejar melhor herança?

Como li estes dias por aqui, quem dera pudesse abrir novamente esse livro como se nunca o tivesse feito...

Terminei
Avaliação : 5

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A Garota das Laranjas - p.85

Arrastado.

Essa talvez seja a melhor definição do ritmo do texto deixado pelo pai da personagem.

Inúmeras considerações, devaneios sem fim em pequenos detalhes e ocorrências, um mundo de palavras em torno da garota das laranjas.

Coisa de um apaixonado, emudecido pela expectativa do encontro com seu objeto amoroso, emoções a ocupar qualquer sinapse disponível.

Felizmente o mistério foi revelado, em mais uma situação surreal e um tanto inusitada.

Apesar de singelo, meio pueril, a história toma contornos ternos, comoventes, dignos dos romances mais juvenis.

Alegrou a alma, iluminou um pouco mais o dia, valeu a resistência ao vagaroso início.

As pontas com reflexão filosófica estão por toda parte, mas onde não está a filosofia?

Parei na página 85
Avaliação : 5

quinta-feira, 7 de abril de 2011

A Garota das Laranjas

Ler o depoimento de um pai falecido ao seu filho adolescente é comovente, coisa que entendemos bem, depois da paternidade.

O tom de testamento, de resgate das coisas inalcançadas, lembra o mote do filme "Alta Fidelidade".

Com texto direto e objetivo, o cenário e personagens são apresentados logo nas primeiras poucas páginas.

Cortinas abertas, começamos a tomar contato com o intrincado mistério da garota das laranjas.

Tudo começa com um encontro fortuito, com direito a uma avalanche de emoções, mudez e muitos mistérios.

Na conversa e revelações entre pai e filho questionamos os acontecimentos, refletimos junto com as personagens o desenrolar dos eventos.

Reconheço o estilo do autor, conduzindo a situação a excelentemente enquadrados ápices para desaguar em consequências fluídas e encadeadas."

Parei na página 43
Avaliação :4

O Pássaro Raro - p.205

Não poderia faltar uma história de amor, com bastante discussão de relação, com inusitados revezes entre os amantes.

Legítima e inédita versão de Tosca, em ambiente moderno e repleta de questionamentos.

Conflito maior é a descoberta de novos sabores por uma religiosa senhora e um santo remédio, no conto seguinte.

Por fim, para encerrar a obra, outro exercício de futurologia, acerca de nosso afã por colecionar nossa história.

Proposto um enorme compêndio humano, democrático e universal, produzido a bilhões de mãos, não posso deixar de associar novamente com a Internet.

O exercício filosófico é mesmo assim, a nos conduzir por caminhos surpreendentes e inconscientes, descortinando ideias inusitadas.

É sempre bacana conhecer estilos diferentes, autores de outros cantos do mundo, com mensagens para nos deslocar um pouco das certezas.

Termino o livro curioso por conhecer um pouco mais de seu trabalho.

Terminei
Avaliação : 4

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O Pássaro Raro - p.154

E o enfrentamento da morte continuou, longa e lentamente, até um pouco mais do que consideraria razoável.

Deixou um legítimo ar de purgatório, talvez a intenção oculta do autor.

Em seguida vem um texto sobre uma personagem às voltas com um complô contra seu criador.

Excelente metáfora das situações e sensações no processo criativo literário.

Depois a reveladora loucura de um renomado crítico, a repensar os valores e a vida em nova ótica.

Loucura real ou inesperada redescoberta das razões concretas do existir?

Voltamos então a uma história de confronto da morte, de nossa finitude, só que desta vez com contornos mais escuros.

Assim também ocorre com o seguinte, apresentando mais uma situação fabulosa entre autor e personagens.

A cada texto, como prefácio, há sempre algumas linhas do autor, colocando-nos no contexto que virá.

Questões levantadas, situações apresentadas, a leitura proporciona reflexão e bons momentos para cultivo de ideias.

Parei na página 154
Avaliação : 4

terça-feira, 5 de abril de 2011

O Pássaro Raro

Animador começar o caminho pelo mundo de discussão filosófica do autor.

Logo no primeiro conto uma coincidência enorme para mim: uma história com tons de ficção científica.

Que tal alguém propor, em meados dos anos 80, uma rede de informações onipresente e internacional, acessível a qualquer pessoa?

Há a cereja do bolo com a viagem no tempo, o scanner de toda época e todo lugar, para completar o cenário ficcional.

Discutimos os impactos na vida humana do poder da onisciência e sua derrubada de desafios e segredos.

O conto seguinte, também extremamente humano, trata do enfrentamento da morte, a morte conhecida e determinada.

Mudanças significativas ocorrem na percepção da vida pelas pessoas quando estas recebem diagnósticos determinantes do fim da vida.

Qual diferença faz sabermos o momento exato de nosso fim?

Síndrome do ciclope...

Parei na página 70
Avaliação : 5

sexta-feira, 1 de abril de 2011

FC do B - p.208

Até um terror viajante surge entre os textos apresentados. Culpa, história oculta, medo, elementos num caldo com final interessante.

Numa guinada espetacular, passamos a um conto repleto de poesia e encanto.

Mesmo com toda a ciência da astronomia, tecnologia de estações espaciais, é possível encontrar palavras para um terno cenário.

Por falar em tecnologia, a história seguinte propõe consequências surpreendentes para uma viagem interplanetária regada a criogenia.

Surpresa maior encontrar na sequência a possibilidade de conciliar viagens no tempo com pessoas santas.

Fechando a obra, dois contos menos empolgantes, mas conseguindo manter a verve do conjunto.

O penúltimo sobre revoltas alienígenas em colônias exploratórias em outros planetas.

Já no último, história, antropologia, mitologia e extraterrestres, numa ficção meio agente secreto e pesquisas confidenciais.

Terminar uma leitura tão entusiasmante tem a frusrtação do querer mais e não poder encontrar.

Valeu cada minuto de leitura e deixará expectativa enorme para a edição seguinte, no próximo ano.

Terminei
Avaliação : 5